terça-feira, 20 de novembro de 2012

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 31 - PARTE 2 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XXXI - ENTRE A CRUZ E A ESPADA (CONTINUAÇÃO)

Claude e Rosa jantam e conversam um pouco, fazendo planos para depois do casamento. Mais tarde, já no quarto, Claude coloca o CD de músicas italianas que ganhara de Rosa.
C: Que tal uma noite italiana, chérie? – Ele se aproxima dela, enquanto ela escovava os cabelos, em frente ao espelho, ficando atrás. Retira a escova das mãos dela e, delicadamente, passa a escovar seus cabelos, afastando-os para um lado e beijando-a neste local.
R: Hummmm, noite italiana com meu amor francês... Ela sussurra...
Sem esperar ele continua:
C: Vem, dança comigo a dança do amor... do nosso amor... E a puxa contra si, ao som da música, levando-a lentamente ao ritmo da música, enquanto sua boca murmura palavras de amor em seus ouvidos...
R: Cosa non fare per amore! (O que não se faz por amor!) – Ti voglio tanto bene! (te quero muito bem!)
Claude estremece com os carinhos que ela inicia, surpreso por Rosa estar falando em italiano...
C: Non sabia que você falava em italiano... Continua...
R: Só o básico... – Ela sorri - Perché mio marito sei più romantico (porque meu marido  é muito romântico)...
C: Você está cada dia mais linda, chérie...
R: Tu sei la cosa più importante della mia vita (Você é a coisa mais importante de minha vida) – Continua ela.- Capisce? (entende?)
C: Oui... cada palavra, mon amour... e o que eu não entender... eu  posso imaginar...
C: Je vou sai me pour toute ma vie (Eu vou te amar por toda a minha vida…) - Tu est mavie (vc é minha vida).
Ela procura os olhos dele e continua:
R: E tu sei la mia rovina, il mio destino (  E você é a minha perdição, o meu destino). Non può immaginare alla mia vita senza di te, il tuo corpo, la tua pelle (não posso imaginar a minha vida sem você, o teu corpo, a tua pele). Mi sono innamorata di te (Eu sou apaixonada por você). Una passione che mi brucia come il fuoco (uma paixão que me queima como o fogo). Io faro de te um uomo moltofelice questa notte...(eu farei  de você um  homem muito feliz, esta noite). Moltofelice, capisce? – (Muito feliz, entende?)
O quarto se torna pequeno diante da viagem que fazem... sem medos, sem  dúvidas, sem receios... num caminho encantado, onde só  o  desejo, gerado pelo amor, pode explicar o quanto seus corpos se entendem, e se completam, perfeitos, inteiros, culminando numa paz  infinita...

Claude acorda, com Rosa aninhada em seus braços, descansando a cabeça em seu peito.
Ele dá um leve beijo em seus cabelos e a acaricia num movimento de vai e volta pelos braços dela, recordando a intensa noite que tiveram.
C: Rosa... Rosa acorda... – Ele a chama carinhosamente. Rosa apenas resmunga algo incompreensível... - Rosa, mon amour, temos que ir à casa de seus pais... acorda. –Acorda, mon amour...
R: Hummmm... espera só um pouquinho... eu to sonhando...
C: Non está non... foi tudo muito real,  muito verdadeiro… Você me surpreendeu, hã?
R: E foi assim, uma surpresa boa? – Pergunta, sem abrir os olhos.
C: Muito boa... encantadora e  ousada, eu diria... Mas agora – ele puxa lençol de cima dela – agora é hora de sair da cama, infelizmente...
R: Pára... não faz isso... - tenta puxar o lençol de volta, mas ele não deixa... Claude!
Um bom tempo depois, eles finalmente levantam.

