No capítulo anterior...
Claude: Eu to louco pra te beijar.
O sorriso de Rosa foi desmanchando e um brilho
apareceu em seu olhar. Ela engoliu seco e fitou os olhos negros dele.
Claude: Mais eu non posso, non seria certo agir dessa forma
com você.
Rosa não disse nada e quando percebeu já conseguia
tocar o chão, então ela se soltou de Claude e foi para o raso.
(14:34 - Praia do Guarujá)
Após almoçarem peixe frito com camarões, os dois tomavam
uma água de coco sentados.
Rosa: Vou ao banheiro, já volto.
Claude: Tá certo, cuidado, hã.
Rosa foi ao banheiro e quando voltava um homem acabou
esbarrando nela.
CAP – 18 : PARTE 2
Homem: Oh, me desculpe.
Rosa: Sem problemas.
Ele era alto, pele morena, tinha os olhos castanhos
verdes e o cabelo encaracolado.
Homem: Escuta, eu estou de férias aqui. Você sabe me dizer
que estrada eu pego para ir pra Santos?
Rosa: Acho que não, na verdade nunca fui muito boa em
estradas.
Homem: Que pena! Você mora por aqui?
Rosa: Não, moro na capital.
Claude que olhava no mar notou a demora de Rosa e
desviou o olhar para a direção do banheiro. Então, notou que ela conversava com
o tal homem. Uma espécie de ciúmes tomou seu corpo, quando ele percebeu já
estava caminhando em direção a Rosa.
Homem: Bem que dizem que as mulheres de São Paulo são
lindas.
Rosa: Obrigada, mas na verdade sou italiana. Nasci na
Itália e vim morar aqui quando criança.
Homem: Sabe, eu te conheci agora, mas você aceita...
Claude: Cherry, demorou vim te procurar. Algum problema?
(disse dando um beijo no rosto dela e a enlaçando pela cintura encarando o tal
homem)
Rosa: Claude! Não nenhum problema.
Homem: Nos vemos por aí. Até mais. (disse saindo)
Claude: Você ficou maluca?
Rosa: O que foi que eu fiz?
Claude: Como você sai dando trela assim pra um desconhecido.
Aposto que ele ia te convidar para um drinque, você inocente aceitaria e depois
acordaria em um quarto desconhecido depois que ele colocasse remédio em sua
bebida.
Rosa: Nossa Claude, como sua imaginação é fértil.
Claude: Vamos caminhar um pouco, hã.
Rosa: Tudo bem, mas depois vamos embora. A estrada vai
estar lotada com aquele engarrafamento.
Claude: Tudo bem, vamos.
Para a surpresa de Rosa, Claude tirou a mão da sua
cintura e direcionou diretamente pra sua mão segurando-a, entrelaçando seus
dedos. Ela sorriu discretamente e não disse nada.
(20:01 – Apartamento de Rosa)
Rosa dormiu a viagem praticamente toda e ainda dormia
quando Claude estacionou na garagem, no subsolo do condomínio.
Claude olhou para ela que dormia ainda e acariciando o
rosto dela a acordou.
Rosa: Hum... Já chegamos?
Claude: Oui, você dormiu a viagem inteira.
Rosa: Nossa desculpe.
Os dois desceram do carro e Claude subiu com Rosa até
seu apartamento.
Claude: Enton é issi...
Rosa: Foi tudo maravilhoso. Obrigada mesmo.
Claude: Inesquecível.
Claude a fitava com um olhar apaixonado, seus olhos
brilhavam quando encontravam o brilho dos dela.
Rosa: Eu nunca pensei que passaria esse feriado com você.
Acho que você seria a ultima pessoa no mundo que eu pensaria em passar noites e
dias ao lado.
Claude: Eu gostei de te conhecer melhor, rsrs.
Rosa: É, eu também. Bom, você deve tá cansado eu...
Claude: Sabe, eu te disse que te beijar non seria agir
certo...
Claude foi se aproximando de Rosa lentamente, fazendo
as pernas dela fraquejarem e seu coração acelerar. Ele levou sua mão até o rosto dela e
aproximou seu rosto.
Claude: Mas as vezes temos que agir errado para que certas
coisas deem certo. (sussurrou)
Claude uniu seus lábios ao de Rosa e a apertou contra
seu corpo.
Claude se afastou dela antes que fosse mais além
daquele beijo. Ainda segurando as mãos dela sorriu.
Claude: Enton até amanha... Serafina, rsrs.
Soltando dedo por dedo lentamente fitando os olhos
dela, e com um sorriso irresistível, Claude foi embora.
Rosa soltou o ar preso em seu peito com um sorriso de
surpresa e tocou seus lábios como se pudesse sentir os de Claude ainda.
Rosa passou a mão no cabelo respirando fundo e
caminhou para o quarto indo direto pro banheiro. Enquanto a água caía em seu
corpo, ela lembrava de todos os momentos que viveu com Claude nas ultimas
horas. E uma certa saudade dele tomou conta do seu coração. Era incrível, tinha
passado apenas 3 dias com ele, mas sair daquele quarto e não vê-lo a
incomodava.
