sexta-feira, 23 de julho de 2010

ANTÔNIO MARIA


Autores: Geraldo Vietri e Walter Negrão
Direção: Geraldo Vietri
Emissora: TV Tupi de São Paulo
Período de exibição: julho de 1968 a 30 de abril de 1969
Horário: 19 h.


RESUMO DA HISTÓRIA

Recém-chegado de Portugal, Antônio Maria vai trabalhar como motorista na casa do milionário Dr. Adalberto Dias Leme. Depois da decadência financeira da família gerada por Heitor, noivo de Heloísa, filha de Adalberto, o português assume outra posição: a de conselheiro familiar. Logo, porém, revela sua verdadeira identidade: trata-se de um milionário que está no Brasil em fuga das trapaças de Amália, que aparece para atrapalhar o amor que nasce entre o português e Heloísa.

Fonte: SILVA, Ismael. Memória da Telenovela Brasileira. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 109.

CURIOSIDADES



Apresentou muitas inovações em relação ao estilo de novelas que imperava então. Além de um elenco estelar, apresentou diversos focos de interesse e teve um centro de atenção: a ruína financeira do Dr. Adalberto.
A novela ocupou o horário das 19 h, retomando um horário que havia sido eliminado por conta de uma nova política de programação. Na época do lançamento, julho de 1968, o horário era o mais baixo possível na escala do IBOPE e a novela começou sem apresentar vislumbre de sucesso. No começo agradou a colônia portuguesa que se sentiu homenageada. Aliás a intenção era essa mesma, conforme demonstra o texto de seu autor, Geraldo Vietri, que reproduzimos abaixo:


Mas, no terceiro mês já se tornara campeã de audiência. Foi um grande sucesso de público e crítica. O protagonista, Sérgio Cardoso, ficou marcado como o português galante que recitava Camões e que, na noite de Natal (o capítulo foi ao ar na véspera de Natal de 1968), brindou a todos com um monólogo homenageando as coisas simples da vida.
No final da novela, Sérgio Cardoso transferiu-se para a Rede Globo, onde trabalhou até 1972, ano em que faleceu de forma precoce.

Fonte: SILVA, Ismael. Memória da Telenovela Brasileira. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 110.

ALGUMAS FOTOS
 
  
Aracy Balabanian e Sérgio Cardoso (os protagonistas)



Uma cena da novela.
Nos quadros abaixo: Aracy Balabanian, Sérgio Cardoso e Gilda Valença



Na foto, os atores Sérgio Cardoso, Carlos Duval e Guiomar Gonçalves
 

As atrizes da foto são Jacyra Silva e Araci Balabanian


Os atores Jean Carlos, Dênis Carvalho, Paulo Figueiredo e Tony Ramos



Elísio de Albuquerque e Maria Luíza Castelli



Norah Fontes, Ana Maria Dias e Jacyra Silva




Patrícia Mayo, Guiomar Gonçaves e Carlos Duval




DEPOIMENTO DO AUTOR E CENAS DA NOVELA, INCLUINDO TRECHO DO CÉLEBRE MONÓLOGO DE NATAL DECLAMADO POR SÉRGIO CARDOSO

INFELIZMENTE, NÃO CONSEGUIMOS ACESSO AO OUTRO VÍDEO DA NOVELA QUE CONTINHA A ABERTURA E UMA CENA. MAS ESTAMOS PUBLICANDO O LINK, PARA QUEM DESEJAR VÊ-LO: http://www.youtube.com/watch?v=eCONSLwpE_o.

TRILHA SONORA


01 - Tema de Amor em Forma de Prelúdio - Sergio Cardoso.
02 - Soneto - declamação de Sérgio Cardoso.
03 - Só Nós Dois - Tony de Matos.
  04 - Coimbra - Altamiro Carrilho e sua Bandinha.
05 - Uma Casa Portuguesa - Altamiro Carrilho e sua Bandinha.
06 - Corridinho 1951 - Altamiro Carrilho e sua Bandinha.
07 - Canção Do Mar - Altamiro Carrilho.
07 - Canção do Mar - Sérgio Cardoso.
08 - Cântico Negro - declamação de Sérgio Cardoso.
09 - Lado a Lado - Tony de Matos.
10 - Bailinho Da Madeira - Altamiro Carrilho e sua Bandinha.
11 - Rosinha Dos Limões - Altamiro Carrilho e sua bandinha.
12 - Tiroliroliro - Altamiro Carrilho e sua Bandinha.


