terça-feira, 6 de novembro de 2012

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 28 - AUTORA: SÔNIA FINARDI


CAPÍTULO XXVIII – NOTÍCIAS 3

Rosa deixa a sala do médico.  Janete a esperava na recepção.
J: Nossa, Rosa! Que demora! Tá tudo bem? Eu já estava preocupada...
Mas Rosa não responde de imediato. Parece em outro mundo...
J: Rosa! Rosa! Não está se sentindo bem? Vem senta um pouco aqui. E Rosa se deixa levar por Janete.
R: Eu estou bem Janete... rsrsrs Nós estamos muito bem!
J: Nós? Então eu estava certa, amiga? Você está grávida!
R: Eu estou Janete! – De gêmeos! – Diz toda sorrisos...
J: O que? Gêmeos? Esse francês não estava de brincadeira, quando disse que queria ter um filho! Foi logo fazendo dois! Parabéns, amiga!!!!!  - Janete abraça Rosa!
R: Obrigada Janete! Mas você vai manter isso em segredo! Nada de contar para o Frazão, hem?!
J: Pode confiar, Rosa. Eu não vou falar... Palavra de Janete! – E faz o gesto dos escoteiros.
R: Vamos até o Shopping... eu quero comprar umas coisinhas... e comer algo... to com muita fome, amiga!

Enquanto isso na construtora:
F: Claude, você desistiu de ter um filho? Não escuto mais você falando nisso...
C: Non desisti non, Frazon... Só estou dando um tempo, hã. Tudo isso acontecendo com Rosa...  a história de non ser uma Petroni, a perseguiçon do Júlio... não é justo eu insistir nisso agora...
F: Tem razão, mon ami. Não seria nada fácil pra ela uma gravidez agora... com esse maluco solto por ai...
C: Assim que esse... esse sujeitinho for preso e condenado pela polícia ou pelos traficantes... eu volto a falar com Rosa sobre filhos.
F: Deus me livre de estar sendo mau, mas seria melhor se ele fosse pego pelos traficantes... seria uma certeza que ele nunca voltaria a atormentar ninguém...

No Shopping...
Rosa e Janete almoçam sob o olhar atento de Rodrigo e de um segurança.
J: Nossa Rosa, você está inspirada...  esse CD que você comprou é puro romance... E esses pares de sapatinhos... ai to até com inveja! Quero um bebê também...
R: Isso você resolve com o Frazão! Rsrsrsrsr
Elas acabam de comer.
R: É muito desagradável ficar andando com segurança o tempo todo, você não acha Janete?
J: Mas é para a sua segurança, minha amiga...  Enquanto aquele sacana do Julio não for pego, você corre perigo... você sabe disso..
R: É eu sei... – Responde triste.
J: Ah, não! Nada de pensamentos negros, minha amiga! Alto astral, que você não pode passar tristeza para os meus afilhados! Eu vou ser a madrinha, não vou?
R: É, eu vou pensar no seu caso!  Rsrsrsrsr
J: Nossa, Rosa... magoei...- Brinca Janete. – Mas e aí, quando é que você vai contar pro Claude?
R: No Natal, Janete. Vai ser o presente de Natal do Claude...
J: Que fofo, Rosa! E como é que você vai contar?
R: Isso é surpresa, Janete... Mas vai ser muito divertido... tenho certeza! Rsrsrs

Mais tarde, elas voltam à construtora.
C: Mon Dieu, Rosa! Você comprou o shopping todo? – Brinca ele, vendo as várias sacolas.
R Isso? É só o básico! Ainda vai ter muita coisa pra comprar...
C: E você tem alguma coisa pra resolver na sua sala?
R: Não... a dispensa do pessoal já está programada, eles estão terminando a parte elétrica, você viu... só falta mesmo a transferência dos famosos dólares...
C: Enton, fica aqui comigo, hã? E a segura pelas mãos.
R: Uau! Isso tudo é saudades? – Pergunta olhando nos olhos dele.
C: Oui... eu non estou contigo, há exatamente – olha para o relógio – oito horas, treze minutos e alguns segundos... é muito tempo sem te beijar...
R: Não seja por isso... - E se entrega àquele carinho, que como sempre começa suave e  logo exige mais de cada um deles... fazendo com que se esqueçam de tudo à sua volta...
F: Claude tem uma pilha de doc...
C: Frazon, você non sabe bater na porta antes de entrar, non?- Diz afastando-se de Rosa.
F: Desculpa, desculpa... eu não sabia que Rosa estava aqui... mas podemos resolver isso, colocando aquela plaquinha de “não perturbe”. Que vocês acham? rsrsrsr
C: Frazon... vai por plaquinha na...
R: Calma, Claude... ele tem razão, é melhor eu sair...
C: Non, nada disso! Você fica aí, sentadinha nesse sofá. Eu vou assinar esses documentos e depois vamos pra casa, d'accord? E você, Frazon, pode ir...
F: Já sei, já sei... to indo pro Saara catar coquinhos... – Ele vira as costas e vai saindo – Mas vou levar minha Janete comigo!