Depois de um banho logo, ela enrolou o cabelo e
colocou o roupão. Quando saiu do banheiro, ela olhou para cama e viu algo que
não tinha percebido antes.
Havia um leão de pelúcia entre os travesseiros com um
cartão do lado. Rosa deu um sorriso e correu para cama, pegando o presente e
abrindo o cartão.
Seu pai tinha razão, você é mesmo astuta, forte,
corajosa e linda. Espero que não se esqueça desses dias que passou comigo
Serafina. Eu adorei cada momento.
Claude.
Rosa sorriu e deitou na cama abraçando o leãozinho e
mordendo os lábios.
(21:25 – Mansão de Claude)
Claude chegou e respirou fundo, colocando as chaves
sobre a mesa. A casa estava brilhando, então ele ouviu uma voz que conhecia bem
e sentiu falta.
Dádi: Muito bonito né, Dr. Clodis?
Claude: Dádi, que saudade.
Dádi: Que bagunça era aquela? Quase tive um treco quando
entrei na casa e vi os lençóis espalhados pelo chão. A cozinha tudo fora do
lugar. Olhe, aquele quarto vixe Maria, suas roupas tudo espalhada pelo chão.
Claude: Ah! Dádi eu tive um final de semana incrível,
maravilhoso.
Dádi: Quem tava aqui com o senhor?
Claude: Se eu te disser, você non vai acreditar. (disse
sentando no sofá)
Dádi: Olhe, levanta daí, você tá todo sujo de areia. Mas
quem era a mulher?
Claude: Como você sabe que era mulher?
Dádi: Primeiro que o senhor não assistiria filme com um
homem no chão da sala. E também, porque eu mandei um vestido branco hoje pra
lavanderia.
Claude: Era ela Dádi.
Dádi: Ela? Não me diga que é a sua...
Claude: Issi mesmo, a Rosa.
Dádi: Valei-me, o senhor tá doente?
Claude: Non, confesso que nunca me senti ton bem.
Dádi: Então vocês se acertaram?
Claude: Non.
Dádi: O senhor tá com uma cara de felicidade. Tá apaixonado
por ela?
Claude: Non sei, na verdade eu to sentindo algo que non sei
explicar. Bem, eu vou pro banho, to cansado.
Dádi: Vai querer jantar?
Claude: Coisa leve, comi demais hoje. Te amo, hã.
Claude deu um beijo no rosto de Dádi e subiu
cantarolando.
Dádi: Ih! Dr. Clodis tá é arriado de quatro pés pela
ex-mulher, rsrs.
Claude tomou um banho demorado e deitou na cama,
tentou se concentrar em um livro, mas ela insistia em estar em sua cabeça,
arrancando sorriso dele.
(22:01 – Apartamento de Rosa)
Rosa estava morrendo de fome e ia preparar sanduíches,
quando ouviu o barulho da porta se abrir. Ela correu pra sala e viu Janete, então
abraçou a amiga.
Rosa: Amiga, amiga, amiga, amiga. (gritava feliz)
Janete: Oi, oi,oi,oi.
Rosa: Que saudade!
Janete: Eu também senti muita. Ai, foi maravilhoso meu
feriado.
Rosa: Não foi só o seu. (disse com um sorriso malicioso
indo pra cozinha)
Janete: Espera! Vem cá. O que você quer dizer com não foi só
o meu?
Rosa: Ai Janete, meu feriado, o fim de semana foi
maravilhoso.
Janete: E pelo visto te deixou na maior fome, né?
Rosa: Sim, rsrs.
Janete: Me conta vai, antes que eu fique bege de curiosidade.
Rosa: Eu passei os três melhores e mais loucos dias da
minha vida, com ninguém mais, ninguém menos, que Claude.
Janete: Jura?? Tá de brincadeira com a minha cara?
Rosa: Não, rsrs. Ai, Jane foi tudo tão perfeito.
Janete: Ah, me conta detalhes.
(22:34 – Mansão de Claude)
Claude estava na sala checando seus e-mails e
preparando um projeto. O telefone tocou e Dádi foi atender.
Dádi: Ah! Oi dona Nara. O Dr. Clodis?
Claude: Diz que eu non to e non sabe pra onde fui. (murmurou)
Dádi: Ué ele não ta com a senhora? Ah, então não sei onde
ele tá. Mas oh, assim que ele chegar, eu peço pra ele ligar pra senhora, tá.
Boa noite.
Claude: Mon Dieu que saco!
Dádi: Tá fugindo dela?
Claude: Quero distância dela.
Dádi: Então o senhor vai terminar o noivado?
Claude: É, acho que sim.
(22:50 – Apartamento de Rosa)
Janete: Nossa, seu final de semana parece invenção, sabe.
