domingo, 25 de julho de 2010

DEU A LOUCA NA SERAFINA, A ROSA - PARTE 2 - AUTORA: CLÁUDIA G

Ela queria muito sair com aquele homem, aliás ela não queria só sair ela queria mais, muito mais, ele havia sido o escolhido para fazer com ela aquilo que homem nenhum havia feito ainda. Mas ainda não era o momento, Rosa sabia que se aceitasse o convite tão facilmente ela passaria a ser fetiche do patrão e a idéia não era essa. Ela queria ele a amasse.
Todas as noites Rosa ouvia e cantava suas músicas preferidas e outras que não eram exatamente as preferidas, mas que representavam seu estado de espírito naquele momento. Além de ouvir e cantar, ela também dançava, dançava feito louca que era para exorcisar os capetinhas que a apurrinhavam.

“Tantas decepções eu já vivi

Aquela foi de longe a mais cruel

Um silêncio profundo e declarei:

'Só não desonre o meu nome'

(...)

Que você me adora

Que me acha foda

Não espere eu ir embora pra perceber

Que você me adora

Que me acha foda

Não espere eu ir embora pra perceber”

(Pitty – Me Adora – Ouça em: http://letras.terra.com.br/pitty/1507865/)

Alternando de uma melodia para outra, muitas vezes sem nenhum critério seletivo, Rosa tinha convicção de que era uma nova mulher e sabia o que queria e aonde queria chegar, e o francês estava no papo. Rosa se sentia Vitoriosa.

“Quero sua risada mais gostosa

Esse seu jeito de achar

Que a vida pode ser maravilhosa...

Quero sua alegria escandalosa

Vitoriosa por não ter

Vergonha de aprender como se goza...”

(Ivan Lins – Vitoriosa – Ouça em: http://letras.terra.com.br/ivan-lins/46452/)

“Vem aqui que agora eu to mandando,

Vem meu cahorrinho, a sua dona ta chamando”

(Kelly Key – Cachorrinho – Ouça em: http://letras.terra.com.br/kelly-key/63650/

Seu patrão usava de pretextos sórdidos para estar ao lado dela o tempo todo e aquilo a encantava. O mau-humor dele era sexy demais, ela adorava vê-lo enraivecido, principalmente quando seu melhor amigo o tirava do sério com piadinhas toscas. Ele sempre burrinho, nunca entendia as piadas, Rosa sempre ria antes dele. Da mesma forma como ele ainda não havia percebido que Rosa estava usando todo o seu charme e elegância para deixá-lo de quatro por ela.
Rosa acordava cedo todos os dias, precisava ter tempo para arrumar o seu cabelo e ficar toda trabalhada na elegância. Rosa saiu do cortiço para um apartamento alugado, próximo ao seu trabalho, seu pai não aprovou, é óbvio, mas ela conseguiu convencê-lo de que não dava para fazer tanta baldeação de ônibus e metrô para chegar ao trabalho, além disso, morar no cortiço poderia espantar o francês e aniquilar seus planos.
Claude era um solteirão convicto, pelo menos era nisso que ele acreditava. Tinha uma alergia estranha quando se falava em casamento. Rosa precisava curar o chefe para poder se casar com ele, ela já tinha sacado qual a receita pra isso.
Rosa demorou a descobrir que o chefe tinha uma namorada, depois de tudo o que ela havia aprendido, definiu aquela namoradinha do patrão como uma perua e cafona ao extremo, mas a desgraçada era bonita e tinha um belo de um corpo. Que raiva! – pensava. Aquilo não podia ficar por menos, então, se matriculou numa academia em busca de uma barriguinha chapada, um bumbum durinho e pernas bem torneadas, foi à uma nutricionista encomendar uma dieta balanceada, começou a fazer drenagem linfática para se livrar das malditas celulites e iniciou sessões de terapia. A terapia de Rosa era um capítulo a parte, ela estava completamente apaixonada pelo chefe, mas não queria tornar aquilo uma obsessão e, além do mais, ela tinha que se livrar do medo de levar outro pé no traseiro. Rosa chegou a confessar para sua terapeuta que se tomasse um chega pra lá de Claude, ia ficar profundamente magoada, mas que “mil vezes um fora dele, do que daquele idiota e pobretão do Júlio!”.
Claude se encantava cada dia mais com a ética profissional, beleza e educação de Rosa, antes da grande transformação, ela já era tudo isso, mas ele não via porque ela não se fazia notar, ela não despertava o interesse dele, mas agora as coisas eram diferentes. Apesar dos pesares, o caráter estava acima de todas as coisas para Rosa e homem comprometido estava totalmente fora de cogitação para ela.

(Continua)

3 comentários:

  1. Cláudia,
    assim como na versão paulistana tbm estou adorando o DEU A LOUCA NA SERAFINA, A ROSA. Continue nos brindando c suas versões.
    Bjinhus e mt inspiração!!!

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  2. estou sentido falta da outra versão, a gaucha continua estou curiosa

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  3. Claudinha, só você para nos brindar com esse show... homem comprometido... pois sim....

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