CAPÍTULO
XV- PERIGOS
Rosa e Claude adormecem satisfeitos um do outro. Um
tempo depois, Rosa desperta com o peso do corpo de Claude sobre o seu:
C: Acorda, dorminhoca...- Sussurrava ele
...enquanto passeava com seu rosto pelo
colo dela, provocando arrepios em sua pele. – A gente tem que ir, hã?
R: Hummmm... deixa eu dormir. Só mais um pouquinho...
E arca o corpo, tremendo pelos carinhosque recebe.
C: Tem certeza que vocêquer dormir? A gente podia
tomar um banho... Tem uma banheira enorme ali... prontinha pra nós chérie... E
fica olhando pra ela, esperando uma resposta.
R; Tá bom... quem vai primeiro? – Diz
“seriamente”com um olhar de provocação.
C: Eu... Você... pode ser qualquer um de nós.. porque no final seremos dois voando lá
dentro...
R: Então a gente pode ganhar tempo e ir juntos...
Eles retornam pra casa. Sobem direto pro quarto, onde literalmente
caem na cama, exaustos, mas felizes.
R: Você me deu a melhor noite da minha vida... Eu
nunca pensei que pudesse me sentir assim... – Diz pra Claude, já fechando os
olhos...
C: Assim como, chérie? – Murmura ele, já quase
dormindo.
R: Completa e tão incrivelmente eu mesma...
E os dois vão para o mundo de Morfeu, num merecido descanso
do amor.
O dia seguinte.
Todos estãona construtora.
Rosa e Gurgel preparam tudo que irão levar à apresentação do projeto aos
americanos.
Na sala de Claude:
F:Claude, já ligaram avisando que dia os Smith`s vão
chegar?
C: Ainda não Frazon... Nem
sobre o encontro.
F: A Janete tá se saindo muito
bem nas negociações com os bancos e imobiliárias... ela vai longe! Só espero
que não muito longe de mim...
C: Eu non acredito!
OFrazonzinho com medinho de perder alguém?
F: Muito engraçadinha sua
piada! Claude, eu to pensando em pedir a
Janete em casamento, que você acha?
C: Se vocês se amam, eu non
vejo porque non... Até porque se non der certo sempre tem o divórcio, hã?
F: Eu preciso perguntar pra
Rosa o que ela anda fazendo com você! Ultimamente seu humor tá meio “jeito Frazão
de ser”... Muito cheio de piadinha...
C: Ah! Mon ami... A Rosa me
faz feliz!....Só isso!
F: Olha aí! O francês dizendo
que “uma” mulher faz ele feliz! To
passado! Kkkkkkkkk
C: Frazon... a Rosa é a mulher
de minha vida! Non sei porque não a conheci antes, hã? E por falar em chegar, a
Roberta tá vindo gravar no Brasil.Você já sabia?
F: Não! Ela te ligou?
C: Non, vi uma nota num jornal
ontem. Bem pequena por sinal. Acho que ela non quer alarde...
F: A Alabá, ela vem também?
C: Deve vir. Afinal além de
amiga, ela é assistente pessoal de Roberta.
F: Bom,o passado deve ficar no
passado. Ela fez as escolhas dela, eu fiquei com as minhas! Simples assim.
Vamos voltar ao trabalho, que é o que interessa.
Estados Unidos- Nova York
N: Júlio, você foi o quê?
Ameaçado pelos idiotas com quem você jogou? Você perdeu a noção? Aqui não é o
Brasil! Aqui “eles” mandam!
Ju: Calma,Nara! Eu já tenho um
plano... Já sei onde arrumar dinheiro para pagá-los. Não vou precisar do seu
dinheiro pra isso! E vai ser lá no Brasil mesmo. Já que estamos voltando pra
lá. Você tem seus golpes, eu vou planejar os meus!
N: Você está passando dos
limites, Júlio! Se envolver com a Máfia! Era só o que faltava! Ainda bem que
nossa partida está próxima, no mesmo vôo de um certo casal de americanos...
Rio de Janeiro
R: Meu Deus, Alabá! Eu já
tinha esquecido do calor dessa terra maravilhosa! Fazia algum tempo que eu não
vinha para o Brasil, principalmente pra gravar..
Al: Você firmou sua carreira
lá fora na Europa, fez poucos trabalhos por aqui, não é?
R: É. Aqui eu começei no
teatro. Um produtor francês assistiu a peça e me indicou pra um teste, na
companhia dele. Daí pro cinema foi um pulo.
Al: Você não se arrepende de
ter se divorciado? Gerard Vermont é um
nome de peso nesse meio.
R: Não dava mais amiga! Nem
pra ele, nem pra mim. E já faz muito tempo. Eu aprendi a não misturar as
coisas. Foi difícil mas eu aprendi.
