DEU A LOUCA NA SERAFINA, A ROSA - PARTE 7 - AUTORA: CLÁUDIA G

Claude: E enton? O que elas dizem? - sorriu largamente para a secretária.

Rosa: Quis dizer que só as flores bastavam, já desmonstram o carinho. - diz tentando ser gentil e disfarçar o nervosismo.

Claude: Demonstram? - pergunta com ligeira preocupação.

Rosa: É... demonstram, não demonstram? - sorri nervosa.

Claude: Enton você gostou?

Rosa: Não deveria?

Claude: Non sei, deveria?

Rosa: Quanta interrogação! - pensa alto.

Claude: O que foi que disse?

Rosa: Gostei, claro, exclamação! - diz rapidamente, como se estivesse batendo um jogo de cartas.

Claude: Exclamaçon? - diz sem entender.

Rosa: Desculpa, é que a nossa conversa, não tem reposta, só perguntas. - Ri da situação.

Claude: É mesmo?

Rosa: Não percebeu?

Claude: Não, ponto final!

Rosa ri da gracinha do Claude.

Rosa: Obrigada pelas flores. Vou voltar ao trabalho.

Claude: Por que? - pergunta com ar travesso de quem gostou da brincadeira.

Rosa: Porque sim, ponto final! - Rosa levanta seu braço direito de punho cerrado e dá um brado de vitória e sai rindo da sala de Claude que fica ainda mais encantado ao descobrir a perspicácia de sua belíssima secretária.

Fim de expediente, Rosa desliga o computador e arruma sua mesa para ir embora pra casa quando Claude aparece.

Claude: Tchau!

Rosa: Tchau, até segunda.

Rosa tinha um sorriso estonteante e naquele dia, por algum motivo, um brilho nos olhos for a do normal que fez que Claude parasse o tempo por alguns instantes.

Claude: O que você vai fazer hoje à noite?

Rosa: Eu?

Claude: É aquela brincadeira de novo? - diz com um sorriso nos lábios e olhando nos brilhantes olhos de Rosa.

Rosa: Não, desculpa. - diz sem graça e sem saber ao certo o que dizer.

Claude: E enton, o que vai fazer?

Rosa: Não sei, não tenho nada programado. - Foi a melhor resposta que Rosa encontrou, na verdade ela deveria ter dito que ele tem namorada e não deveria convidá-la pra sair, mas não ela queria dizer aquilo, afinal, ele era o seu patrão.... Mentira! Ela queria sair com ele e ponto final.

Claude: Gostaria de sair para jantar?

Rosa: Éhh...jantar seria ótimo! - Rosa aceita, mas condena sua atitude... - “O homem tem namorada. Acho que eu estou ficando completamente louca!”

Claude: Que bom, ãhn! Vai ser divertido. Posso ir buscá-la às nove?

Rosa: Sim, pode.

Claude: Até mais enton.

Rosa: Até. - Rosa fica olhando seu patrão se afastar até entrar no elevador. Quando Claude, já dentro do elevador, interrompe o fechamento da porta...

Claude: Às Nove! - fala em alto e bom som.

Rosa: Combinado! - responde com a mesma entonação que recebeu de Claude.

Claude entrou no seu carro para ir para casa com uma sensação diferente, uma satisfação inexplicável. Ligou o rádio do carro e zapeou entre as estações quando parou numa música...

“Olhando as estrelas

Nada no espaço

Fica parado no lugar

A terra se move

Os carros na estrada

Eu dentro de um deles

Corro mais

Só prá te encontrar...

Olhando o relógio

O tempo não passa

Quando eu me afasto de você

Mas se de repente

Ele fica apressado

E as horas disparam

É só porque encontrei você...”

(Leoni – Melhor pra mim - http://letras.terra.com.br/leoni/70133/ )

Rosa chega em sua casa, tira os seus sapatos, coloca a bolsa sobre o aparador ao lado da porta e se joga no sofá, em suas mãos apenas seu ipod....

“Amar!

É quando não dá mais prá disfarçar

Tudo muda de valor

Tudo faz lembrar você

Amar!

É a lua ser a luz do seu olhar

Luz que debruçou em mim

Prata que caiu no mar

Suspirar sem perceber

Respirar o ar que é você

Acordar sorrindo

Ter o dia todo prá te ver

O amor é um furacão

Surge no coração

 

Sem ter licença pra entrar

Tempestade de desejos

Um eclipse no final de um beijo

O amor é estação

É inverno, é verão

É como um raio de sol

Que aquece e tira o medo

De enfrentar os riscos

Se entregar...”

(Roupa Nova – Amar É - http://letras.terra.com.br/roupa-nova/63780/ )

A música acaba e Rosa olha para o relógio e vê que já está na hora de começar a se arrumar. No seu quarto abre seu guarda-roupa e começa a selecionar algumas peças prováveis para usar naquela noite. “Mas aonde será que nós vamos?”, Rosa não sabia o que usar porque não sabia aonde ia. “Vou ligar pra perguntar”. Rosa pega o telefone e começa discar. “Acho melhor não...”. Rosa desiste do telefonema e encosta no corpo todas as peças que considerava adequadas para a ocasião até que optou por um vestido mais casual de chifon florido que ia até seus joelhos. Rosa passou seu melhor perfurme, channel 5, que ela havia comprado com certo sacrifício porque, no fundo, sonhava em usá-lo numa situação como essa. Depois da longa demora na escolha do visual ideal, Rosa correu para o chuveiro.

Claude já estava arrumado, perfumado e com a barba feita. Pois é, barba feita! Ele usava uma camisa branca de mangas compridas dobradas até o cotovelo e calça jeans com sapatos pretos. Quando chegou no apartamento de Rosa tocou a campainha e aguardou ser atendido esfregando uma mão na outra, como se estivesse liberando seu nervosismo.

Rosa saiu correndo para atender, mas antes parou em frente ao espelho que ficava na sala para fazer a última checagem no visual. Ajeitou os cabelos, posicionou os seios no vestido e tirou o excesso de batom dos cantos dos lábios.

Rosa: Olá! Pontualidade britânica. - disse sorrindo para quebrar o gelo daquele primeiro encontro.

Claude: Olá! Se não estiver pronta posso esperar... - Claude quis ser gentil, mas depois viu que falou sem pensar. “Como Rosa poderia estar pronta?”. - Você está muito... bonita!

Rosa: Obrigada. Já estou pronta, vamos?

Claude: Vamos.

Claude e Rosa seguiram em silêncio até chegarem no carro, nenhum dos dois sabia o que dizer.

Rosa: Aonde nós vamos?

Claude: Vou levá-la num restaurante que eu gosto muito.

Rosa: Comida francesa?

Claude: Não. - Claude achou engraça da pergunta. - Tenho hábitos simples.

Rosa: É mesmo? E o que vai ser então?

Claude: Você vai ver. Gosta de música?

Rosa: Adoro!

Claude: Então vamos ouvir uma musiquinha até chegarmos lá. - Claude liga o som do carro e uma música começa a tocar.

“Guarde segredo

Que te quero

E conte só

Os seus prá mim

Faça de mim

O seu brinquedo

Você é meu enrêdo

Vem prá cá...

Te quero

Hum! Te espero

Não, não vai passar

O amor não falta estar...

Você pensa em mim

Eu penso em você

Eu tento dormir

Você tenta esquecer

Longe do seu ninho

Meu andar caminho

Deixo onde passo

Os meus pés no chão

Sou mais um na multidão...”

(Sou mais um na multidão – Erasmo Carlos e Marisa Monte - http://letras.terra.com.br/erasmo-carlos/45775/ )