Fic: Love Contrat
Autor: Sakuraxjapan
Gênero: Romance
Sinopse: Rosa é uma mulher solteira, bem sucedida de 30 anos. Depois de ter sido abandonada pelo noivo dias antes do casamento, jurou nunca mais confiar em homem nenhum.
Claude é um Francês de 35 anos solteiro e misterioso. Evita sempre falar de sua família e de seu passado.
O que ambos tem em comum? Serão obrigados por uma cláusula de um testamento a se casarem. Cláusula que foi imposta pelo próprio avô de Rosa, dono de uma fortuna incalculável. Ele tinha Claude com o seu filho, mais a real relação entre eles ainda é um mistério para Rosa. Ele via em Claude a proteção que queria para sua neta depois de sua morte. No começo da fic Claude e Rosa se odeiam, mais ninguém garante que isso não vá mudar no decorrer da fic.
PRÓLOGO
Faltava menos de uma semana para meu casamento quando fui abandonada. O dia na qual eu sempre fantasiei desde minha adolescência havia se tornado um pesadelo na qual me atormentaria por um longo período. Havia conhecido Julio ainda no colegial, e desde então começamos a namorar. Ele se formou em Direito e eu me formei em publicidade. Tínhamos tudo para dá certo. Nunca deixei duvidas do quanto o amava, e acreditava que esse sentimento era recíproco.
Até o dia que ele chegou em mim terminando friamente nossa historia, como se tudo que tivéssemos passamos juntos não significasse nada para ele. Vi minha vida desmoronar, tudo que eu havia construindo durante minha juventude foi destruído em um segundo. Ele havia me deixado pela filha do chefe dele, alegando está apaixonado. Por nenhum momento ele parou para pensar nas conseqüências desse ato dele em minha vida. Ele havia me apunhalado pelas costas e eu jamais o perdoaria por isso, a ferida que ele havia me deixado homem nenhum conseguiria curar. Quer dizer, pelo menos era nisso que eu acreditava até conhecer Claude Antonie Geraldy, o francês que me faria acreditar novamente em finais felizes. No começo eu não ia com a cara dele, o odiava veementemente, enxergava nele um oportunista, alguém que se aproveitava de um velho milionário. Meu avô o considerava o seu braço direito, ele confiava cegamente no Claude e isso me incomodava. Mais eu não podia reclamar, depois que Julio me deixou, fui embora do Brasil para morar na Europa, abandonando indiretamente meu avô, a única família que eu tinha. Meus pais foram assassinados quando era muito nova e desde dessa época meu avô assumiu o papel de pai e mãe. Eu sabia que eu era tudo o que meu avô tinha, e ele era tudo que eu tinha também. Mais na época eu estava tão magoada com a rasteira que a vida havia me dado que acabei não pensando em ninguém além de mim.
Fiquei cinco anos morando na Europa, havia conseguir um emprego bom em uma grande empresa de publicidade na França. E sempre que conseguia um tempo ia visitar meu avô no Brasil. O Claude meu avô conheceu depois de minha partida, e ele nunca soube me explicar direito como foi, só sei que as pessoas de fora acreditavam tratar de pai e filho com tamanha a cumplicidade que tinham um para com o outro e talvez essa minha rincha com esse francês tenha começado por isso, pelo ciúmes que eu sentia pela relação deles. Então vai ser apartir de agora que vou começar a contar minha historia de vida, de intrigas e acima de tudo minha historia de amor.
Capitulo 1 “Aproximação”
Tudo começou cincos anos depois que eu havia sido abandonada. Estava morando na França com o emprego que eu sempre quis, tudo ia como planejado até receber uma ligação que mudou meus planos radicalmente. Estava em casa pronta para sair com uma amiga quando o telefone tocou.
- Bonjour! – Atendi um pouco apressada. Já estava atrasada para ir a um coquetel.
- Serafina Rosa? – Era voz de um homem, pelo sotaque era Brasileiro. Sentir meu coração apertar ao constatar isso. Pois telefonema do Brasil, coisa boa não poderia ser.
- Sim sou eu. Com quem falo? – Perguntei levemente apreensiva.
