Claude
e Rosa jantam e conversam um pouco, fazendo planos para depois do casamento.
Mais tarde, já no quarto, Claude coloca o CD de músicas italianas que ganhara
de Rosa.
C:
Que tal uma noite italiana, chérie? – Ele se aproxima dela, enquanto ela
escovava os cabelos, em frente ao espelho, ficando atrás. Retira a escova das
mãos dela e, delicadamente, passa a escovar seus cabelos, afastando-os para um
lado e beijando-a neste local.
R:
Hummmm, noite italiana com meu amor francês... Ela sussurra...
Sem
esperar ele continua:
C:
Vem, dança comigo a dança do amor... do nosso amor... E a puxa contra si, ao
som da música, levando-a lentamente ao ritmo da música, enquanto sua boca
murmura palavras de amor em seus ouvidos...
R:
Cosa non fare per amore! (O que não se faz por amor!) – Ti voglio tanto bene!
(te quero muito bem!)
Claude
estremece com os carinhos que ela inicia, surpreso por Rosa estar falando em
italiano...
C:
Non sabia que você falava em italiano... Continua...
R:
Só o básico... – Ela sorri - Perché mio marito sei più romantico (porque meu
marido é muito romântico)...
C:
Você está cada dia mais linda, chérie...
R:
Tu sei la cosa più importante della mia vita (Você é a coisa mais importante de
minha vida) – Continua ela.- Capisce? (entende?)
C:
Oui... cada palavra, mon amour... e o que eu não entender... eu posso imaginar...
C:
Je vou sai me pour toute ma vie (Eu vou te amar por toda a minha vida…) - Tu
est mavie (vc é minha vida).
Ela
procura os olhos dele e continua:
R:
E tu sei la mia rovina, il mio destino (
E você é a minha perdição, o meu destino). Non può immaginare alla mia
vita senza di te, il tuo corpo, la tua pelle (não posso imaginar a minha vida
sem você, o teu corpo, a tua pele). Mi sono innamorata di te (Eu sou apaixonada
por você). Una passione che mi brucia come il fuoco (uma paixão que me queima
como o fogo). Io faro de te um uomo moltofelice questa notte...(eu farei de você um homem muito feliz, esta noite). Moltofelice,
capisce? – (Muito feliz, entende?)
O
quarto se torna pequeno diante da viagem que fazem... sem medos, sem dúvidas, sem receios... num caminho
encantado, onde só o desejo, gerado pelo amor, pode explicar o
quanto seus corpos se entendem, e se completam, perfeitos, inteiros, culminando
numa paz infinita...
Claude
acorda, com Rosa aninhada em seus braços, descansando a cabeça em seu peito.
Ele
dá um leve beijo em seus cabelos e a acaricia num movimento de vai e volta pelos
braços dela, recordando a intensa noite que tiveram.
C:
Rosa... Rosa acorda... – Ele a chama carinhosamente. Rosa apenas resmunga algo
incompreensível... - Rosa, mon amour, temos que ir à casa de seus pais...
acorda. –Acorda, mon amour...
R:
Hummmm... espera só um pouquinho... eu to sonhando...
C:
Non está non... foi tudo muito real,
muito verdadeiro… Você me surpreendeu, hã?
R:
E foi assim, uma surpresa boa? – Pergunta, sem abrir os olhos.
C:
Muito boa... encantadora e ousada, eu
diria... Mas agora – ele puxa lençol de cima dela – agora é hora de sair da
cama, infelizmente...
R:
Pára... não faz isso... - tenta puxar o lençol de volta, mas ele não deixa...
Claude!
Um
bom tempo depois, eles finalmente levantam.
Dadi
já os esperava com o café da manhã. Eles tomam rapidamente o café e saem rumo
ao casarão.
Claude
resolve ir com seu carro. Atrás vão Rodrigo e o segurança, seguindo-os a uma
curta distância.
Os
dois vão conversando, distraídos, sem se preocuparem.
R;
Amor, eu tenho certeza que meus pais vão querer que passemos o Natal com eles,
lá no casarão. Todo ano é assim. A gente
reúne todo mundo à meia noite no pátio. Depois,
é uma cantoria só...
C:
Por mim, tudo bem, chérie... onde você estiver eu estarei...
R:
Nossa, que lindo isso... “onde você estiver, eu estarei”. Parece frase de
filme..
C:
È do nosso filme, hã? Da nossa vida... Mas o que é isso agora?
R:
O que amor? E olha pra frente – Parece uma blitz, Claude... tem alguns
policiais...
C:
Ah, non! Eles ton fazendo sinal pra gente parar...
R:
Então pára... a gente não fez nada errado... e eu não quero ser perseguida por eles...
C:
Oui... - Claude vai parando o carro ao sinal dos policiais.
Porém,
assim que pára:
Pol:
Descendo do carro, rápido!
C:
Descer por que, hã? Non fizemos nada de...
