UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO PAULISTANA - PARTE 14 - AUTORA: CLÁUDIA G

Egídio fica totalmente desconcertado e sem saber o que dizer. Claude fica olhando sem entender. Gurgel e Janete se entreolham. Egídio ri e tenta disfarçar o incômodo.

Egídio: Frazão, Frazão sempre brincalhão. - diz e sai andando em direção à sua sala.

Frazão sorri para Egídio e não responde. Claude olha pra Frazão sem entender nada.

Frazão: Claude, a gente precisa conversar.

Claude: Tá já estou indo.

Frazão se dirige para sala. O mostruário de tecidos na mesa de Janete chama atenção de Claude.

Claude: É pra cortina?

Janete: É sim. - Janete pega as amostras q separou em mostra pra Claude. - o que o senhor acha dessas?

Claude olha uma por uma.

Claude: Esta non, esta non, esta non, esta também non.

Janete: Mas dr. Claude são tão lindas.

Claude: São transparentes, isso e nada é a mesma coisa, d. Janete. Separa umas mais escuras. - diz indo para sua sala conversar com Frazão e se volta para Janete para reforçar. - não se esqueça q tem q estar pendurada alí amanhã, ãhn!

Janete: Tudo bem dr. Claude. - responde com presteza e pensa – Que pena, achei essas tão lindas!

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Claude: Frazón, o q q aconteceu?

Frazão: Meu amigo, senta q lá vem a estória.

Claude olha preocupado.

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Rosa chega no escritório depois do almoço com miss Smith.

Rosa: Oi Janete, como estão as coisas por aqui?

Janete: Tudo bem.

Rosa: Algum recado?

Janete: Não, nenhum.

Rosa: Tá bom então, obrigada. - diz enquanto segue para sua sala.

Janete: Rosa!

Rosa: Pois não, Janete.

Janete: O que que vc acha? - diz mostrando um tecido de cortina.

Rosa: Lindo! - respondeu sem ao saber para o que era aquele pedaço de pano.

Janete dá por escolhida a cortina de Claude.

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Frazão: Rosa, minha querida! Ainda bem q vc chegou.

Rosa: Aconteceu alguma coisa?

Frazão: Aconteceu, senta aí que eu tenho uma estória muito doida pra contar pra vcs.

Frazão conta a estória de Zequias e dr. Olegário da mesma forma que ouviu de Gurgel.

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Anoitece. Beto está ao telefone.

Beto: Papai, vc precisa vir pra São Paulo, precisa me ajudar, depois de tudo o que eu te contei não pode ficar aí sem fazer nada.

Carlos: Meu filho, ninguém aí pode saber que vc está falando comigo, entendeu?

Beto: Eu sei papai, não vou contar nada a ninguém. A gente precisa dar um jeito nisso, já descobri muita coisa e sei que tem muito mais para descobrir. Tem muita gente sendo prejudicada por eles.

Carlos: Tá bom, meu filho. Eu vou pensar.

Beto: Tá, mas não demora muito, pq pode ser tarde demais, tem vidas em risco e eu estou com medo deles.

Raquel se aproxima e ouve a última parte da conversa. Beto percebe a presença da irmã.

Beto: Preciso desligar, um abraço! – desliga o telefone sem demora.

Raquel: De quem vc está com medo?

Beto: De ninguém Raquel.

Raquel: Com quem vc estava falando?

Beto: Muito embora eu não lhe deva satisfações, estava falando com um amigo.

Raquel: Amigo? Que amigo?

Beto: Porque vc não vai aplicar mais um golpe naquele otário do Milton e me deixa em paz, hein?

Raquel: Não fala assim comigo!

Beto: Então não enche a minha paciência! Que inferno Raquel! Pq se juntou à eles? Sempre foi uma pessoa do bem, eu era o irresponsável aqui, não você, lembra?

Raquel: Só estou querendo ajudar a mamãe a se casar com Claude para nós não ficarmos na miséria.

Beto: Mas vc é burra mesmo, hein Raquel?! Vc ainda não percebeu q o q a mamãe e o vovô querem é dar uma rasteira no Claude? E pior, querem matar a Rosa e quem atravessar o caminho deles.

Raquel: Que absurdo, Beto! Vc não sabe o q está dizendo. Acho que o vovô tinha razão, vc tinha q ser internado em uma clínica, está completamente fora de si.

Beto: Eu estou fora de mim? – ri ironicamente. – Tem certeza? Não sou eu q saí por aí destruindo noivado de ninguém.

Raquel: (com raiva) Idiota! É isso q vc é, um idiota!

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No cortiço, Joana e Sérgio conversam durante o jantar.

Sérgio: E aí mãe? Tudo bem? Está quietinha hoje, algum problema?

Joana: Eu estive na casa de Roberta Vermont.

Sérgio: O quê? Tá falando sério, mãe?

