DEU A LOUCA NA SERAFINA, A ROSA - PARTE 14 - AUTORA: CLÁUDIA G

“...

Tu sei come il vento

che porta i violini e le rose.

Caramelle non ne voglio più.

Certe volte non ti capisco.

Le rose e violini,

questa sera raccontali a un’altra.

Violini e rose, li posso sentire

quando la cosa mi va, se mi va.

Quando è il momento e dopo si vedrà.

Una parola ancora.

Parole, parole, parole.

Ascoltami.

Parole, parole, parole.

Ti prego.

Parole, parole, parole.

Io ti giuro.

Parole, parole, parole, parole, parole,

soltanto parole, parole tra noi

...”

(Recita: Alberto Lupo - Canta: Mina - Parole, Parole - http://italiasempre.com/verpor/paroleparole2.htm)

No escritório...

Rosa: Bom dia! - Rosa estampava em seu rosto um sorriso cintilante e era impossível não perceber algo diferente nela naquela manhã fria de segunda-feira.

Janete: Rosa, bom dia! Você está com uma cara ótima! Será que tem alguma coisa a ver com isto aqui? - Janete, aponta para um lindo buquê de rosas vermelhas ao seu lado.

Rosa: São pra mim essas flores? - Não se sabe como, mas Rosa conseguiu deixar o seu sorriso ainda mais iluminado.

Janete: A não ser que tenha alguma outra Rosa por aqui.

Rosa: Deixa eu ver. - Rosa pega seu buquê, o abraça, sente o aroma das flores e lê o cartão.

Janete: De quem é Rosa?

Rosa sorri para Janete, mas não mata a curiosidade da amiga.

Rosa: É de um admirador secreto, Janete.

Janete: Admirador secreto, Rosa? Sei.

Rosa: Exatamente! Vamos trabalhar? São lindas, não são?

Claude: Bom dia! - Claude não conseguiu ser tão discreto quanto esperava. O seu sorriso ao se deparar com Rosa ainda abraçada ao buquê de flores entregava o jogo até mesmo aos mais distraídos.

“Meu coração pulou,

você chegou me deixou assim,

com os pés for a do chão.

Pensei: 'Que bom, parece enfim, acordei!'

Pra renovar meu ser

faltava mesmo chegar você...”

(Frisson – Tunai -
http://www.youtube.com/watch?v=rJHDi8xMihE&feature=related)

Rosa: Bom diaaaa... - Quando Rosa se dá conta de sua empolgação, tenta corrigir. - Dr. Claude, como vai?

Claude: Muito bem... - Claude, olha para Janete e vê que ela os observa, então coloca seriedade em sua voz. - Obrigado. Será que você pode vir à minha sala?

Rosa: Claro, só um instante.

Claude segue rumo à sua sala enquanto Rosa coloca seu buquê sobre a mesa.

Rosa: Janete, cuida das minhas rosas. Eu já volto.

Janete: Pode deixar. Quer que eu as coloque no vaso? São tão lindas.

Rosa: Se não for incomodar...

Janete: Claro que não. Vai lá que ele está te esperando.

Rosa: Obrigada, Janete!

Rosa bate na porta.

Janete observa e pensa: “Será que eles...? Não, acho que não! Tô ficando maluca. As flores são tão lindas. Ai! Que invejinha da Rosa...”.

Rosa: Com lincença.

Claude: Oi, entra e fecha a porta.

Rosa: Isso é uma ordem do patrão ou do namorado?

Claude pensa para responder.

Claude: Do patron.

Rosa: Então não tenho alternativa.

Claude se levanta de sua cadeira e vai até Rosa. Ele a abraça e a beija com doçura.

Claude: Estava com saudade de você.

Rosa: (ri) Claude! Saudade? Passou o final de semana inteiro comigo.

Claude: Eu queria mais.

Rosa: Eu também... Adorei as flores, são lindas. Mas você correu um sério risco da Janete ler o cartão antes de mim.

Claude: Ela não ia descobrir, não coloquei meu nome.

Rosa: Você escreveu em francês, Claude.

Claude: “C'est toi que je voulais. C'est toi qu'il me fallait !”

Rosa: E eu não falo francês...

Claude: Era você quem eu queria. Era de você que eu precisava. - Traduziu.

Rosa: Quiero dicerte que eres mio e que no te cambio por ninguno.

Claude: E eu non falo italiano...

Rosa: Mas esta é fácil... Você é meu e não te troco por ningém.

Claude e Rosa se olham, dão-se as mãos e se beijam de forma sublime.

Após o beijo, Rosa se lembra que tem um assunto para conversar com Claude.

Rosa: Claude, eu preciso falar com você. - Rosa solta as mãos de Claude.

Claude: O que foi?

Rosa: Há duas semanas dei entrada no meu pedido de férias.

Claude: Férias? Vai sair de férias? Mas eu não preciso aprovar isso?

Rosa: (ri) Você aprovou, aliás assinou o pedido.

Claude: Mentira.

Rosa: Verdade. Já se deu conta de como assina as coisas sem ler?

Claude: Oh mon Dieu! E para quando serão suas férias?

Rosa: Próxima semana.

Claude: O quê? Quantos dias vai tirar? Para onde você vai?

Rosa: Vou tirar somente 20 dias, mas não tenho nenhuma viagem programada. Na verdade ainda não parei para pensar nisso.

Claude: Non tem nada programado, enton?

Rosa: Não.

Claude: Interessante... Está bem. Pode tirar suas férias. Semana que vem, non é?

Rosa: É... Claude, tudo bem? Ficou estranho de repente.

Claude: Non, tudo bem. Non, tem jeito, tem? Precisa sair de férias, non?