Tema de Amor em Forma de Prelúdio e Soneto

Para quem quiser baixar todas as músicas da trilha da novela é só acessar: http://rapidshare.com/files/65661258/Antonio_Maria_-_tv_Tupi.rar e clicar em "Free user".

MEMÓRIAS

Oi José Eugênio. A novela Antônio Maria foi um grande sucesso de 1968/1969, na TV Tupi.
Comecei a assistir em fevereiro de 69, quando meu pai comprou nosso primeiro televisor, exatamente por causa da novela, que era muito comentada,e todos queriam assistir.
A trama era simples: Um português, Antônio Maria, devido a uma grande desilusão amorosa, resolve deixar sua terra e vir para o Brasil. Era de família rica, tradicional. Mas ao chegar ao Brasil, onde é recebido muito bem por um conterrâneo, Seu Fernando,sua mulher D. Rita e a Filha Alzira, resolve procurar trabalho, não aceitando o oferecimento do amigo para trabalhar em sua padaria. Logo encontra trabalho de motorista particular em casa de uma família paulista tradicional. Moram na casa Dr. Adalberto Dias Lemes, sua mulher D. Carlota, seus filhos Heloísa, Marina, Jorgito e a irmã viúva de Adalberto, D. Catarina, uma senhora rabugenta e muito apegada ao único filho Eduardo (que ela chama de meu Eduardinho), que também mora na casa e que junto com o primo Jorgito apronta muitas!
Era um casal de bons princípios, simpáticos, caridosos, mas as vezes meio esnobes e orgulhosos. A filha mais velha Heloísa era uma moça ¨ ajuizada ¨e estava noiva de Heitor, o secretário, braço-direito de Adalberto. Os dois na realidade, estavam noivos mais por força das circunstâncias, pelo fato de conviverem diariamente e ele ser indispensável ao pai dela. Mas, amor mesmo não existia entre eles. E ele guardava mágoas, sentia-se diminuído, entre outras coisas,por ter que fazer as refeições diariamente na casa dela (achava que era mal pago). Resolvia aproveitar-se da boa-fé do patrão e futuro sogro, para, roubar toda sua fortuna, através de documentos e procurações falsas que este, descuidado, assinava sem ler.
O choque era muito grande para aquela família! De uma hora para outra ficavam na miséria, e o casamento da filha era desfeito poucos dias antes da data da grande festa!
O motorista, que a essas alturas já amava Heloísa, resolve socorrer a família, indo a Portugal buscar recursos para evitar que os patrões percam a casa, onde além dos patrões, vivem D. Berenice, empregada que criou os filhos dos patrões, os filhos dela Glorinha e Gustavo que cresceram na casa brincando com os filhos do patrão, e Maria Clara, que a alguns anos trabalha na casa (e adora trabalhar lá porque não é obrigada a entrar pela porta de serviço, entrando pela porta principal) e mete-se nas conversas dos patrões, fazendo com que D. Berenice perca a paciência com ela, e D. Catarina fique ainda mais rabugenta sendo esse o ponto de humor da novela.
Quando a família perde tudo, todos tem que ir a luta: o pai vai trabalhar, Heloísa vai trabalhar de tradutora, Eduardinho,vai trabalhar, recomendado por Antônio Maria, na padaria de Seu Fernando, onde acaba apaixonando-se por Alzira, e os dois acabam casando.
E aí, todos, principalmente os jovens começam a ver a vida de outra maneira e, a valorizar as pessoas pelo que elas são, e não pelo que tem. Antôno Maria começa a namorar Heloísa, surge a ex dele, de Portugal, e com mentiras consegue separa os dois, que se acertam no final.
No fim, Heitor, arrependido, devolve os bens roubados. E a novela termina, com muitos diálogos bonitos.Era uma novela simples, que apesar dos poucos recursos da época ( não existiam cenas externas, tudo em preto e branco, sem nenhum efeito especial),foi muito bem feita. O que prova que quando todos trabalham com amor e cratividade, cada um fazendo o melhor que possa, o resultado é ótimo!
Espero que tenhas gostado.
Um abraço. Maria

3 comentários:

  1. Show de bola. Chorei muito quando Sergio Cardoso morreu. Excelente pesquisa. Parabéns.

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  2. Maravilha. Que material precioso! Agradeço os detalhes... e como é bom ver estas fotos, estas reportagens da época. Parabéns mesmo! Lucélia (DF)

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  3. Deviam ter colocado este monólogo mais visível, ele é lindo e transmite tanta esperança pro mundo em que vivemos hoje.

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