terça-feira, 27 de julho de 2010

UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO PAULISTANA - PARTE 19 - AUTORA: CLÁUDIA G

ANOITECE... Rosa janta com sua mãe no restaurante do hotel.
Rosa: Pôxa mãe! Pedi pra senhora não contar pro Claude onde eu estava.
Amália: Minha filha, porque dificultar tanto as coisas? Vc não gosta dele? Ele gosta de vc.
Rosa: Ele disse isso?
Amália: Disse.
Rosa: Disse? – diz tentando disfarçar o entusiasmo. - Disse como?
Amália: Ele disse q gosta de vc e além do mais tem se mostrado muito preocupado em te proteger.
Rosa: Mãe, gostar é muito subjetivo, não quer dizer que seja amor. Pode ser só gratidão, concorda?
Amália: Rosa, vai mesmo desistir assim do seu marido? Dê a ele a chance de se explicar, vc mesma fala de como são sem-vergonhas aqueles dois, Egídio e Nara, não é? E o projeto, como vai ficar? Vai sacrificar? Hoje esse projeto é um sonho de vocês dois, não só do Claude.
Rosa: Ai mãe, não sei!
Amália: Serafina, pensa, descansa um pouco essa cabeça e não faça nada daquilo que vc realmente não queira. As melhores decisões são sempre as do dia seguinte.
Rosa: A senhora tem razão. Vou deixar para resolver amanhã o que fazer. Quer tomar um café?

************************

Claude sentado no sofá de sua sala pensa nos últimos. “Oh, Mon Dieu! Minha vida deu uma reviravolta depois desse casamento. Nara desgraçada! Só de pensar que já desejei tanto essa mulherzinha nojenta e interesseira.”
Dádi: Dr. Claude, o senhor vai jantar? - diz para um Claude distraído e distante. – Dr. Claude?
Claude: Ãhn? Desculpa Dádi, o que foi? – diz retornando de seus pensamentos.
Dádi: O senhor vai jantar?
Claude: Não, obrigado. Estou sem fome.
Dádi: Dr. Claude, não se avexe, não! Ela vai voltar.
Claude: Será?
Dádi: Tenho certeza.
Claude: Falou com ela, Dádi?
Dádi: Não.
Claude faz cara de quem não acredita na profecia de Dádi.
Dádi: Dr. Claude, desculpa eu estar me metendo na sua vida pessoal...
Claude: Fala Dádi, pode falar.
Dádi: Sabe, já conversei muito com a d. Rosa, a gente conversava muito de madrugada quando ela levantava para tomar uma água, sempre se queixando de insônia e ela sempre demonstrou muito carinho pelo senhor, me lembro de uma dessas madrugadas em que conversamos... – Dádi começa a relembrar o diálogo entre elas.

Dádi: D. Rosa, não conseguiu dormir de novo.
Rosa: Não.
Dádi: Diga aí, posso ajudar?
Rosa: Obrigada, Dádi, mas estou aqui só pensando no sentido da vida.
Dádi: Bonito isso, d. Rosa!
Rosa: Não no meu caso, Dádi.
Dádi: Oxente, d. Rosa, porque não?
Rosa: Faz sentido pra vc alguém se casar pra salvar a família do despejo e não usar isso a seu favor e ainda morar com o marido de mentirinha só para ajudá-lo nos negócios?
Dádi: Mas a senhora casou só pra salvar a sua família e ajudar o dr. Claude?
Rosa: Teoricamente sim.
Dádi: Teoricamente?
Rosa: Não podia deixar o Claude na mão, Dádi. Ele tem um sonho lindo de querer fazer essas casas populares, eu precisava ajudá-lo e aceitar me casar com ele foi a única forma que eu encontrei.
Dádi: Mas a senhora está feliz com isso?
Rosa: Feliz?
Dádi: É, feliz.
Rosa: Vou ficar se o Claude conseguir realizar o sonho dele.
Dádi: Mas e até lá? Estará feliz?
Rosa: Não sei.
Dádi: D. Rosa, me desculpa o atrevimento, viu! Mas pra isso acontecer depende mais dele do que da senhora, não é?
Rosa: Dádi, tem coisas que é melhor deixar pra lá... Vou dormir.
Dádi: Tá bom d. Rosa, boa noite.
Rosa: Boa noite, Dádi.
Claude: Mui amiga vc, hein! Me responsabilizando pela felicidade de Rosa, Dádi?
Dádi: Dr. Claude, eu já sou bastante atrevida então não vai fazer diferença o que vou lhe dizer agora. Claude: Ainda bem que reconhece, ãhn? Mas fala vai, o que tem a dizer?
Dádi: Apesar de eu ter feito isso ela não culpou o senhor pela tristeza dela, pelo contrário, guardou isso pra ela. Na minha terra isso tem nome.
Claude: E qual é?
Dádi: Amor! Dr. Claude, acorda! Olha pro senhor, desde que chegou da rua tá com essa cara e com essa garrafa de uísque. Beber não resolve. Na minha terra isso também tem nome.
Claude: Tá bom Dádi! Fala só mais isso e depois eu te demito.
Dádi: Fossa.
Claude: Fossa? Acha que estou de fossa?
Dádi: ãnh-hã.
Claude: Tá demitida! – diz o mau-humorado Claude e segue para o seu quarto.
Dádi: Tá bom. – Dádi volta pra cozinha rindo e falando sozinha. - Depois mulher é que é complicada.