Al: Sei. Então o Sérgio é o
que? Obra do acaso?
R: Bom, a gente tá se
conhecendo. Temos algumas coisas em comum: somos brasileiros, de origem pobre,
etc, etc, etc. E ele soube aproveitar a bolsa de estudos naquela escola de arte.
Tanto que passou nos testes do filme.
Al: Você não se importa que
ele seja mais novo que você?
R: Não. Isso é uma coisa que
está bem clara pra nos dois: quando não der mais a gente se separa e pronto. Eu
não vou deixar de ser feliz por um tempo, pra ser infeliz pela vida toda!
Al: Bem, amanhã ele chega em
São Paulo e encontra com a gente lá não é? Vamos de carro ou de avião?
R: De avião, amiga. Quero
chegar bem cedo. Temos alguns amigos pra
visitar!
Al: Você podia me deixar de fora dessa visita...
R: Alabá não é fugindo que
você vai resolver seus conflitos. Você fez a escolha que era melhor pra você na
época... pare de se lamentar... o que está feito, está feito!
À noite no apartamento de
Claude.
Ele está concentrado em alguns
documentos. Rosa e Dadi preparam o jantar.
R: Dadi, você precisa ir lá na
casa do Claude, ver a restauração. Você
conheceu aquela casa antes, não?
D: Conheci sim, D. Rosa.
Aquele jardim era o xodó de D. Anabelle.
R: Eu gostaria muito de tê-la
conhecido. Acho que eu me daria bem com ela...
D: Eu tenho certeza D. Rosa!
Ela era uma pessoa assim parecida com a senhora, no jeito de ser. Não tinha
frescura, tratava todo mundo igual. Ela deve de tá protegendo vocês!
R: Então ela deve estar
feliz.O Colibri disse que algumas
roseiras já estão com botão, Dadi. Você
pode ir amanhã, lá, na casa do Claude?
C: Rosa, porque você fala “casa
do Claude”, hã? - Pergunta ele, que tinha se aproximado da cozinha – Aquela
casa é sua também. Ela é nossa. Nossa casa!
R: Você me assustou! Agora deu
de ouvir minhas conversas com a Dadi é?
C: Eu vim pegar água. Non
tinha como non ouvir. E sim, minha
mãe iria gostar muito de você, chérie.
Mas non mais que eu, d´accord?
R: D`accord – E bate
continência pra ele - rsrsrsrs - Vamos
jantar, então?
Durante o jantar.
C: Chérie, tenho uma novidade pra te contar! Você vai gostar, tenho certeza!
R: Se eu vou gostar... conta logo!
C: Frazon vai pedir Janete em
casamento!
R: Que ótima notícia! Ai, eu queria ver a carinha dela, quando ele
pedisse. Nossa ela vai aceitar, ela adora ele!
C: Você torce muito por eles,
non?
R: Eu adoro ver meus amigos
felizes, assim como nós!
O telefone toca. Dadi atende.
D: Residência do Dr. Claudes Geraldy!
R: Por gentileza, ele está? É
Roberta Vermont.
D: Um momento, por favor. Dr.
Claudes é D. Roberta Vermont
C: Ah!. Passa aqui Dadi. - Roberta!
Como vai mon amie? Você já está no
Brasil? Sei... amanhã você desembarca aqui em São Paulo. Claro que pode...
Ele percebe que Rosa quer sair
da sala de jantar e a segura pelo braço, fazendo-a sentar-se ao seu lado, no sofá.
C: ... me encontrar na
empresa. Eu quero que você
conheça alguém muito especial. Ela está aqui do meu lado. Rosa, Rosa é o nome
dela! Oui... Até amanhã enton, beijinho!
C: Por que você ia sair daqui,
hã? Eu non tenho segredos pra você. E Roberta é mesmo só uma amiga querida.
Quando minha mãe morreu, ela fez o papel de irmã mais velha. Escutou meus desabafos, tentou fazer eu non brigar com meu pai, e além de
você foi a única pessoa
que me viu chorar!
R: Não precisa se explicar,
Claude. Você tinha uma vida antes de me conhecer, assim como eu tinha a minha.
Eu não sou criança, mas desculpa se pareci uma.
C: Eu sei que você non é mais
criança, mon amour. Ma já estava imaginando coisas que nom existiram...
R: Fui tão transparente assim?
C: Como água num copo de
cristal!
Manhã seguinte. Na
construtora.
Rosa está na sala de Gurgel que fora até a casa de Claude com Colibri,
juntamente com Janete.
R: Janete, você sabia que o
Claude conhece a Roberta Vermont? A atriz?