Rosa fica ali, observando, enquanto ele lê e assina os documentos, sempre olhando pra ela com um sorriso. Ela pega um livro de histórias que comprara no Shopping pra ler, se distrair. Mas...
“Eu podia contar agora meus amores... – diz olhando para seu ventre – ...mas vocês vão perdoar a mamãe... só mais dez dias... a gente consegue! Nós vamos fazer uma grande surpresa pro papai... a primeira de muitas... prometo!”
Ela fecha os olhos, imaginando como serão seus filhos: um casal; dois meninos; duas meninas... “que venham com saúde... porque amor eles já tem!”... e seus pensamentos voam...
Quando Claude a olha, percebe que ela adormeceu. Ele vai até ela e a acomoda melhor no sofá.
C: Chérie... você está ton linda assim, sorrindo enquanto dorme... - e dá um selinho nela. - Ele repara no livro caído no chão - “Alice no país das maravilhas”... pelo seu sorriso, você deve estar lá, mon amour.
Ele volta à sua mesa, e continua lendo os documentos. Isso toma mais tempo do que ele esperava e quando finalmente termina, já são mais de seis horas...
Ele arruma tudo e vai até Rosa:
C: Rosa... Serafina... Chérie... acorda, hã? – Ele passa gentilmente suas mãos pelos cabelos, face e braços dela.
R: Claude? Nossa, eu dormi!
C: Oui... como uma criança, hã? Mas agora tá na hora de voltar pra casa, minha Alice...
R: Alice? – Pergunta ainda sonolenta... e o vê  segurar o livro...
C: Você comprou um livro de histórias infantis?
R: É... é presente pra uma menina lá do casarão... neta da D.Antonieta... - Fala rapidamente. Vamos pra casa então?
C: Vamos... mas antes deixa eu terminar uma coisa... – E a beija, profundamente. – Te amo...  muito, hã?
O telefone toca.
R: O telefone...
C: Deixa tocar...
R: Mas pode... - Claude invade sua boca, passeando por ela, com todo desejo de um homem apaixonado... quando escutam a voz na secretária eletrônica.
Rosa estremece.
Ju: Eu sei que vocês estão aí!  Claro que não querem falar comigo... Então escutem bem... Melhor se cuidarem mais... você, francês, devia cuidar mais da  Serafina, não deixar ela por aí fazendo compras com sua amiguinha... só com um segurança... rsrsrsrsrs Amanhã... amanhã é o dia da transferência... o prazo é amanhã! Já passei o número da minha conta... fantasma, claro! Esse dinheiro vai ser meu, por bem ou por mal...  TEM QUE SER MEU!
É meu último aviso.
R: Meu Deus! Ele está nos vigiando, Claude! Ele sabe aonde vamos, onde estamos... quando estamos...
C: É um covarde!  Non tem coragem de aparecer, porque sabe que será pego, hã?
R: Covarde ou não, ele tem quem o ajude, interessado no que ele possa render, é claro! E eu estou com medo do que ele está tramando, ainda mais agora que eu estou... - ela se contém a tempo...
C: Agora que você está? Continua, chérie...
R: Agora que eu estou pra ser a portadora desses dólares! É isso. É por isso que ele me vigia... eu sou a porta de entrada do dinheiro pra ele...
C: Rosa, a polícia civil tem uma equipe atrás dele. Até a Polícia Federal está caçando ele... sem contar os mafiosos americanos... e os próprios traficantes que ele se envolveu aqui... Ele sabe que se for visto, non escapa... e uma hora ele vai ter que aparecer...
R: Eu espero que ele seja pego antes que nos pegue...
C: Será, hã? Será! Vamos... com vigilância ou sem... temos que ir pra casa, chérie.
Rosa dá um longo suspiro e responde:
R: Vamos... - Ela começa a pegar as sacolas de compras.
C: Deixa eu te ajudar com essas sacolas...

No apartamento.
C: Dadi, ajuda Rosa a levar isso tudo pro quarto, por favor, hã?
D: Pode deixar comigo, D.Rosa... a senhora tá comprando o enxoval do...
R: Do casamento, Dadi. Esqueceu que vamos nos casar na igreja? – Ela fala rapidamente, antes que Dadi termine seu raciocínio.
D: Ah... é claro!  Não é que eu ia esquecendo disso?!
Claude, sem suspeitar de nada, espera que elas subam ao quarto, e vai conferir se há mais ligações de Júlio.
Ele escuta a mesma chantagem que ouvira no escritório. Ele salva a conversa e envia por email para Paulo, conforme combinado.
Quando ele entra no quarto, Rosa está guardando o que comprou. Ele pára e fica olhando pra ela. Ela se volta pra pegar mais alguma coisa e se assusta.
R: Ai! Você me assustou... Faz tempo que você ta aí? – Pergunta receosa que ele tenha visto os sapatinhos que ela escondera, no fundo do armário...
C: Non sei... eu perco a noçon de tempo quando fico te admirando... você estava ton feliz, distraída mesmo...
R: É apesar de tudo que está acontecendo eu estou muito feliz!
C: E posso saber o motivo de tanta felicidade? – Se aproxima de Rosa, e passa as mãos em seus cabelos, colocando-os atrás de sua orelha.
R: Pode... Você é o motivo da minha felicidade! Você e tudo que você me deu!