************************

“Quem nunca viu o samba amanhecer, vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga pra ver...”

Pepa: Bom dia, d. Joana.
Joana: Bom dia d. Pepa.
Pepa: A senhora já usou o tanque? Posso lavar minha roupa?
Joana: Sim d. Pepa, fica a vontade. – diz enquanto estende a roupa no varal.
Pepa: Nossa, mas essas camisas aí são do Sérgio é?
Joana: São d. Pepa.
Pepa: Nossa, mas olha só, coisa fina. Foi a Roberta Vermont que deu pra ele?
Joana: Não sei d. Pepa. – diz com ar impaciente.
Pepa: É verdade mesmo que eles estão namorando?
Joana: Não d. Pepa!! Não é verdade.
Pepa: Calma, fofa! Não precisa subir nas tamancas. O Sérgio agora tá famoso, vai fazer filme com a bonitona da Roberta Vermont, qual o problema dele namorar com ela?
Joana: Problema nenhum d. Pepa, problema nenhum. Agora se a senhora me dá licença tenho mais o que fazer.
Pepa: Tem toda.
D. Joana sai andando e esbarra em Afrânio que está saindo para o trabalho.
Afrânio: Nossa! O que deu nela?
Pepa: Sei lá! Essa aí tá metida à besta porque o filho agora é famoso e tá de namoro com a Roberta Vermont.
Afrânio: Pepa, mas pára de falar bobagem, ontem mesmo o Sérgio disse q era mentira, tudo fofoca de revista.
Pepa: Não acredito, tá!
Afrânio dá de ombro.
Afrânio: Tchau e muito bom dia, vou trabalhar.
Pepa: Ué, mudou de horário não trabalhava na cantina à noite?
Afrânio: Pedi para mudar. Quero ter as noites livres para ir ao cinema, dar uma namoradinha...essas coisas.
Pepa: Pra ir sozinho que diferença faz? Ir à noite ou de dia no cinema.
Afrânio: Quem disse q vou sozinho?
Pepa: Não me diga que arrumou uma minhoca-fanha-fêmea???
Afrânio: A sua inveja é absurda.
Pepa: Inveja de quê meu bem?
Afrânio: Fala a verdade. Gostaria de ver essa minhoca aqui se rastejando pela sua cama. – diz insinuante.
Pepa sente calor, começa a se abanar e se assusta com seu Afrânio.
Pepa: Sai daqui tarado. Minhoca pra mim só serve pra adubar terra.
Afrânio começa a se movimentar imitando o rastejar de uma minhoca.
Afrânio: Pepinha, oh! Olha aqui óh pepinha!

************************

Frazão: Querida, preciso ir.
Alabá: Fica mais um pouco?
Frazão: Adoraria, mas o Claude deve estar precisando de mim.
Alabá: Coitado Claude que situação, hein?
Frazão: Claude é meu amigo, mas eu sinto mais pela Rosa. Ele entrou nessa enrascada porque nunca ouviu ninguém, sempre disse pra ele q a Nara e o Egídio não prestavam.
Alabá: É, isso é verdade, o Claude é cabeça dura. O que vc acha q vai acontecer agora?
Frazão: Não sei. O Claude precisa dar um jeito de encontrar a Rosa e fazê-la voltar pra casa.
Alabá: Eu acho que ele tinha é que se declarar de uma vez. Nenhuma mulher resiste a uma declaração de amor bem feita.
Frazão: É mesmo?
Alabá: (ri) É mesmo.
Frazão: Nossa, então preciso me preparar para não errar. Será que eu consigo? – diz um sorridente Frazão.

************************

Claude desce para tomar seu café.
Claude: Dádiiii!!! – grita ao ver que o seu café não está na mesa.
Dádi: Me chamou, dr. Claude? – diz surgindo de trás do armário da cozinha.
Claude: (mau-humorado) Cadê meu café, ãhn?
Dádi: O senhor me demitiu, esqueceu?
Claude: Está re-admitida pronto. Traz meu café.
Dádi: Ah é? Mas eu vou querer aumento.
Claude: Depois a gente vê isso, traz meu café que eu estou com fome.
Dádi: Ta, mas quero 50% de aumento.
Claude: 50%??? Tá maluca, é?
Dádi: Então, tchau do Claude!
Claude: Tá bom, sua mercenária!
A campainha toca.
Claude: Faz o café que eu atendo.
Claude abre a porta.
Claude: Você?

4 comentários:

  1. Mon Dieu! Cláudia, quem chegou no ap. do Claude. Não demora tá? Fiquei ansiosa! Ps. Voltaste com a corda toda!

    ResponderExcluir
  2. sacanagem claudinha, que chegou? Adorei a minhoca do Afrânio e a fossa!!!!

    ResponderExcluir
  3. Ai meu Deus quem chegou!?!? Será que foi a Rosa??? Até amanhã eu vou ficar louca!!! rsrsrs

    ResponderExcluir
  4. Cláudia, mais uma vez legal. A história da minhoca fêmea fanha foi hilária.

    ResponderExcluir