Imaginar você e o Claude em clima de paz e com uma pitada de romance. Não,
rsrs, não mesmo.
Rosa: Pois acredite. Ah! Deixa eu te mostrar. (disse
correndo pro quarto)
Rosa voltou do quarto com o leão de pelúcia e o cartão
de Claude.
Rosa: Não é fofo?
Janete: Ainda vou entrar nessa casa e vê a parede cheia de
leões pintados, isso se você não trouxer um pra casa. Mas é lindo sim, muito
fofo. Deixa eu ler o cartão.
Rosa: Ai Jane, é tudo ainda tão estranho.
Janete: Hum, que bonitinho. Pelo visto os pombinhos
resolveram assumir o l’amour.
Rosa: Não sei, ai sei lá. Eu tô um pouco insegura.
Janete: Ai, amiga relaxa, dá tempo ao tempo.
(07:30
– Construtora)
Claude chegou cedo à construtora, pois tinha bastante
trabalho.
Claude: Bom dia!
Sílvia: Bom dia Dr. Claude. Como foi seu feriado?
Claude: Bom, muito bom. E Rosa?
Sílvia: Não chegou ainda.
Claude: Certo! Com licença.
Após tomar um belo café, pegar o trânsito de todos os
dias, Rosa chegou à construtora.
Rosa: Bom dia Sílvia.
Sílvia: Bom dia dona Rosa. A senhora está muito bonita hoje.
Rosa: Obrigada, você também está um arraso. Como passou o
seu feriado?
Sílvia: O meu foi ótimo, fui com meu marido para o interior.
E o da senhora?
Rosa: Maravilhoso.
Sílvia: Dr. Claude já chegou e perguntou pela senhora.
Rosa: Perguntou é?
Sílvia: Sim.
Rosa: Deixa eu ir trabalhar por que hoje o dia vai ser
cheio.
Rosa caminhou até a sala com um sorriso, respirou
fundo e entrou. Claude estava parado em frente à mesa de costas para a porta,
mas se virou assim que ouviu o barulho da mesma abrir.
Rosa: Bom dia!
Claude: Bom dia, Serafina.
Rosa deu um sorriso e Claude se aproximou dando um
beijo em seu rosto o que a surpreendeu.
Claude: Como passou a noite?
Rosa: Muito bem. E você?
Claude: Trabalhando.
Rosa: Devia ter descansado.
Claude se encostou na mesa e Rosa se aproximou dele.
Claude: Non se preocupe, nada que um bom café não melhore.
Dádi me deu a maior bronca.
Rosa: Sério? Ha, ha.
Claude: Por causa da bagunça que deixamos, rsrs.
Rosa: Eu falei pra arrumarmos, você não deixou.
Claude: Mais foi um bagunça boa, non foi?
Rosa: Muito boa.
Os dois caíram na gargalhada, pareciam dois velhos
amigos. Frazão, que chegara a pouco na construtora, entrou na sala e se
espantou.
Frazão: Acho que entrei na sala ou empresa errada.
Claude: Bom dia, Frazon!
Rosa: Bom dia!
Frazão: Gente, vocês estão doentes? Espera aí, o que foi que
eu perdi aqui?
Rosa: Frazão, esta tudo normal.
Frazão: Normal? O normal que conheço é vocês em pé de guerra.
Claude: Decidimos selar a paz, hã.
Frazão: Eu hein, vocês dois ainda vão me enlouquecer,
enlouquecer. (disse saindo gritando)
Os dois se olharam e caíram de novo na gargalhada.
Assim o dia se seguiu. Claude e Rosa trabalhavam com
harmonia, o que surpreendeu a todos. Eles ficaram na construtora além do
horário, resolvendo detalhes de um projeto.
Rosa: Acho melhor a gente deixar isso pra depois.
Claude: É, eu tô muito cansado, com sono.
Rosa: Eu... Eu gostei do presente viu, é lindo.
Claude: Comprei no parque aquele dia e escondi.
Rosa: Vou colocar o nome dele de Francesinho.
Claude: Eu pensei em você a noite inteira. (disse se
aproximando dela)
Rosa: Verdade?
Claude: Sim, por issi que eu non dormi direito.
Rosa: Eu também pensei em você.
Claude olhou para os lábios de Rosa, olhou para os
olhos dela e foi aproximando seus lábios. Mas o barulho da porta e a voz bem
conhecida o fez se afastar.
Nara: Ah! Então, aí está você.
Claude: Nara!
Nara: Onde você se meteu? Me deixou plantada naquele
aeroporto, te ligo você não atende.
Claude: Nara, por favor.
Claude estava desconcertado pela presença de Rosa ali.
Rosa: Bem, eu vou indo. Boa noite pra vocês.
Claude: Rosa espera! Non...
Nara: Claude, eu te fiz uma pergunta.
Rosa não deu ouvidos a Claude, se sentiu intrusa ali e
saiu abatida.
CONTINUA...
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