Pol:
Desce do carro, ohh bacaninha! Agora – E
aponta uma arma pra eles...
R:
Meu Dues, Claude é um assalto! Não são policias, olha as armas deles!
C:
Calma chérie... Nós vamos descer e vocês podem levar o carro... - Vai falando
Claude, quando escutam uma voz conhecida:
Ju:
Você desce, francês... Ela vai junto com o carro.
C&R:
Júlio! Você está maluco! – Rosa fala...
Ju:
Eu avisei... não estava brincando.. Agora façam o que eu mandar e ninguém sai
ferido.
Rodrigo
e o segurança que vinham mais atrás se aproximam a pé, pois tinham visto tudo...
Alguns
falsos policiais se aproximam como se estivessem fazendo a segurança
Ju:
Desce, francês! Sem querer bancar o herói dessa vez... Meus... parceiros estão
armados e não hesitariam em atirar...
Rosa
e Claude vão descendo do carro...
Ju:
Você não, Serafina! Você assume a direção, belezinha! Você vai comigo... – diz
passando as mão pelo rosto dela.
Claude
perde a cabeça e tenta se aproximar dele, mas é contido por um dos falsos
policiais, que mostra a automática pra ele.
Rodrigo
se aproxima cada vez mais, com o segurança.
Júlio
se aproxima de Claude com um sorriso irônico nos lábios:
Ju:
Eu tava doido pra te encontrar, seu francês idiota... e te devolver isso! – E
dá um soco em Claude, que não esperava, se desequilibra e cai, batendo a
cabeça.
R:
Claude! E tenta descer do carro, mas o “parceiro” de Júlio não deixa. Claude!
Olha pra mim...
Rod:
Dr. Claude! Ele chega bem perto de arma em punho junto com o segurança.
C:
Non reage, Rodrigo! Rosa tá no caro! Ai... minha cabeça! Vão pro carro, rápido...
mas non reage, Rodrigo! Mas vai atrás deles... vai! Non perde mais tempo. Vai!
Júlio
entra no carro junto com Rosa e tudo acontece muito rápido dai pra frente.
Ju:
Liga esse carro e sai... sem olhar pra trás... - Como ela não obedece, ele
ameaça – Vamos, Serafina, se não quer que eu de um fim nele , me obedece!
Ela
liga o carro, olha pra fora, vê que Claude a olha, desesperado, sob a mira de
várias armas...
Mesmo
com o vidro fechado ela tenta falar pra ele...
R:
Claude!...Claude, escuta! Eu to grávida! - Mas ele não ouve, pois Júlio dá um
jeito de pisar no acelerador e sair em arrancada, fazendo com que Rosa precise
olhar pra direção do carro.
Ju:
Grávida? Que ótima noticia! Você agora vale por dois, então! Brinca
cinicamente.
Os
capangas de Júlio deixam o local, deixando Claude sozinho
Claude
fica parado no meio da marginal, tentando achar um táxi e ligando do celular
para Paulo.
C:
Mon Dieu! Fora de área... Ai! Minha cabeça...
Um
pouco mais atrás.
Al:
Antoninho... não é o Claude ali parado na beira da pista?
Ant:
Parece, mas não pode ser... eles já devem estar perto do casa... Meu Deus é
ele, Alabá...
Ele
pára o carro:
Ant:
Claude... o que aconteceu? Cadê a Serafina?
C:
Antoninho! Obrigado MonDieu! Ele levou ela... era uma blitz, uma falsa blitz,
nós paramos... e aquele infeliz levou ela... – Diz entrando no carro dele.
Ant:
Quem levou quem, Claude? E pra onde?
C:
Mon Dieu, Antoninho! O Júlio, armou uma falsa blitz e seqüestrou a Rosa! Eu to
tentando ligar pro Paulo, mas só da fora de área... o Rodrigo foi atrás deles...
Al:
Meu Deus, Claude... Antoninho, que podemos fazer, agora?
Ant:
Bem, acho que o melhor é irmos pro casarão... de lá a gente toma outras
medidas...
C:
Non, precisamos ir atrás deles, tirar Rosa das mãos daquele covarde!
Ant:
Claude... não sabemos pra onde ele foi... Seu motorista com certeza entra em
contato...
C:
Tá certo,,, você tem razon... De qualquer maneira, os pais de Rosa iam ficar
sabendo mesmo...
Al:
Coitados... justo agora que Rosa se decidiu a falar com eles...
No
caminho para o casarão, o celular de Claude toca. É Paulo.
P:
Claude... eu já estou sabendo de tudo... Eu tinha um agente fazendo campana com
vocês o tempo todo. Ele viu toda a cena. Só não se aproximou, porque não houve
disparo e podia por a sua vida e de sua esposa em risco. Já tomamos as
primeiras providências...
C:
O Rodrigo, meu motorista seguiu eles... mas ainda non sei de nada... Paulo você tem alguma idéia de
onde ele pode estar com Rosa?