“...

O jeito é dar uma fugidinha com você

O jeito é dar uma fugida com você

Se você quer

Saber o que vai acontecer

Primeiro a gente foge

Depois a gente vê

...”

(Fugidinha – Michel Teló -
http://letras.terra.com.br/michel-telo/1679247/ )

Rosa: Não faz essa cara, vai! Fica sossegado que a Janete dá conta do recado.

Claude: Vai deixar a Janete cuidar de mim também?

Rosa: Estava me referindo apenas ao trabalho do escritório.

Claude: Quer jantar comigo hoje?

Rosa: Claude, hoje é segunda-feira.

Claude: Non costuma jantar às segundas-feiras?

Rosa: Não é isso, é que amanhã preciso acordar bem cedo tenho uma série de coisas para fazer antes vir para o escritório.

Claude: Tá bom. Mereço pelo menos mais um beijinho?

Rosa: Depende. Quem pede, o patrão ou namorado?

Claude: Se eu disser que é o patron configura assédio sexual.

Rosa: Sendo assim... - Rosa beija Claude rapidamente. - Chega! Agora preciso trabalhar. - Rosa vai abrindo a porta.

Claude: Ei! Quem dá as ordens aqui sou eu.

Rosa se vira para Claude: Sim, senhor! - Dá uma piscadela e na saída da sala Rosa esbarra com Frazão.

Rosa: Oi, Frazão! Tudo bem?

Frazão: Tudo Rosa e você?

Rosa: Bem. Com licença, preciso voltar ao trabalho.

Frazão entra na sala de Claude:

Frazão: E aí? Posso saber o que aconteceu com você ontem? Aquele bolinho de chuchu da Dádi é um escândalo, estava bom demais!

Claude: Fui almoçar com a Rosa.

Frazão: Imaginei. E aí? Você e ela... vocês estão...

Claude: Estamos. Frazon, senta aí porque eu tenho uns planos e preciso que você me ajude.

Frazão: Vai, manda!

Claude: O negócio é o seguinte...

Claude contou seus planos para Frazão que o ouvia atentamente. Frazão ficou perplexo com a ousadia do plano do amigo e achou graça de tudo aquilo, mas vendo o entusiasmo de Claude resolveu ajudá-lo.

Frazão: Claude, sinceramente eu não estou acreditando, mas eu vou pagar pra ver isso aí. Agora, você sabe que isso não tem nenhuma validade jurídica, não sabe?

Claude: Sei, mas non importa.

Frazão: Tá, tenho uma reunião agora com o pessoal da área de planejamento. Daqui a pouco passou aqui para irmos almoçar.

Claude: Tá bom.

Aquela semana estava voando, os dias estavam passando rápido demais. Claude escolheu a quinta-feira para presentear Rosa.

Claude: Ainda bem que hoje você aceitou o meu convite para jantar.

Rosa: Claude, não seja injusto. Nós almoçamos na terça e tomamos café juntos ontem.

Claude: Apesar de ter soado romântico o que você disse, o almoço foi com o Frazão e a Janete e o café foi na casa do Pão de Queijo depois da reunião com os americanos. Eu merecia coisa melhor, non acha?

Rosa: (ri) É verdade. Me perdoa? Amanhã podemos jantar novamente juntos, o que acha?

Claude: Ótimo! Amanhã é sexta-feira dá pra dar uma esticadinha após o jantar.

Rosa: Disse que tinha algo pra mim, o que é?

Claude: Isso. Claude coloca sobre a mesa, ao lado da taça de vinho de Rosa, um envelope.

Rosa: O que é isto?

Claude: Abra.

Rosa: Uma passagem aérea? Está me dando de presente uma viagem?

Claude consente balançando sua cabeça afirmativamente.

Rosa: Amor, pra sábado agora? Espera aí. Para onde eu vou?

Claude: Polinésia Francesa.

Rosa: Meu Deus! Claude, aquele lugar é maravilhoso. É lindo demais! Agora entendi porque o Frazão perguntou se eu tinha passaporte. Ele disse que talvez tivéssemos que ir ao Estados Unidos nos reunir com os Smith, me enganou direitinho. Não preciso de visto para ir pra lá? - Rosa levanta sua mão direita que seguram as passagens.

Claude: Non.

Os olhos de Rosa brilhavam, embora tivesse um passaporte, nunca havia saído do país, mas o seu sonho era conhecer o mundo.

Claude: Que bom que gostou, tenho certeza que vai adorar aquele lugar, ele é paradisíaco, é mágico.

Rosa: Vai me levar no aeroporto? Preciso avisar meus pais. Vou sentir tanto sua falta. - Rosa estava empolgada e embaralhava a conversa.

Claude: (ri) Também vou sentir muito a sua falta, mas você merece.

Rosa: Nossa! - Suspirou. - Não imaginava...

Claude: Bom, vamos deixar para falar na viagem depois, porque senão vou sofrer por antecipaçon. Quero aproveitar que está aqui ainda.

O jantar continuou e aquela noite de quinta-feira foi inesquecível para ambos. Rosa já sonhava com Bora Bora.

 

Arquipélogo de Bora Bora e, ao fundo, Monte Otemanu

[Recado da ClaudiaG: Vou postar a próxima parte em algum dia da próxima semana. Pretendo fazer assim até o fim de DLS, postar uma parte no meio da semana e outra aos sábados. Aproveito para agradecer, mais uma vez, a nossa amiga Maria do Sul, que deu a SUPER dica do site italiasempre.com, de onde extrai a música que abre esta parte 14. O site tem músicas italianas completas com letra e tradução. Dica imperdível!!]