Mais tarde,Nara aproveitou que Rosa estava sozinha e discretamente a levou até um ponto isolado do jardim...
R:Posso saber porque a srta. está me trazendo aqui contra a minha vontade?
N:Eu precisava ficar sozinha com você pra te dar uma lição.
Isso vai te ensinar a não tentar roubar os homens alheios – diz Nara,levantando Rosa da cadeira pelos cabelos e arremessando-a numa poça de lama,causada pela chuva que havia caído naquela mesma noite.
R:Me tira daqui!
N:Quero ver você se rastejando na lama que é o seu lugar,aleijada dos infernos.
R:Dr. Claude!Dr. Claude!- grita Rosa,chorando.
N:Não adianta,com o barulho que está lá dentro e a distância,ninguém vai te ouvir.
Boa noite,porquinha...- zomba Nara,rindo.
As horas passam,e os convidados já haviam ido embora,apenas restando Alabá,Roberta e Frazão.
C:Roberta,Alabá,Frazão,vocês viram Rosa?
Ela sumiu.
R,A,e F:Não.
F:Embora ela não pode ter ido.
Deve estar por aí.
Depois de procurar Rosa sem sucesso,os amigos vão embora.
Claude vai ao jardim sentir um pouco da brisa da noite,que ele tanto adorava...
‘’É,ela deve ter ligado praquele Sérgio e ele veio buscá-la,foi isso.’’ – pensava,quando de repente ouve uma barulho estranho,que parecia um gemido,vindo de trás de uns arbustos...
C:ROSA?
Mon Dieu,o que aconteceu?
Rosa só batia os dentes...
C:Você tá congelando!
Claude a pegou nos braços e a envolveu em seu casaco.
Quando adentrava a casa,dá de cara com Nara:
C:Mas você não tinha ido embora?
N:Até parece que eu ia te deixar sozinho com essa coisinha...
C:E como você sabia que ela ainda estava aqui?
Foi você,não foi?
N:Claude,eu...
C:Vá embora agora mesmo,ou eu não respondo por mim.
N:Tudo bem,eu vou,mas cuidado com o que você vai fazer.
C:SOME LOGO DAQUI,NARA!
Nara sai furiosa,batendo a porta.
C:Mon Dieu,Rosa,você precisa de um banho quente.
R:Eu não posso tomar banho sozinha.
C:Eu sei,mas Dádi foi embora depois da recepção,só estamos nós dois aqui...
Vamos,eu te ajudo...
R:O sr. vai me ajudar a tomar banho?
C:Claro,não tem outro jeito.
R:Mas...
C:Olha pra mim,Serafina...- diz,segurando seu queixo e levantando sua cabeça.
Não precisa ficar receosa,sou eu que estou aqui.
Aquele olhar passava uma sensação de proteção quase tão intensa quanto o abraço no escritório.
R:Tudo bem...
C:Vamos logo,senão você vai acabar ficando doente.- diz,subindo as escadas com a moça nos braços.
Após terminar de banhá-la,Claude a pegou nos braços,arepousou sobre a cama e a envolveu em um de seus roupões de banho.Depois,a colocou debaixo das cobertas,deu um beijo em sua testa e se sentou na poltrona de couro que ficava logo ao lado,velando seu sono.
No dia seguinte,Claude leva Rosa pra casa,logo de manhã...
R:Obrigada por tudo,dr.
C:Não precisa me agradecer,foi um prazer – diz,acariciando o rosto da moça.
R:Bom,eu vou entrar,acho que meus pais ficaram um pouco preocupados depois do telefonema de ontem avisando o que tinha acontecido.
Claude havia explicado toda a situação pro velho Giovanni,maquiando e omitindo alguns detalhes,obviamente.
Na versão ‘’censurada’’ que ele inventou,Rosa caiu sozinha,e Dádi a ajudou a tomar banho e a pôs pra dormir num dos quartos de hóspedes.
C:Claro,claro... – diz,saindo do carro e se dirigindo ao porta-malas.
Quando ele a pega no colo,Rosa diz:
‘’O sr. já deve estar cansado de ficar me carregando pra lá e pra cá,né?’’
Ao contrário,eu me sinto o homem mais valioso do mundo quando te tenho nos meus braços.
Os dois se olham profundamente,e,sabendo que já não podiam mais adiar aquele momento,aproximam seus rostos e encostam seus lábios devagar e carinhosamente.Aos poucos,o beijo se torna mais invasivo e intenso,sem deixar de ser terno,no entanto.
Rosa aproveitava os braços envoltos ao pescoço de Claude pra acariciar-lhe a nuca,o que fazia com que ele aproveitasse ainda mais aquele momento.
Como ainda estava com a moça nos braços,e aquele beijo começava a fazer com que suas pernas fraquejassem,Claude o interrompe lentamente,colocando Rosa em sua cadeira de rodas.