Dadi já os esperava com o café da manhã. Eles tomam rapidamente o café e saem rumo ao casarão.
Claude resolve ir com seu carro. Atrás vão Rodrigo e o segurança, seguindo-os a uma curta distância.
Os dois vão conversando, distraídos, sem se preocuparem.
R; Amor, eu tenho certeza que meus pais vão querer que passemos o Natal com eles, lá no casarão. Todo ano é assim.  A gente reúne todo mundo à meia noite no pátio. Depois,  é uma  cantoria só...
C: Por mim, tudo bem, chérie... onde você estiver eu estarei...
R: Nossa, que lindo isso... “onde você estiver, eu estarei”. Parece frase de filme..
C: È do nosso filme, hã? Da nossa vida... Mas o que é isso agora?
R: O que amor? E olha pra frente – Parece uma blitz, Claude... tem alguns policiais...
C: Ah, non! Eles ton fazendo sinal pra gente parar...
R: Então pára... a gente não fez nada errado... e eu  não quero ser perseguida por eles...
C: Oui... - Claude vai parando o carro ao sinal dos policiais.
Porém, assim que pára:
Pol: Descendo do carro, rápido!
C: Descer por que, hã? Non fizemos nada de...
Pol: Desce do carro, ohh  bacaninha! Agora – E aponta uma arma pra eles...
R: Meu Dues, Claude é um assalto! Não são policias, olha as armas deles!
C: Calma chérie... Nós vamos descer e vocês podem levar o carro... - Vai falando Claude, quando escutam uma voz conhecida:
Ju: Você desce, francês... Ela vai junto com o carro.
C&R: Júlio! Você está maluco! – Rosa fala...
Ju: Eu avisei... não estava brincando.. Agora façam o que eu mandar e ninguém sai ferido.
Rodrigo e o segurança que vinham mais atrás se aproximam a pé, pois tinham visto tudo...
Alguns falsos policiais se aproximam como se estivessem fazendo a segurança
Ju: Desce, francês! Sem querer bancar o herói dessa vez... Meus... parceiros estão armados e não hesitariam em atirar...
Rosa e Claude vão descendo do carro...
Ju: Você não, Serafina! Você assume a direção, belezinha! Você vai comigo... – diz passando as mão pelo rosto dela.
Claude perde a cabeça e tenta se aproximar dele, mas é contido por um dos falsos policiais, que mostra a automática pra ele.
Rodrigo se aproxima cada vez mais, com o segurança.
Júlio se aproxima de Claude com um sorriso irônico nos lábios:
Ju: Eu tava doido pra te encontrar, seu francês idiota... e te devolver isso! – E dá um soco em Claude, que não esperava, se desequilibra e cai, batendo a cabeça.
R: Claude! E tenta descer do carro, mas o “parceiro” de Júlio não deixa. Claude! Olha pra mim...
Rod: Dr. Claude! Ele chega bem perto de arma em punho junto com o segurança.
C: Non reage, Rodrigo! Rosa tá no caro! Ai... minha cabeça! Vão pro carro, rápido... mas non reage, Rodrigo! Mas vai atrás deles... vai! Non perde mais tempo. Vai!
Júlio entra no carro junto com Rosa e tudo acontece muito rápido dai pra frente.
Ju: Liga esse carro e sai... sem olhar pra trás... - Como ela não obedece, ele ameaça – Vamos, Serafina, se não quer que eu de um fim nele , me obedece!
Ela liga o carro, olha pra fora, vê que Claude a olha, desesperado, sob a mira de várias armas...
Mesmo com o vidro fechado ela tenta falar pra ele...
R: Claude!...Claude, escuta! Eu to grávida! - Mas ele não ouve, pois Júlio dá um jeito de pisar no acelerador e sair em arrancada, fazendo com que Rosa precise olhar pra direção do carro.
Ju: Grávida? Que ótima noticia! Você agora vale por dois, então! Brinca cinicamente.
Os capangas de Júlio deixam o local, deixando Claude sozinho
Claude fica parado no meio da marginal, tentando achar um táxi e ligando do celular para Paulo.
C: Mon Dieu! Fora de área... Ai! Minha cabeça...
Um pouco mais atrás.
Al: Antoninho... não é o Claude ali parado na beira da pista?
Ant: Parece, mas não pode ser... eles já devem estar perto do casa... Meu Deus é ele, Alabá...
Ele pára o carro:
Ant: Claude... o que aconteceu? Cadê a Serafina?
C: Antoninho! Obrigado MonDieu! Ele levou ela... era uma blitz, uma falsa blitz, nós paramos... e aquele infeliz levou ela... – Diz entrando no carro dele.
Ant: Quem levou quem, Claude? E pra onde?
C: Mon Dieu, Antoninho! O Júlio, armou uma falsa blitz e seqüestrou a Rosa! Eu to tentando ligar pro Paulo, mas só da fora de área... o Rodrigo foi atrás deles...
Al: Meu Deus, Claude... Antoninho, que podemos fazer, agora?
Ant: Bem, acho que o melhor é irmos pro casarão... de lá a gente toma outras medidas...
C: Non, precisamos ir atrás deles, tirar Rosa das mãos daquele covarde!
Ant: Claude... não sabemos pra onde ele foi... Seu motorista com certeza entra em contato...
C: Tá certo,,, você tem razon... De qualquer maneira, os pais de Rosa iam ficar sabendo mesmo...
Al: Coitados... justo agora que Rosa se decidiu a falar com eles...