P:
É melhor falarmos pessoalmente. É claro que ele vai ligar pra você. Vai pra
casa, Claude. Eu te encontro lá... em uma hora, ok?
C:
D’accord... Eu vou avisar os pais de Rosa... a gente tava indo pra lá... Assim
que eu falar com eles, volto pra casa.
P:
Tenta localizar seu motorista... ele pode
nos ajudar... Até...
Na
casa de Coutinho.
Ele
está assistindo a um canal de tv qualquer. De repente entra o plantão de
jornalismo.
“Mais
um sequestro relâmpago na cidade de São Paulo. Desta vez na marginal Pinheiros.
Um grupo, provavelmente de traficantes,
armou uma falsa blitz, usando até
coletes da polícia civil e seqüestrou uma mulher, juntamente com o carro,
deixando seu companheiro pra trás. O grupo estava fortemente armado. As imagens
que exibimos foram feitas por um celular.”
Comentário
do repórter...
“E
atenção... a mulher seqüestrada acaba de ser identificada como Rosa Geraldy,
esposa de um empresário do ramo da construção civil, Claude Geraldy. Não se
sabe ainda o motivo do seqüestro, mas a polícia afirma que já está trabalhando
no caso... e prefere não divulgar ainda informações sobre o autor do
sequestro...
Cout:
Mas que mer... Nara! Nara! Acorda! Grita, enquanto anda até o quarto.
N:
Que é isso?! Eu detesto acordar cedo... Pára de gritar...
Cout:
Acorda, Nara! O Júlio fez a última e pior burrada da vida dele: seqüestrou
a esposa do francês em plena marginal
Pinheiros...
N:
Ah é? Olha, ele tornou a subir um pouco em meus conceitos...
Cout:
Você sabe o que isso significa, minha cara? Que está na hora de sairmos de
cena, porque ele não está mais com a gente... ele fez suas próprias escolhas...
e se aliou aos traficantes...
N:
E o que temos com isso?
Cout:
Temos que estávamos sendo monitorados junto com ele. Ele vai ser pego e vai
querer levar a gente junto. E isso
nunca! Eu já estou com a passagem comprada, desde que começaram a prender os
bicheiros do Rio de Janeiro. Vou tentar o primeiro vôo que conseguir... Você
vem comigo ou não?
N:
Melhor irmos separados... Cada um num vôo e nos encontramos depois... Eu ainda
quero ver o fim dessa história, ou melhor, dessa Rosa....
Cout:
Você quem sabe. Minhas malas já estão prontas. Eu vou pra um hotel. Despistar é a única saída. Saio em meia hora
daqui... Aquele inútil... ferrando todo mundo junto com ele...
Nesse
meio tempo, no cortiço, dona Pepa entra toda alvoroçada na casa dos Petroni.
Pe:
D. Amália! S. Giovanni! Minha Nossa Senhora... A Serafina...
Am:
Que é isso, D. Pepa! Que alvoroço é esse, mulher?
G:
Parece que vai tirar o pai da forca, Dio Mio!! Que tem a nostra Serafina?
Pe:
Vocês não estão vendo tv, não? A nossa menina, Serafina, ela foi seqüestrada...
Tá noticiando em todo canal... tem até imagem que fizeram com celular...
G:
Como assim, seqüestrada, nostra Serafina? A senhora ficou maluca, D. Pepa?
P:
Liga a tv... D. Amália!
Eles
ligam a tv e, enquanto pocuram pelo canal de notíciaas, Antoninho, Alabá e
Claude entram no casarão.
C:
D. Amália... S. Giovanni... eu preciso falar com vocês...
G:
Dotore, é verdade o que D. Pepa ouviu na tv? Que Serafina foi seqüestrada?
Claude
não tem como negar.
C:
Infelizmente é verdade. Eu estava com ela... Foi o Júlio. Ele armou uma falsa
blitz, nos parou, estávamos vindo pra cá. Serafina ia dar a notícia do
tombamento do casaron e conversar com vocês... Ia pedir perdon, hã?
Ant:
Tio, tia... essa não é a melhor hora, mas essa é a Alabá, minha noiva. E a
polícia já entrou em contato com o Claude. Eles estão procurando por eles...
G:
Dio Mio... minha filha na mãos daquele farabuto, filho de um mafioso... – Diz
chorando.
Am:
Eu vou rezar pra Santo Antonio... Ele sempre me atende...
Pe:
Eu vou com a senhora, D. Amália.. .Assim o pedido fica mais forte, hem?
C:
S. Giovanni, eu non possso ficar aqui agora. A polícia vai até minha casa
esperar o contato desse... desse
covarde. Eu quero estar lá. Eu ligo pra vocês assim que tiver uma notícia dela...
qualquer notícia...
Ant:
Eu levo você pra casa, Claude...
C:
Enton, vamos, hã? S.. Giovanni... vai dar tudo certo...
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