- Sou Frazão, advogado do seu avô Geovanni Petroni, Desculpa incomodar, mas é que não tenho boas noticias. - Indagou o homem alegando ser o advogado do meu avô.
- Não precisa se desculpar Dr Frazão. Aconteceu alguma coisa com ele? – Perguntei. Ele ficou em silencio por uns segundos. – Dr Frazão? – Insistir.
- Desculpa, não sei como falar isso para a senhora. – Ele parecia bastante abalado.
- Senhorita. – O corrigir. Pelo caminhar da historia eu acho que já imaginava o que poderia ser.
- Perdão, não quis ofende-la. Senhorita Rosa, seu avô, ele... –
- Não precisa terminar eu já entendi. – O interrompi.
- Sinto muito. - Ele lamentou.
- Quando foi? – Perguntei.
- Nessa manhã. – Ele respondeu. Era mais ou menos meio Dia no Brasil. A diferencia de fuso horário do Brasil para França eram de 4 horas. Respirei fundo, então perguntei.
- Como foi? Ele sofreu? –
- Um ataque cardíaco fulminante. – Agora foi minha vez de ficar em silencio. Eu não poderia acreditar nisso.
- Obrigado Dr Frazão por me informar, mais preciso desligar agora. – A ficha ainda não tinha caído. Então desliguei o telefone não esperando a resposta dele. Meu avô que eu tanto amava estava morto. Isso quer dizer que eu literalmente estava sozinha no mundo. Eu não tinha mais ninguém.
- Rosa? O que aconteceu? – Perguntou Janete preocupada ao vê a expressão atual do meu rosto. Ela era minha amiga, morávamos juntas. Ela também era Brasileira.
- Meu avô morreu. – Respondi em um único suspiro.
- Oh amiga! Sinto muito. - Ela também lamentou aproximando-se de mim e me abraçando logo em seguida.
- Preciso voltar para o Brasil. – Falei.
- Você quer que eu te acompanhe? – Ela perguntou.
- Não precisa. Prefiro ir sozinha. – Respondi. Eu precisava ser forte pelo meu avô. Eu sabia que um dos maiores medo dele era morrer e me deixar sozinha e desamparada nesse mundo. Depois dessa ligação peguei o primeiro vôo para o Brasil. Foram as horas mais longas e cansativas da minha vida até chegar ao aeroporto de São Paulo. Meu dia não estava sendo bom, era meia noite quando meu vôo aterrissou. Fui até o desembarque do aeroporto esperar ansiosamente por minhas malas que nunca chegava.
- Desculpa, mais onde estão minha malas? - Perguntei impaciente assim que percebi que elas não estavam onde deveriam está. Passou uns minutos desde então e lá estava eu reclamando por que minhas malas haviam sido extraviadas. - Não quero saber de desculpas, Todas as minhas coisas então nessas malas. - Respondi num tom histérico. Isso só poderia ser um pesadelo.
- Calma senhora, como já dissemos... – Um atendente já ia começar a falar, mais eu o interrompi bruscamente.
- SENHORITA. – Corrigir - Será que uma mulher de 30 anos não pode ser solteira hein? -
- Desculpa senhorita, não foi minha intenção ofende-la, Mais como já dissemos antes, no Maximo dois dias isso será resolvido. - Falou o atendente bastante educado, mais naquelas alturas, educação nenhuma me acalmava. Eu estava com os sentimentos à flor da pele.
- Mais eu não tenho dois dias, o que eu vou vestir até lá?- Já estava quase partindo para cima do rapaz que não tinha culpa de nada.
- Desculpa, não tem mais nada que possamos fazer. - Ele falou ainda mais educado, essa calma toda dele já estava me irritando. Foi então que eu percebi que eu era o centro das atenções, as pessoas me olhavam com se fosse uma louca histérica. Então um rapaz se aproximou de mim por trás.
- Pardon senhorita, mais posso lhe ajudar com alguma coisa?- Nossa! Que voz linda, era rouca e ao mesmo tempo sexy com um sotaque que me lembrava muito o francês. Sentir até um calafrio percorrer minha espinha quando percebi que o dono da voz estava atrás de mim.