C:Rosa,eu...
R:Não precisa dizer nada,Dr.Claude.
Nós tínhamos essa pendência há muito tempo.
Claude apenas concorda fazendo sinal com a cabeça,levando-a pra dentro do cortiço em seguida.
Chega o dia do casamento...
Claude espera no altar,como um condenado prestes a ir pra forca.
De repente,ele vê uma linda moça de branco entrando na igreja,e seu semblante muda por completo.
Pena que a moça de branco que o extasiava não era exatamente a noiva.
Rosa adentrava a igreja em sua cadeira,sendo empurrada por Frazão.
Ela estava usando um vestido branco como esse:
com os cabelos assim:
e sandálias e maquiagem hiper delicadas,combinado perfeitamente com o resto do look.
C:Mon Dieu,até parece que ela é a noiva...
Minha noiva...
Quando todos estão em seus devidos lugares,começa a marcha nupcial.
Nara entrava na igreja de braço dado com o pai.
Todos ficaram maravilhados com a beleza da noiva,menos o noivo:
‘’A Serafina está muito mais bonita’’– pensou.
A cerimônia corria normalmente,até que...
P:Nara Paranhos de Vasconcelos,é de sua livre e espontânea vontade aceitar Claude Antoine Geraldy como seu legítimo esposo?
N:Sim.
P:Claude Antoine Geraldy,é de sua livre e espontânea vontade aceitar Nara Paranhos de Vasconcelos como sua legítima esposa?
Neste momento,Claude olha pra trás.
Seu olhar se encontra com o de Rosa imediatamente,que está visivelmente embaçado pelas lágrimas,o que faz com que o dele também fique.
De repente,ele se pergunta:
‘’O que diabos eu estou fazendo?’’
Levanta do altar,e sem hesitar,vai ao encontro de Rosa e sai correndo,empurrando sua cadeira e levando-a consigo.
N:CLAUDE!CLAUDE!
VOCÊ ENLOUQUECEU?
EU VOU TE MATAR!
SEU MALDITO!!!!!!!!!!!!!!!!
Todos olham perplexos o noivo,enquanto ele corre pelo corredor da igreja em direção à saída,empurrando aquela cadeira de rodas.
Nara continua gritando desde o altar,enquanto Frazão,Roberta e Alabá só riem.
R:O que o sr. está fazendo?
Ficou maluco?
C:Pelo contrário,recobrei a lucidez.
Claude pega Rosa nos braços,a coloca no banco traseiro do carro,dobra e guarda a cadeira no porta-malas rapidamente(ele já estava craque :P),entra no carro e arranca com tudo.
Nara chega até a porta da igreja e continua gritando:
‘’CLAUDE,SEU DESGRAÇADOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!’’
R:Dr.,pra onde o sr. está me levando?
C:Rosa,eu quero que você seja minha esposa antes da operação.
R:COMO É QUE É?SE CASAR COMIGO?
O sr. andou bebendo?
E minha operação é amanhã.
C:Exatamente.
Depois de duas horas de viagem,eles chegam numa igrejinha no meio do nada,e Claude bate insistentemente na porta,até que abrem.
C:Pardón,o sr. é o sacerdote dessa igreja?
P:Sou sim,meu filho.
C:Eu preciso me casar agora mesmo.
P:Não entendo.
Assim,de repente?
C:Eu acabo de descobrir que amo aquela moça dentro do carro...
Ela é paralítica e vai ser operada amanhã,e eu quero estar ao lado dela como seu esposo.
Por favor,padre,me ajude...
O sacerdote se comoveu,e aceitou casá-los.
C:Merci,padre!
Claude vai correndo até o carro,abre a porta e começa a conversar com Rosa,enquanto tira a cadeira do porta-malas:
‘’Ele vai nos casar,meu amor,ele aceitou!’’ – diz,mal podendo controlar a emoção.
R:O sr. tem certeza de que não bebeu?
C:Nunca estive mais sóbrio,Serafina. – diz,pegando-a no colo e colocando-a na cadeira.
Rosa já parecia uma noiva.
Na verdade,ela havia se vestido daquela forma pela ilusão de ser a noiva daquele casamento à que estava indo,mas nunca imaginou que sua ilusão se concretizaria.
R:Dr. Claude?
O que o sr. está fazendo aí?
Claude estava abaixado em meio a um campo de flores,montando um buquê para a noiva.
C:Aqui,mon amour...
Eu me lembro de quando você disse que adorava flores do campo.
R:Obrigada,dr. Claude. – diz,com lágrimas nos olhos e abrindo um sorriso largo.
C:Eu vou ser seu marido,pára com essa história de dr.,hã?
Me chama de meu amor.
R:Tudo bem,não será nada difícil...
MEU AMOR!
Os dois riem e se beijam intensamente.