J: Sabia sim, Rosa, eu estava mesmo querendo falar com
você.
R: Ah! Eu sabia! Eles tiveram
um caso, não é? - Diz Rosa muito brava.
J: Não, Rosa. Que eu saiba
não. E se tivessem alguma coisa eu saberia. Porque o Frazão é que teve algo com a assistente
dela.
R: E você está preocupada
porque elas estão aqui, não é?
J: Amiga, eu amo o Frazão,
apesar de saber que ele foi muito mulherengo. Eu sofri muito, passei muitas
noites chorando, porque ele não se
decidia se queria assumir comigo, “só” comigo.
R: Mas ele assumiu, Jane. Ele pode ser
brincalhão, fazer piada de tudo, mas ele
realmente te ama. Tá até preocupado com o seu sucesso, em te perder pra
algum outro diretor por aí...
J: Sério? Como ele pode pensar isso! Mas agora com a Alabá por aqui, ele
pode ter uma recaída por ela!
R: Foi algo muito sério? De
muito tempo?
J: Ele não me contou os
detalhes. Foi há uns oito ou dez anos, quando ele foi fazer um estágio por lá,
na empresa do pai do Claude. Eles se conheceram e rolou algo muito forte entre
eles, mas ela preferiu a carreira,
a vir pro Brasil com ele...
R: Você já conversou com ele
sobre isso? Já falou de suas dúvidas?
J: Já. Ele disse que me ama.
Que quer ficar comigo. Que vai me provar
isso.
R: Então confia nele, Janete.
Confia no seu amor por ele e no dele por você.
J: Ah! Rosa! Você é a irmã que
eu nunca tive! Obrigada por me ouvir, viu? E dá um abraço nela.
Na sala de Claude.
F: Claude, eu tomei uma
decisão. Eu vou falar com a Janete agora!
C: Frazon, você tem certeza, ou está apenas querendo fugir da
Alabá?
F: Alabá e eu tivemos muitos
momentos bons, mas o amor
precisa de confiança, de sincronia, de cumplicidade, assim como
você e Rosa. O nosso tempo passou. Agora eu sou cem por cento Janete!
C: Enton vai lá mon ami! Ah!
Rosa e eu queremos ser os padrinhos, hã?
F: Eu não escolheria outros!
Ele vai até a sala onde Janete
está com Rosa.
F: Com licença, minhas
queridas! Janete, eu quero falar com você um momento.
R: Já vi que estou sobrando!
Eu vou falar com o Claude. – E sai da sala.
Frazão segura a mão dela e
diz:
F: Janete, eu pensei que nunca
diria isso na minha vida, que seria sempre
livre, solto na noite. Mas de uns
tempos pra cá, eu percebi que nunca
tinha sido tão feliz, como quando eu
estou com você. Eu cansei de acordar sozinho, sem você ao meu lado.......Janete
você aceita se casar comigo?
J: Se eu aceito? Frazão eu te
amo! É claro que eu aceito! Mas, isso não é uma fuga da Alabá, não? Eu não
quero ser a última a saber, se for isso!
F: É justamente o contrário, a
vinda dela me deu a certeza que é você
que eu quero! – E coloca uma aliança, no dedo de Janete, a beijando suavemente.
Sala de Claude:
R: Com licença, Claude....
C: Rosa, non precisa pedir
licença. Você é minha esposa, hã? Além de supervisora da empresa. Ou seria o
contrário? Diz levantando e se aproximando dela.
R: Hummm, o Frazão tem razão! Você anda muito
estranho, fazendo piadinha!
C: Por falar nele, ele foi
pedir a Janete em casamento.
R: Eu sei. Por isso sai de lá.
Eu espero que ela seja tão feliz como eu!
C: Impossível, chérie! Eu
roubei toda felicidade do universo pra te dar, hã? E a beija na boca, prosseguindo pela extensão do pescoço até
chegar aos ouvidos dela, onde sussurra: Só pra você!...
O toque dele na sua pele,
provoca um tremor. Seu corpo reconhece as carícias e ela passa suas mãos pela
nuca dele, querendo mais...
S: Com licença, Dr. Claude...
C: Mon Dieu!
S: Éhh, desculpa. Eu bati na porta.
R: Tudo bem Sílvia. Alguma coisa urgente?- Diz se aprumando...
S: Visita para o Dr. Claude...
D. Roberta Vermont...
C: Ah, d´accord! Faça ela entrar, por favor, Silvia.
Sônia está muito legal, acho que Rosa e Janete, não vão escapar de umas ceninhas de ciúme rsrsrs. E a chegada de Nara e Júlio, vai ser um problema! Mas, a história está muito boa, leve e romântica! Bjs.
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