No Capítulo anterior...
Claude: Quer
saber porque eu guardei??? Foi para que toda vez que eu olhasse essa foto,
lembra-se de que tinha de me manter bem
longe de você.
Rosa: “Eu
admito ele sabe como enfiar a faca no lugar certo do meu peito. Porque eu to
sentindo isso??? O normal seria eu não me importar com as baboseiras que ele
diz. Mas hoje me incomodou”.
Rosa: Ah é???
Claude: Horas,
você pensou que seria mais o que?? Pensou que eu tivesse guardado pra lembrar o
quanto você.... era linda e lembrar dos momentos que vivemos?
Claude
teve que se manter firme na frente de Rosa, pois realmente tinha guardado
aquela foto para lembrar o quanto ela era linda e dos momentos que viveram. Mas
também para lembrar de ficar bem longe dela. Daquela maluca italiana.
Rosa: Não!!!
Talvez pra fazer macumba.
Claude: Pena que
non pegou. Mas, me da aqui essa foto. Agora ela vai pra onde devia ter ido.
Claude
pegou a foto e rasgou no meio e jogou as duas partes do lixo.
CAP – 8 (Parte 2)
Rosa: Ótimo!!!
Espero que não tenha mais.
Rosa se
segurou para não voar no pescoço de Claude e saiu da sala.
Mal a
porta se fechou, Claude pegou os pedaços da foto no lixo e procurou
desesperadamente uma fita adesiva em suas gavetas. A foto não ficou lá essas
coisas cheia de fita adesiva, mas Claude foi esperto o suficiente para não
rasgar a parte do rosto de Rosa.
Claude: Mon Dieu,
pelo menos no rasguei o rosto, hã. Non ficou ton ruim assim com a fita. Tenho
que guardar em um lugar que aquela maluca non veja.
Frazão: Nossa que
amor roxo Francês. Quanta preocupação com a foto da sua esposinha.
Claude: Que amor
o quê Frazon?
Frazão:Se não é
amor porque ta ai todo preocupado em grudar essa foto e guardar.
Claude: Quero
guardar pra lembrar do que vivi com ela e dá graças a Deus de esta separado
dessa maluca.
Depois
daquela discussão, aquela sala era mais silenciosa que deserto. Claude e Rosa
praticamente se ignoravam.
(20:12- Apartamento de Rosa)
Rosa
estava deitada em sua cama fingindo se concentrar em um livro, enquanto
devorava uma pequena barra de chocolate branco.
Janete
entrou no apartamento após voltar do trabalho e logo notou coisas estranhas. Os
sapatos de Rosa estavam no chão, um em cada canto da sala, seu casaco estava
pendurado ao avesso, sua bolsa estava largada no chão.
Janete: Rosa!!!??
O que aconteceu?
Rosa: Como
assim, o que aconteceu??? Eu to lendo o meu livro de cabeceira só.
Janete: Lendo
olhando para o teto e comendo chocolate branco?
Rosa: Tava pensando
em algo aqui do livro.
Janete: Ta?? O
que diz esse trecho?
Rosa: Diz
que... diz...
Janete: Diz que
você não consegue esconder nada da sua amiga. Diz que seus sapatos estão
espalhados, seu casado ao avesso.
Rosa: Ta bom...
É que minha vida ta de pernas pro ar. Eu vim para o Brasil, encontrei meu
ex-marido, eu o detesto, transo com ele como se nós não fossemos quem somos e
agora tudo que ele fala pra me afetar, afeta.
Janete: Amiga
você quer que eu traduza?
Rosa: Traduzir
o que Janete?
Janete: Que você
ta apaixonada pelo seu ex-marido.
Rosa: Não
Janete, eu já fui apaixonada, abre parênteses, iludida, fecha parênteses, pelo
Claude.
Janete: Você
mostrou a foto a ele, né?
Rosa: Mostrei
sim e ele rasgou a foto na minha frente e disse que guardou para lembrar de se
manter bem longe de mim.
Janete: Nossa!!!
Esse Claude é um bom mentiroso, hein.
(07:00 - Apartamento de Rosa)
Rosa: “Eu
acordei aquela manhã um caco, não aguentei nem me olhar no espelho. Estava
parecendo um urso panda. Meu cabelo??? Estava horroroso, juba de leão era luxo
perto da palha que estava sobre minha cabeça. Depois de um banho relaxante, até
que me senti renovada e nada que uma boa maquiagem não resolvesse né? Depois
que calcei meu salto, coloquei minha roupa estava linda, leve e solta. Mas só
uma coisa podia tirar a minha tranquilidade. Saber que em menos de uma hora
estaria trabalhando com o idiota do Claude Geraldy. Aquilo só podia ser um
pesadelo em minha vida. Certo que ele não saía da minha cabeça, talvez a
macumba tivesse funcionado de outro jeito. O jeito era empinar o meu nariz e
seguir para aquela empresa.”