Beijo que é interrompido pelo padre:
P:Vocês ainda nem se casaram e já querem começar a lua-de-mel?
Vamos entrar logo,que eu estou vendo que vocês estão com pressa...- diz,revirando os olhos e dando as costas pros dois,que olham um pro outro e riem.
Claude adentrava a igreja empurrando orgulhoso a cadeira de rodas da futura esposa em direção ao altar,enquanto ela segurava aquele buquê feito com tanto amor com força, como se alguém pudesse querer tomá-lo dela,enquanto ria e chorava,emocionada.
C:Aaahh,agora sim,essa é a minha noiva...- pensa,comparando a situação que vivia horas atrás com a de agora.
E assim,cheios de emoção,amor e felicidade,eles uniram suas almas.
Claude perguntou ao padre onde eles poderiam passar a noite,e este indicou uma pequena pousada que havia a uns poucos km dali.
Ao chegarem,Claude pega Rosa nos braços,mas desta vez sem tirar a cadeira do porta-malas.
R:Você tá maluco?
Nós vamos entrar assim?
C:Ué,você não conhece a tradição,cherie?
R:Sim,mas como você vai fazer o check-in desse jeito?
C:Eu dou um jeito.
E ele deu mesmo.
Na hora de assinar e pagar o que correspondia,ele apoiou Rosa num dos ombros,e com o lado livre,assinou e pegou o dinheiro na carteira.
R:Você é maluco,sabia?
C:Por você,eu sou qualquer coisa – diz,posicionando-a novamente sobre seus braços e caminhando rumo ao quarto.
Ao chegar,ele a senta na cama,se agacha diante dela e diz:
‘’Serafina,desde que te vi entrando na minha sala aquele dia,com aquele sorriso,comecei a sentir algo que nem sabia que podia sentir,e a cada sorriso seu,a cada pedacinho da sua vida,da sua história e do seu caráter que eu conheci,o sentimento só foi aumentando.
Eu te amo.’’
R:Claude,desde que te vi quando entrei na sua sala aquele dia,mesmo com aquela carranca,depois daquele olhar que você lançou sobre mim,comecei a sentir algo que nem sabia que podia sentir,e a cada olhar seu,a cada pedacinho da sua vida,do seu carinho e do seu caráter que eu conheci,o sentimento só foi aumentando.
Eu também te amo.
Os dois se olham com os olhos marejados e se beijam ternamente.
Claude apóia uma das mãos no pescoço da esposa e a outra nas costas,deitando-a gentilmente.
E assim,depois de unirem suas almas,eles finalmente unem seus corpos.
Quando amanheceu,eles ainda tinham vontade de ficar ali,dormindo abraçados por um bom tempo,mas ainda tinham que passar no cartório pro casamento civil,passar no cortiço pra explicar toda a situação e arrumar as coisas pra internação de Rosa.
Chegando ao cortiço,eles são recebidos com uma bronca do velho Giovanni:
G:Eu recebo uma ligação dizendo que minha filha se casou assim,do nada,com o noivo do casamento que ela foi assistir,e vocês querem que eu me acalme?
C:Seu Giovanni,eu amo sua filha,e não podia esperar nem mais um segundo pra torná-la minha esposa.
Eu sei que agi de forma errada,mas os fins justificam os meios,ainda mais quando há amor envolvido.
R:Pai,escuta o Claude,por favor...
Eu concordo com tudo o que ele está dizendo.
D. Amália acaricia o ombro do marido,como que dizendo:’’Deixa de ser tão rabujento,amor...’’,e o velho cede e dá sua bênção,finalmente.
Mais tarde,no hospital...
R:Amor,eu tô com medo...
C:Não precisa sentir medo,vem cá...- diz,dando um daqueles abraços que eles tanto gostavam de dividir,enquanto sussurrava em seu ouvido:’’Vai ficar tudo bem,eu tô aqui,meu amor.’’ - ,diz,acariciando seus cabelos.
Os enfermeiros chegam pra levá-la pra sala de cirurgia,enquanto Claude fica observando até que eles sumam sala adentro.
C:Mon Dieu,nos ajude,por favor.
Oi Fernada!! Olha agora você arrasou geral!! Essa cena do Claude fugindo com a Rosa da igreja foi hilária. E o casamento deles foi super romântico. Quando comecei a ler a sua fic tive receio de não gostar, por envolver um assunto tão delicado. Mas como disse anteriormente, você conseguiu me surpreender. Sua estória não é apenas uma versão de URCA, mas também é um alerta social. Meus parabéns por sua criatividade, sensibilidade e coragem!!! Bjos, Lu
ResponderExcluirNossa sem palavras!!! Parabéns pela delicadeza!!
ResponderExcluirBeijoss, continue por favor!!!
Nossa Fernanda to sem palavras, amei, maravilhoso, bjos
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