-O problema é que ninguém sabe onde estão minhas malas. - Respondi já me virando para encarar o rapaz. Só que o encantamento não durou muito. A pessoa que se encontrava atrás de mim era nada mais e nada menos que o Claude. O Braço direito do avô. – O que você está fazendo aqui? – Perguntei incomodada.
- Mon dieu! Que recepção mais agradável. – Ele respondeu ironicamente em resposta a minha indagação.
- Desculpa, mais ironia nesse momento não cai bem. – Retruquei rispidamente.
- Quem começou foi você Han? Eu apenas em respeito à memória de seu avô, vim te buscar. – Ele se justificou.
- Mais não precisava. Já sou bem grandinha para precisar de guarda costa. – Respondi.
- Em nenhum momento insinuei que seria seu guarda costa, Eu só vim te fazer um favor, se é que você sabe o que quer dizer essa palavra. Você poderia pelo menos tentar fingir que me suporta, pelo menos nesse momento non acha é Rosa? – Ele sugeriu. Desde que havíamos nos conhecido, vivíamos nessa guerrinha partícula toda vez que eu vinha para o Brasil visitar meu avô. Mais eu o ignorei e sai andando, deixando-o falando sozinho.
- Mais é uma maluca mesmo han? – Escutei ele esbravejar. – Espera. – Ele gritou correndo atrás de mim, e assim que me alcançou me puxou pelo braço me obrigando a parar de andar e encará-lo.
- Rosa eu vim em misson de paz. Eu também gostava muito do seu avô Sabia? – Ele disse tentando me convencer dos seus bons sentimentos. Como se isso fosse possível.
- Claro, e do dinheiro dele também né? - Insinuei. Ele apenas revirou os olhos e respirou fundo, parecia tentar manter a calma.
- Eu vim te buscar e você vai comigo, nem que eu tenha que te levar a força. – Ele ameaçou.
- Pois tente para você vê. – Eu o desafiei.
- Você que pediu. – Ele retrucou. Claude me levantou e me colocou sobre seu ombro.
- Me solta. – Eu gritei enquanto tentava me soltar. Ele me ignorou e saiu do aeroporto me carregando em seus braços. As pessoas olhavam assustadas para essa cena bizarra e ele apenas se justificava dizendo que era briguinha de namorados. Ele me levou até o carro que acreditava eu ser do meu avô. Era uma Mercedes. Assim que nos aproximamos do carro ele me colocou no chão.
- Belo carro. – Elogiei ironicamente. – Ele é seu? –
- Eu entendi o que quis dizer, E non, esse carro non é meu é do seu avô, quer dizer era né? Agora deve ser seu. - Ele disse enquanto abria a porta do carro para mim.
- Não sou alejada, ainda consigo abrir a porta do carro sozinha. - Resmunguei.
- Só quis ser gentil. – Ele respondeu.
- Pois não seja. – Voltei a resmungar. Ele apenas deu a volta ignorando esse meu ultimo comentário. E entrou no carro e foi o que eu fiz também.
- Coloca o cinto. – Ele mandou antes de ligar o carro.
- Onde fica a palavra “por favor” nessa sua frase? – Eu perguntei, o tom que ele havia usado fez parecer que ele estava me dando uma ordem.
- Pensei que non gostava de gentilezas. – Ele retrucou ironicamente. Eu virei o rosto o ignorando. Quando viu que eu não ia colocar o cinto, ele mesmo o fez. Aproximou-se de mim colocando o cinto contra minha própria vontade. – Pronto, Agora vamos. -
Já se passava da meia noite eu tava tão cansada que acabei adormecendo no caminho para casa. Só acordei horas mais tarde já no meu quarto. Quarto que ainda tinha a mesma decoração de antes de eu ir embora. Levantei-me e fui até o banheiro lavar o rosto, através do reflexo do espelho percebi que vestia um conjunto de moletom azul e que definitivamente não era meu, dava duas de mim de tão grande que ele era.
-Rosa? Posso entrar? – Ouvi alguém batendo na porta do meu quarto me chamando. Pelo sotaque só poderia ser aquele francesinho idiota. O que ele queria? Eu já ia responder que não podia, mais quando sai do banheiro ele já se encontrava dentro do meu quarto.
