UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO PAULISTANA - PARTE 12 - AUTORA: CLÁUDIA G

Rosa tenta resistir, mas se entrega ao beijo.

Uma semana se passou e Rosa e Claude se comportaram como uma casal de verdade, foram ao cinema, jantaram, almoçaram, voltaram ao Parque. No Parque, Claude tinha as mesmas sensações que Rosa havia tido, naquele dia ele havia ficado feliz, mas ainda não sabia o que aquilo queria dizer. Hoje não, era diferente, tinha certeza q aquele momento era o melhor da vida dele, apesar das dificuldades nos negócios. Ele sentia q com Rosa ele se tornava mais forte e tinha certeza que poderia, tranqüilamente, transpor barreiras. Claude e Rosa eram discretos na frente de todos, somente duas pessoas sabiam exatamente o que eles viviam, d. Amália e Dádi, para elas não havia segredo, para todos os outros viviam um casamento de aparências. Rosa se tornou sócia majoritária da empresa, conforme pedido de Miss Smith. Para assumir o cargo, saiu as compras com Claude, comprou roupas, sapatos e bolsas, tudo da melhor qualidade e de extremo bom gosto. Cada peça q Serafina colocava, Claude ficava ainda mais deslumbrado com a esposa. Claude via em Rosa, cada vez mais, a esposa ideal. Rosa se tornou poderosa. Era uma nova fase...

Reunião na empresa.

Egídio: Vc não pode fazer isso Rosa.

Rosa: Pq não?

Egídio: Pq eu sou sócio dessa empresa também.

Rosa: É verdade,´- ponderou - mas com o seu percentual de participação o máximo q vc pode fazer é aceitar as minhas decisões.

Claude tenta acalmar os ânimos.

Claude: Vcs podem se acalmar, por favor? - diz tranquilamente.

Rosa: Eu estou calmíssima – diz ironicamente.

Egídio: Claude, vc não pode permitir que eu fique fora do projeto das casas populares. - diz perturbado com a decisão. - Eu estou com vc desde o início.

Frazão: (intervém) Egídio, não é nada pessoal contra vc! - explica. - Miss Smith pretende restringir ao máximo o acesso ao projeto e pediu q somente Rosa batesse o materlo em qq decisão, nem o Claude vai poder assinar nada sozinho.

Egídio: Isso é uma palhaçada! - diz completamente fora de si. - O que essa americana pensa q é?

Rosa: (calmamente) Ela pensa q é a dona dos US$ 10 milhões.

Egídio sai nervoso da sala e pensa: Isso não vai ficar assim, mas não vai mesmo!

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“...quem nunca viu o samba amanhecer, vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga pra ver...”

Amanhece no Bexiga. Pimpinoni e d. Joana conversam.

Pimpinoni: Bom dia, Joana.

Joana: Bom dia, Pimpinoni. - diz com certo desânimo.

Pimpinoni: Apesar de desanimada, tá bonitona, vai sair?

Joana: Vou, vou sim.

Pimpinoni: Não quero parecer a d. Pepa, - diz baixinho – mas posso saber aonde vai?

Joana: Pode. Vou à casa de Roberta Vermont.

Pimpinoni: O quê? - gostando da atitude – Que maravilha! É a melhor coisa a fazer.

Joana: Vou pq tenho medo de perder meu filho pra ela. Até aqui ele já a trouxe, mas cedo ou mais tarde ela vai descobrir. Então, resolvi acabar logo com isso.

Pimpinoni abraça dona Joana, querendo expressar seu apoio à sua inteligente atitude. D. Pepa parada na porta de casa observa e d. Antonieta se aproxima.

Pepa: (em tom de fofoca) Olha lá Antonietinha, seu Pimpinoni dando uns amassos na d. Joana. Quem diria, hein?

Antonieta: Esse cortiço tá uma pouca vergonha. Cada hora é um q está se agarrando aí.

Pepa: É verdade...- diz enquanto a vista seu Afrânio.

Seu Afrânio passa por Pimpinoni e d. Joana e não percebe a presença de d. Pepa.

Pepa: Bom dia, seu Afrânio. - diz querendo chamar atenção.

Afrânio: Bom dia, Pepinha!

Pepa: Hummm, q foi, hein? Posso saber o motivo dessa alegria tão cedo?

Afrânio: Alegria não tem hora pra acontecer, mas pode sim. D. Catarina está apaixonada por mim.

Pepa tem uma crise de riso. E Afrânio não gosta.

Afrânio: Que foi, que que é? Tá rindo do quê?

Pepa: Ela falou isso pro senhor?

Afrânio: Não, mas eu sinto isso, tá! E deixa de ser invejosa. Eu percebo viu? - diz maliciosamente.

Pepa: Percebe o quê? - diz com medo da resposta. - Percebe o quê?

Afrânio: Pensa q eu não percebo q vc me manja, que é louca por esse corpinho aqui.

Pepa: (disfarça) Ah tá! Deixa de ser ridículo. Se eu te der um abraço eu te quebro minhoca fanha!

Afrânio: Vem cá, vem Pepinha, deixa eu dar uma fungada nesse seu pescoço pra vc dar uma sossegada, vai! - diz abrindo os braços e fazendo caras e bocas.

Pepa: Sai pra lá, hein! Fica longe de mim. Careca, tarado! - protegendo-se com as mãos.