C: Hummm e o que foi que eu te dei, que te deixou ton feliz? – Sua voz é quase um sussurro, um delicioso convite... 
R: Amor, fantasia, desejo, prazer,... e muito mais... – Ela responde no mesmo tom...
C&R: Eu te amo... - Eles falam ao mesmo tempo e sorriem...
C: Porque a gente tá falando ton baixinho?
R: Não sei... acho que isso é um segredo... um segredo só nosso! E o atrai para si, rodeando-lhe a nuca com as mãos, enquanto sua boca se atreve sobre a boca de Claude, mordendo-lhe de leve os lábios... De repente ela se afasta e diz:
R: Vem cá... eu comprei um presente pra você!
C: Presente? Assim, sem data especial?
R: Presente é presente, não precisa de data especial... abre... vê se você gosta...
Ele abre o presente.
C: Voila! Um CD de músicas italianas... e com dedicatória... “Ao meu amor francês, uma recordação italiana. Com carinho S. Rosa P. Geraldy”
R: Então? Gostou? Eu vi esse CD na loja e lembrei de você! Eu cresci ouvindo essas músicas! Meu pai e minha mãe viviam cantando juntos com os LPs dele...
Claude repara que ela falou nos pais de forma carinhosa, sem aquela frieza e sorri.
C: Você non vai acreditar, mas minha mãe amava música italiana! Ela dizia que era romântica... que aquecia o coraçon dela... Vamos ver que músicas têm aqui, hã?
R: É uma coletânea, vários artistas, desde os anos 60... Minha mãe contava que quando meu pai foi servir o exército, ela ouvia esta daqui... deixa eu por... é linda...  mas eu espero nunca ter que ouvi-la por você...


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=NNLnzdO5Es0

Assim que a música começa...
C: D'accord... eu me recordo dessa canção... é linda, non?
Eles acabam sentando no chão, abraçados, embalados na música. Rosa até arrisca acompanhar o cantor...
Quando a música acaba, ela está chorando...
C: Rosa? Que foi... porque tá chorando, hã? Eu non pretendo te deixar nem por um minuto, quanto mais por um ano, chérie...
R: Não sei... nem percebi que chorava... acho que foi saudade da minha infância... dos meus pais... - Diz enxugando as lágrimas...
C: Você ouviu o que você disse? – Ela olha pra ele como quem pergunta “o que”. – Você disse “saudades” - “meus pais”... Seu coraçon já aceitou tudo, mon amour... só falta você ir até eles, hã?
R: É, eu sei... mas estou tão sem jeito, depois do modo como agi... eu fui muito egoísta, pensando só em mim... não parei pra pensar na responsabilidade que eles estavam assumindo... uma criança que não era nada deles... como filha...
C: Ah non! Você non vai chorar de novo!  Que tal irmos até lá? Eu tenho certeza que eles vão te abraçar, hã?
R: Não, agora, não. Tá muito tarde. A gente vai outra hora, de dia...
C: Enton, vamos assistir um filme, uma comédia, d'accord? Nada mais de tristeza nessa casa! E com muita pipoca, oui?

Enquanto Rosa toma banho, ele acerta o DVD com o filme escolhido: “Se eu fosse você”.
Depois, enquanto ele se banha, Rosa faz a pipoca e troca umas palavrinhas com Dadi.  E volta para o quarto. Claude já está deitado na cama e faz sinal, chamando-a e mostrando o lado vazio da cama:
C: Ahhhh... até que enfim, non? Pensei que non vinha mais... ia ficar lá de segredinho com Dadi... – Diz com cara de criança birrenta...
R: Não eram segredinhos... eram grandes segredos... seu bobo! Eu tava passando com ela a lista de compras... – Explica e vai se deitando ao lado dele.
Claude aperta play e o filme começa.
Eles vão assistindo e comentando o filme. Riem das cenas engraçadas. Aos poucos, Rosa vai se acomodando no peito de Claude.
C: Essa cena é muito boa, quando “ele” sai da piscina e seca o cabelo... não acha, chérie? Rosa? Mon Dieu, dormiu de novo! Essa maluquinha deve ter andado quilômetros dentro do shopping!
Ele desliga o DVD e permanece com ela aninhada em seu corpo.
C: Boa noite, chérie! – E beija os cabelos dela. Durma com os anjos... Non, melhor dormir aqui comigo mesmo, hã? E acaricia-lhe o rosto, delicadamente, antes de se entregar ao sono também.

Um comentário:

  1. Sônia, por enquanto tudo bem, mas com Júlio sempre atento, logo virá drama, pelo jeito! Legal! Bjs

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