- Por que pergunta se pode entrar se nem ia esperar minha resposta. – Perguntei irritada.
- Você ficou bem com esse meu moletom. – Ele disse ignorando o que eu havia falado segundos atrás. Então era dele.
- Pera aí, esse moletom horrível é seu? Como assim? – Voltei a perguntar ainda mais irritada.
- É que você non tinha nada para vestir, e como eu sei que hoje vai ser um dia difícil por causa do enterro do seu avô, você precisaria dormir bem para acordar disposta. Então achei melhor trocar aquela sua roupa apertada por esse moletom confortável. – ele respondeu.
- Como assim resolveu trocar mina roupa? Não me diga que .... –
- Espera aí, me expressei mal. Non pense maldade. Non fui eu que troquei sua roupa. Eu non ia ser desrespeitoso a esse ponto. – Ele se justificou rapidamente. – Quem trocou sua Roupa foi a Dadi. – Disse ele apontando para uma senhora que estava na entrada do meu quarto com uma bandeja de café da manhã. – Bom, tenho que ir resolvi os últimos detalhes do enterro, vê se relaxa e toma um banho. – Ele sugeriu já saindo do quarto. Ele realmente parecia bem abalado ou talvez fosse só fingimento. Tomei o café da manhã e fui direto para o banho, mais só depois que já havia tomado banho foi que lembrei que estava se nada para vestir. Minhas malas haviam sido extraviadas, com tudo meu dentro delas. Eu precisava sair para fazer comprar. Mais como? Usando aquele moletom? Nunca!
- Posso entrar? – Estava já saindo do banho quando voltei a escutar alguém bater novamente na porta do meu quarto. E pelo sotaque era ele de novo. O que ele queria dessa vez?
- Entra. - Respondi irritada. Só que eu havia esquecido que estava só de roupão e percebi isso quando ele já estava dentro do meu quarto.
- Você non pretende ir no enterro do seu avô vestida assim né? – Ele apontou para o roupão vermelho que eu usava. Na hora eu queria sumir com tamanha a vergonha que eu fiquei, mais mantive a compostura e fingir não ligar dele esta me vendo só de roupão.
- Lógico que não, mais como minhas malas fora extraviadas, estou se nada para vestir. – Respondi desanimada.
- Foi o que eu imaginei. Pega! – Ele me entregou umas sacolas que estavam em suas mãos.
- O que e isso? – Perguntei desconfiada.
- Roupas, como eu já sabia que você estava sem nada para vestir, tomei a liberdade de passar no shopping e comprar essas roupas para você. Dá para vesti-las até você mesma ter tempo de comprá-las.- Esse gesto dele me pegou de surpresa. Ele estava sendo tão gentil. Parecia querer tanto cuidar de mim. Eu conseguir enxergar nele a imagem preocupada do meu avô. E isso me fez cair em lagrimas, desde a noticia da morte dele, eu tinha conseguido segurar o choro. Era como se eu ainda acreditasse que ele iria voltar que eu não precisava chorar por uma morte que não existia. Mais a ficha estava começando a cair. Então fui aos prantos.
- Chora. Vai te fazer bem. – Ele disse já se aproximando de mim e me abraçando logo em seguida. Respondi o abraço. Eu precisava de um consolo.
Em respeito ao meu avô resolvi dá uma trégua na implicância que eu tinha com o Claude. Não faria mais insinuações a respeito de seu caráter. Se meu avô gostava tanto dele assim, má pessoa Claude não poderia ser. Fomos os dois para enterro, tinha muitos amigos do meu avô, políticos e empresários. Meu avô era muito importante no mundo dos negócios. Ele era dono de uma das maiores construtoras do Brasil. Depois do enterro voltamos direito para casa. Eu estava muito deprimida. Sentindo-me sozinha e desamparada.
- Rosa você está bem? – Claude perguntou preocupado.
- Não, mais vou ficar. – Respondi. – Vou para meu quarto. Preciso dormir. – E foi o que eu fiz, dormir até o dia seguinte. Quando amanheceu fui acordada por Dadi.