No caminho para o casarão, o celular de Claude toca. É Paulo.
P: Claude... eu já estou sabendo de tudo... Eu tinha um agente fazendo campana com vocês o tempo todo. Ele viu toda a cena. Só não se aproximou, porque não houve disparo e podia por a sua vida e de sua esposa em risco. Já tomamos as primeiras providências...
C: O Rodrigo, meu motorista seguiu eles... mas ainda non sei  de nada... Paulo você tem alguma idéia de onde ele pode estar com Rosa?
P: É melhor falarmos pessoalmente. É claro que ele vai ligar pra você. Vai pra casa, Claude. Eu te encontro lá... em uma hora, ok?
C: D’accord... Eu vou avisar os pais de Rosa... a gente tava indo pra lá... Assim que eu falar com eles, volto pra casa.
P: Tenta localizar seu motorista... ele pode  nos ajudar... Até...

Na casa de Coutinho.
Ele está assistindo a um canal de tv qualquer. De repente entra o plantão de jornalismo.
“Mais um sequestro relâmpago na cidade de São Paulo. Desta vez na marginal Pinheiros. Um grupo, provavelmente de traficantes,  armou uma  falsa blitz, usando até coletes da polícia civil e seqüestrou uma mulher, juntamente com o carro, deixando seu companheiro pra trás. O grupo estava fortemente armado. As imagens que exibimos foram feitas por um celular.”
Comentário do repórter...
“E atenção... a mulher seqüestrada acaba de ser identificada como Rosa Geraldy, esposa de um empresário do ramo da construção civil, Claude Geraldy. Não se sabe ainda o motivo do seqüestro, mas a polícia afirma que já está trabalhando no caso... e prefere não divulgar ainda informações sobre o autor do sequestro...
Cout: Mas que mer... Nara! Nara! Acorda! Grita, enquanto anda até o quarto.
N: Que é isso?! Eu detesto acordar cedo... Pára de gritar...
Cout: Acorda, Nara! O Júlio fez a última e pior burrada da vida dele: seqüestrou a  esposa do francês em plena marginal Pinheiros...
N: Ah é? Olha, ele tornou a subir um pouco em meus conceitos...
Cout: Você sabe o que isso significa, minha cara? Que está na hora de sairmos de cena, porque ele não está mais com a gente... ele fez suas próprias escolhas... e se aliou aos traficantes...
N: E o que temos com isso?
Cout: Temos que estávamos sendo monitorados junto com ele. Ele vai ser pego e vai querer levar a gente junto.  E isso nunca! Eu já estou com a passagem comprada, desde que começaram a prender os bicheiros do Rio de Janeiro. Vou tentar o primeiro vôo que conseguir... Você vem comigo ou não?
N: Melhor irmos separados... Cada um num vôo e nos encontramos depois... Eu ainda quero ver o fim dessa história, ou melhor, dessa Rosa....
Cout: Você quem sabe. Minhas malas já estão prontas. Eu vou pra um hotel.  Despistar é a única saída. Saio em meia hora daqui... Aquele inútil... ferrando todo mundo junto com ele...

Nesse meio tempo, no cortiço, dona Pepa entra toda alvoroçada na casa dos Petroni.
Pe: D. Amália! S. Giovanni! Minha Nossa Senhora... A Serafina...
Am: Que é isso, D. Pepa! Que alvoroço é esse, mulher?
G: Parece que vai tirar o pai da forca, Dio Mio!! Que tem a nostra Serafina?
Pe: Vocês não estão vendo tv, não? A nossa menina, Serafina, ela foi seqüestrada... Tá noticiando em todo canal... tem até imagem que fizeram com celular...
G: Como assim, seqüestrada, nostra Serafina? A senhora ficou maluca, D. Pepa?
P: Liga a tv... D. Amália!
Eles ligam a tv e, enquanto pocuram pelo canal de notíciaas, Antoninho, Alabá e Claude entram no casarão.
C: D. Amália... S. Giovanni... eu preciso falar com vocês...
G: Dotore, é verdade o que D. Pepa ouviu na tv? Que Serafina foi seqüestrada?
Claude não tem como negar.
C: Infelizmente é verdade. Eu estava com ela... Foi o Júlio. Ele armou uma falsa blitz, nos parou, estávamos vindo pra cá. Serafina ia dar a notícia do tombamento do casaron e conversar com vocês... Ia pedir perdon, hã?
Ant: Tio, tia... essa não é a melhor hora, mas essa é a Alabá, minha noiva. E a polícia já entrou em contato com o Claude. Eles estão procurando por eles...
G: Dio Mio... minha filha na mãos daquele farabuto, filho de um mafioso... – Diz chorando.
Am: Eu vou rezar pra Santo Antonio... Ele sempre me atende...
Pe: Eu vou com a senhora, D. Amália.. .Assim o pedido fica mais forte, hem?
C: S. Giovanni, eu non possso ficar aqui agora. A polícia vai até minha casa esperar o contato desse...  desse covarde. Eu quero estar lá. Eu ligo pra vocês assim que tiver uma notícia dela... qualquer notícia...
Ant: Eu levo você pra casa, Claude...
C: Enton, vamos, hã? S.. Giovanni... vai dar tudo certo...

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