Joana: Estou.

Sérgio vendo cara da mãe resolve tirar tudo a limpo.

Sérgio: Mãe, me conta, qual é o seu problema com a Roberta?

Joana: Eu e ela fomos apaixonada pelo seu pai.

Sérgio: Sério? Então vc já a conhecia mesmo?

Joana: Já, meu filho. Nos conhecemos no teatro, quando a Roberta estava começando a carreira.

Sérgio: E o meu pai teve alguma coisa com ela? – pergunta com certo receio.

Joana: Um breve relacionamento, mas resolveu ficar comigo, pq eu engravidei de vc. Eu e o seu pai abandonamos o teatro e um tempo depois q vc nasceu ele me abandonou pq ainda amava a Roberta.

Sérgio: Mãe, pq vc nunca me contou isso?

Joana começa a chora.

Joana: Pq não, nunca imaginei q vc fosse conhecer a Roberta e se apaixonar por ela.

Sérgio: Mãe, eu amo a Roberta e sei q ela tb me ama. Isso tudo é passado.

Joana: Não, não é. Eu perdi seu pai pra ela e não quero perder vc meu filho.

Sérgio: Vc nunca vai me perder mãe, nunca! Tá me ouvindo?

Sérgio abraça a mãe com ternura e pensa no que acaba de ouvir e em como ficariam as coisas a partir dessa revelação.

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Egídio e Nara conversam na biblioteca.

Nara: Papai, como assim o Frazão te chamou de dr. Olegário?

Egídio: Pois é, não sei. Estou desconfiado que o Gurgel tenha dado com a língua nos dentes. Se for isso realmente, ele vai me pagar muito caro.

Nara: Papai, se ele descobriu estamos fritos. E o q q o senhor pensa em fazer?

Egídio: Não sei, não faço a menor idéia. Não posso chegar pra ele amanhã e perguntar: “E aí Frazão, pq vc me chamou de dr. Olegário?”. Ele vai perceber q fiquei preocupado com isso.

Nara: Papai, posso tentar descobrir alguma coisa com o Frazão, o q o senhor acha?

Egídio: Não, Nara, dessa vez acho melhor vc ficar na sua. Se ficar bancado a mulher rampeira os nossos planos com o Claude não vão funcionar. O Frazão é diferente do Claude, é esperto demais!

Nara: E o q q nós vamos fazer?

Egídio: Não sei.

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D. Amália e Dádi conversam na cozinha após o jantar.

D. Amália: Dádi, que sobremesa maravilhosa, depois quero a receita.

Dádi: Obrigada, d. Amália. É a sobremesa preferida do dr. Claude, sempre faço pra ele.

D. Amália: Vc gosta de trabalhar com ele, não?

Dádi: Gosto muito, não me dá trabalho nenhum. É mal humorado, é verdade, mas até isso ele melhorou depois q casou com d. Rosa.

D. Amália: Ah é? Ele era mal humorado, é?

Dádi: Vixe! Demais da conta. Se tivesse q acordar cedo então!

D. Amália: Que bom. É bom saber q esse casamento torto ajudou em alguma coisa, né?

Dádi: D. Amália, ajudou em muitas coisas. Dr. Claude é outra pessoa. Quando que a enjoada da d. Nara fazia com ele isso q a d. Rosa faz? Quando ela dormia aqui, me dava ordens como se eu fosse a empregada dela e acordava ainda mais tarde q ele.

D. Amália: Será q ele esqueceu essa d. Nara. – diz observando Claude e Rosa q estão na sala conversando.

Dádi: Esqueceu. – diz com convicção. – Mas aquilo – em referência à Nara. - é uma praga e não esqueceu o dr. Claude.

D. Amália faz cara de quem entendeu o q Dádi disse.

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Na sala Claude e Rosa conversam...

Claude: Como foi o almoço com miss Smith?

Rosa: Muito bom, gosto muito de conversar com ela.

Claude: Contou à ela q tiramos Egídio do projeto?

Rosa: Contei e ela gostou muito de saber. Ela adorou a idéia da construção das casas no Bexiga.

Claude: (mudando de assunto) E a estória que o Frazón contou, hein?

Rosa: É, q coisa maluca, mas eu não duvido de nada q venha daquela família.

Claude: Pra mim tudo isso é muito estranho, descobrir tanta coisa ruim ao mesmo tempo de pessoas q vc sempre confiou, entende?

Rosa: Entendo sim, Claude, mas vc precisa abrir bem seus olhos com essa gente.

Claude: Vamos mudar de assunto?

Rosa: E sobre o que vc quer falar?

Claude: Vamos falar de algo interessante. Vamos falar de mim, ãhn? – diz com cara de conquistador convencido.

Rosa acha graça do marido.

Rosa: (rindo) Quanta pretensão, hein!?

Claude cochicha no ouvido de Rosa algo q a faz rir.