Assim Rosa
fez. Se despediu da amiga, que ainda tomava café na sala, e seguiu para a
construtora.
(07:29 – Mansão Geraldy)
Claude não
acordou com bom humor. A situação do dia anterior o deixou muito chateado. E
pra piorar, Nara passou a noite ligando para ele. Claude ate hesitou em atender
mas o jeito foi ouvir Nara tagarelar. Claude não sabia porque continuava aquele
relacionamento com Nara, se fosse por uma boa companhia até que seria uma
explicação. Mas Nara só fazia encher o seu saco. Talvez colocasse um fim
naquela relação.
Claude ia
chegando a construtora e estava no estacionamento, se dirigindo a sua vaga de
todos os dias, ou seja, a melhor de todas naquele estacionamento. Porém, um
carro invadiu a sua frente e estacionou bruscamente. Claude não precisou nem
fazer esforço para adivinhar quem tinha feito aquela manobra brusca e
estacionado em sua vaga. Era apenas um nome: Rosa Petroni.... e infelizmente,
ainda Geraldy.
Claude: Mas o que
foi issi? Ficou maluca?
Rosa: Isso o
que? Estacionei o meu carro só isso.
Claude:
Estacionou na minha vaga.
Rosa: Nossa,
não vi seu nome aqui. (Disse irônica)
Claude: Mas eu
sempre estacionei nessa vaga. (Disse irritado)
Rosa: Claude
desista, você não vai tirar meu bom humor hoje, ta querido.
Rosa
fechou a porta do seu carro e saiu com seu caminhado sensual, que enlouquecia o
francês.
Claude
entrou na sala e Rosa estava apanhando alguns papeis no chão. Aquilo mexeu com
o francês, difícil negar que sentiu um certo desejo por Rosa. Aquela italiana
era realmente sensual e o seu corpo concordou com isso.
Claude,
silenciosamente, se sentou em sua mesa sem que Rosa percebesse. Ela apanhou
todos os papeis colocou na mesa e virou-se.
Rosa: Cruz
credo... quer me matar do coração?
Claude: Só porque
sentei em minha mesa, na minha sala?
Rosa: Parece um
fantasma.
Claude
fitava Rosa sem nem se tocar, olhava o corpo dela com um olhar como se tivesse
vendo por baixo daquelas roupas delicadas e provocantes que Rosa trajava.
Rosa: O que foi
hein? Porque ta me olhando com essa cara?
Claude: Tava aqui
pensando... graças a Deus acordei a tempo de me separar de você.
Rosa: Ah, vai
pro inferno Claude. (Disse saindo da sala irritada)
Claude deu
um sorriso descarado e sagaz. No fundo ele adorava quando Rosa ficava irritada.
Em
seguida, Rosa retornou pra sala com uma certa pressa e pegou sua bolsa. Claude,
estranhando e curioso, quis saber onde ela ia.
Rosa: Vou a uma
obra. Parece que estão precisando do engenheiro chefe.
Claude: E porque
você vai?
Rosa: Porque
vou comprar pão lá. Vou ver o que estão precisando, né. Ou esqueceu que sou
engenheira também?
Claude: E vai
sozinha?
Rosa: Não,
lógico que não. Vou com meu amiguinho imaginário. (Disse saindo)
Claude
sentiu um certo nervosismo. Rosa era bonita e ela, naquela obra cheia de peões,
sozinha, ia causar o maior alvoroço. Então, ele só se deu tempo de pegar sua
bolsa e sair atrás dela.
Assim que
ela ia chegando em seu carro no estacionamento, Claude segurou em seu braço.
Claude: Espere!!!
Rosa: O que
foi, hein?
Claude: Eu vou
com você.
Rosa: Eu sei ir
sozinha.
Claude: Mas eu vou
com você, ta decidido.
Rosa: Claude
vai cuidar de outra obra tá. Eu sei me virar.
Claude: Non, eu
já disse que vou e ta decidido. Vamos... (Disse puxando-a pelo braço)
Rosa: Epa, epa!
Ta, tudo bem que você vá, mas eu vou no meu carro.
Claude: Non,
vamos no meu.
Rosa: Você pode
até ir no seu, mas eu vou no meu. Se quiser, você vem no meu tá, eu mando
esterilizar depois.
Claude: Eu, no
carro com você dirigindo? Depois daquela manobra? Nem maluco!
Rosa: Ta, então
vai a pé. Eu vou no meu carro.
Claude
revirou os olhos e respirando fundo, entrou no carro de Rosa. Um carro
tipicamente a cara dela. Bichinho de pelúcia em forma leãozinho. Em seu porta
luvas tinha praticamente um arsenal de maquiagem, fora os adesivos também de
leõezinhos grudados no fundo do carro.