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Egídio: (por telefone) Nara, minha filha, vc vai sair?

Nara: Não papai, pq?

Egídio: Ótimo! Vou almoçar em casa, nós precisamos conversar.

Nara: Tudo bem, mas aconteceu alguma coisa?

Egídio: Aconteceu, mas depois a gente conversa, estão batendo na porta. - desliga sem dizer tchau. - Entra! - autoriza a entrada de quem batia.

Janete: Dr. Egídio, o tal Zequias está aí procurando pelo senhor.

Egídio: Ai, era só o q me faltava. - diz impaciente. - Alguém o viu?

Janete: Ah sim, né. As pessoas estão trabalhando, não tem como não ver.

Egídio: Não, d. Janete. Me refiro à Claude, Frazão e Rosa. Eles o viram?

Janete: Ah, claro! Não viram, não senhor.

Egídio: Menos mal, mande-o entrar voando, antes q o vejam.

Enquanto isso Frazão está de saída do escritório e vê Zequias parado ao lado da mesa de Janete.

Frazão: Gurgel, quem é? - diz baixinho.

Gurgel: Um tal de Zequias. Vive aqui atrás do dr. Egídio chamando ele de Olegário.

Frazão: Olegário?

Janete aparece.

Janete: Senhor Zequias, por favor, me acompanhe.

Frazão olha com curiosidade, mas está com pressa.

Frazão: Gurgel, vou indo q eu tô com pressa, só volto depois do almoço. Depois quero saber um pouco disso aí q vc falou.

Gurgel: tá bom.

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Em sua casa, Antoninho e sua mãe conversam:

Antoninho: Mamãe, eu acho melhor eu desistir da minha candidatura.

Batateira: Não, senhor. Nem pensar meu filho, nem pensar!

Antoninho: Mãe, a senhora não viu o q o seu Giovani me disse. Me falou cobras e lagartos, pq o Milton e a Terezinha terminaram o noivado. Ele falou q se depender dele, eu não me elejo.

Batateira: Que gentinha ignorante. O q esse baleiro pensa que é para falar assim com vc?

Antoninho: Mamãe, ele é líder da comunidade do Bexiga, sem o apoio dele acho muito difícil eu conseguir o número mínimo de votos.

Batateira: Eu vou dar um jeito dele apoiá-lo meu filho.

Antoninho: Mamãe, mamãe! O que que a senhora está pensando em fazer? - Antoninho se lembra q contou para a mãe sobre o casamento de Serafina e Claude. - Mamãe, a senhora não está pensando em usar a estória do casamento da Serafina para chantagear o velho Giovani, está?

Batateira sorri e não responde.

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Egídio: O que que vc veio fazer aqui Zequias?

Zequias: Vim te dar um recado. Vc vai ter o seu dr. Olegário. Assassino!

Egídio: Tá maluco? Como se atreve a vir até o meu escritório para me ameaçar? Eu vou chamar a polícia! - faz menção de pegar o telefone.

Zequias: Isso, liga, liga mesmo. Eu tenho o nome e o número do investigador q está cuidando o meu atropelamento, o senhor quer?

Egídio: Vai embora daqui! - diz nervoso.

Zequias: Eu vou, mas o senhor vai pagar muito caro por isso. Eu vou atrás do Bentinho, seja aonde for. - Zequias sai da sala.

Egídio:(Batendo a porta) Desgraçado!

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Claude e Rosa conversam na sala sobre o projeto e o seu andamento.

Rosa: (empolgada) Claude, a sua idéia de construir as casa no terreno do cortiço foi genial. - tenho certeza q o pessoal vai ficar muito feliz com isso. - mas se preocupa quando lembra q o cortiço já foi vendido. - Claude, mas como vamos construir lá se o cortiço foi vendido?

Claude: Eu dou um jeito nisso. - diz tranqüilizando-a.

Rosa: Jeito, que jeito? Nem sabemos quem é o comprador.

Claude: Já disse, deixa que eu cuido disso, ãhn! Quero te ver feliz.

Rosa: Eu estou feliz. - diz com um amplo sorriso.

Claude: Está?

Rosa: Estou.

Claude se levanta da sua mesa e confere se a porta da sala está trancada e então vai até Rosa, que está encostada na mesa de reunião e a beija.

Rosa tenta acalmar o ânimo do marido.

Rosa: hummm, calma Claude, alguém pode nos ver alí pelo vidro.

Claude então a puxa para trás da porta, onde sabe q ninguém poderá vê-los.

O telefone toca.

Rosa: Deixa q eu atendo.

Claude fica parado com as mãos na cintura olhando pra porta.

Janete: Rosa, ligação pra vc, é a miss Smith.

Rosa: Obrigada, Janete, pode passar.

Claude faz sinal para a Rosa q já volta. Na mesa de Janete:

Claude: D. Janete, o dr. Egídio está na sala dele?

Janete: Está.

Claude: Obrigado. - Claude segue em direção à sala do Egídio, e se lembra...- Ah, d. Janete, por favor, quero uma cortina naquele vidro da minha sala, para amanhã,por favor.

Janete: Pode deixar dr. Claude. - e fala sozinha - Cortina? Pra que isso agora? Eu hein!

Claude entra na sala de Egídio.

Claude: Egídio, podemos conversar?