Chegando
na obra, depois um trânsito horrível, os dois desceram, Rosa entregou o
capacete a Claude e eles seguiram para obra.
Rosa saiu
na frente com nariz em pé e Claude apressava o passo até ela. As cantadas do
peões eram uma mais atrevida que a outra o que irritou Claude.
Claude: Da
próxima vez, coloque um vestido maior.
Rosa: Acho que
só você ta incomodado.
Claude: Non é bom
pra imagem da construtora.
Rosa: Claude me
deixa, ta!!!
Rosa
atravessou toda obra até chegar ao encarregado.
Rosa: Recebi um
telefonema, qual o problema?
Encarregado: O
problema é que não estamos sabendo como colocar esse concreto e em que parte
colocar, pois se puxarmos para o lado esquerdo vai prejudicar a estrutura.
Rosa: Esse
concreto é pra ser colocado junto àquela parte do prédio. (Disse apontando)
Claude: Non...
non, esse concreto é pra ser colocado nesse espaço.
Rosa: Se
colocar nesse espaço aqui, vai faltar espaço pra pilastra.
Claude: Faça o
que eu disse.
Roa: Não
senhor, faça o que eu disse.
Claude: Vem aqui!!!
(Disse puxando Rosa pra um canto)
Rosa: O que
foi, hein?
Claude: Você ta
querendo estragar tudo é?
Rosa: Primeiro,
você não foi chamado nessa obra Claude; segundo, eu sei o que to fazendo.
Claude: Ah, sabe?
Saiba que ta ordenando uma coisa errada. Se esse prédio ficar sem o alicerce
certo ele non vai durar muito.
Rosa: E se
colocar desse lado ali, vai prejudicar o prédio vizinho.
Depois de
resolverem o local certo onde seria colocado e comandar outras coisas, mesmo
depois de muita discórdia, eles foram embora.
No caminho
de volta, os dois permaneceram em silêncio, chateados e seguiram pra
construtora.
Mal
entraram no prédio, Sílvia já foi logo chamando Claude.
Sílvia: Dr.
Claude, ainda bem que o senhor chegou. O Dr. Frederico não para de ligar, disse
que quer falar com o senhor urgente.
Claude: Mon Dieu,
mas que urgência é essa, hã?
Claude se
dirigiu para sala onde Rosa já se encontrava e retornou a ligação.
Claude: Frederico
me desculpe por lhe fazer esperar. Estava cuidando pessoalmente de uma obra.
Frederico: Claude,
eu te liguei, porque tenho urgência em realizar a reunião pra assinar o
contrato, pois vou passar um mês resolvendo negócios no Estados Unidos.
Claude: Claire,
claire, entendo. Mas, pra quando é essa urgência?
Frederico: Preciso
que esteja aqui ainda no inicio da manhã, de amanhã.
Claude: Mon
Dieu... tom rápido assim?
Frederico: Espero
que entenda.
Claude: Non tem
problema, eu posso sair agora no fim de tarde de carro e creio que chego aí
ainda na madrugada. Estarei logo cedo em seu escritório.
Frederico: Ah,
preciso que sua sócia, Rosa Petroni, também compareça. O documento exige a
assinatura dela.
Claude: Tem
certeza disse?
Frederico: Claro que
tenho. Tenho que desligar, aguardo vocês amanhã.
Claude: Era só o
que me faltava pra completar meu dia.
Rosa: O que ele
disse?
Claude: Quer que
a reunion seja no inicio da manhã, de amanhã.
Rosa: É, pelo
visto você vai ter que sair agora e pegar a estrada.
Claude: Nós
vamos.
Rosa: Nós? Não,
to muito bem aqui.
Claude: Ele exige
a sua presença.
Rosa: Mas que
droga! Então é melhor irmos logo. Vou passar em casa, depois passo na sua casa
pra te buscar.
Claude: Non, non
mesmo. Nós vamos no meu carro.
Rosa: Eu não
entro naquela lata velha.
Claude: Nem
pensar. Non vou sair na estrada a noite, com você dirigindo feito doida com
aquele carro.
Rosa: Então, vá
no seu, que eu vou no meu.
Claude: Eu
aceitei ir no seu carro de manhã. Enton, agora você vai no meu e ta decidido.
Passo na sua casa daqui a meia hora.
Rosa não
teve como retrucar e resolveu aceitar. Também, porque não estava afim de
dirigir.
CONTINUA...
Joyce, que casal do barulho, esse! Como será essa viagem dos dois, estou curiosa? Muito engraçado esse capítulo! Bjs.
ResponderExcluirMaria até eu me divirto com esse casal. Tava relendo aqui e rindo mto. Essa viagem promete! Além de engraçada tem mto romance no ar. Bjs
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