- Posso entrar Dona Rosa? – Ela perguntou batendo levemente na porta.
- Claro Dadi. – Respondi pegando o relógio para olhar as horas, já eram 9:00 da manhã . Ela entrou segurando uma bandeja de café da manhã.
- Café da manhã de novo na cama? Desse jeito eu me acostumo Dadi. – Respondi me sentando na cama.
- Ordens do Doutor Claudes.- Ela respondeu enquanto apoiava a badeja sobre a cama.
- E ele já acordou? – Perguntei.
- Já e saiu bem cedinho. E me pediu que deixasse a senhora dormir mais um pouco e depois levasse o seu café da manhã. – Ela respondeu.
- Tá certo, obrigada Dadi. Pode ir. – Agradeci. E depois que ela saiu, peguei a bandeja e afastei. Estava sem fome. Não consegui pensar em comer com tudo que estava me acontecendo. Resolvi relaxar um pouco e fui direto para banheira onde eu fiquei por pelo menos umas duas horas relaxando e pensando de como seria minha vida de agora em diante. Sai do banho e coloquei o roupão vermelho e fui secar meus cabelos. O barulho do secador me impediu de escutar que alguém batia na porta. E quando dei por mim já tinham entrado. Vi pelo reflexo do espelho que Claude me observava de longe.
- Por que não trás logo sua coisas e vem morar no meu quarto. Já que não sai mais daqui de dentro. – Respondi ironicamente não me dando o trabalho de me virar em direção a ele.
- Non me tente que eu posso acabar aceitando. – Ele respondeu brincalhão.
- Engraçadinho. O que quer? – Perguntei agora já me levantando e indo em direção a onde ele estava.
- Desculpa Rosa, mais o Frazon me avisou que hoje von ler o testamento que seu avô deixou. - ele respondeu
- Como assim? Ele deixou um testamento? Por que? Se eu sou a única família dele. – Perguntei confusa.
- Non sei. O Frazon só me disse que precisava da sua presença e da minha também para a leitura do testamento. – Ele respondeu.
- Da sua também? Claro, como eu não pensei nisso, na certa ele deixou alguma coisa para você. Aposto que já esperava por isso né? – Retruquei ironicamente.
- Mon dieu! Como você é difícil hein? Pensei que tivesse dado uma trégua nos insultos. – Ele perguntou incomodado com minhas insinuações
- Tinha, mais essa historia de testamento me fez abri os olhos de novamente. – Respondi.
- Serio? E você acha o que? Que eu coloquei uma arma na cabeça do seu avô o obrigado a me incluir no testamento é? – Ele debateu as minhas acusações.
- Não duvidaria nada. – Respondi.
- Esteja pronta às duas horas. – Ele falou seriamente ignorando meus últimos comentários saindo logo em seguida não dando tempo de responder. Ele parecia ter se ofendido mesmo. Acho que peguei pesado. Mais o que ele queria que eu pensasse? Meu avô só o conhecia a cinco anos e já o tinha até o incluído no testamento dele.
No horário marcado estávamos Claude e eu no escrito do Dr Frazão. Tínhamos acabado de chegar.
- Rosa! Tudo bem querida? – Perguntou Frazão assim que me viu entrar em sua sala.
- Estou bem sim obrigada. – Respondi educadamente.
- Oi francês. Tudo bem? – Frazão cumprimentou o Claude com um abraço. Eles pareciam ser bastantes amigos.
- Na medida do possível sim. – Respondeu Claude.
- Sentem-se. – Disse Frazão apontando para as cadeiras que estavam em frente a sua mesa. Claude se aproximou de uma das cadeiras a puxando de numa forma cavalheira para que eu sentasse. Eu o ignorei e sentei na outra. Ele revirou os olhos e deu um leve sorriso sínico sentando-se ele mesmo na cadeira que havia me oferecido instantes atrás. Frazão apenas riu discretamente com a cena.
- Então Dr Frazão podemos começar? – Perguntei.
- Claro. Mais antes da leitura do testamento, seu avô me pediu que te entregasse essa carta. - Comentou Frazão.
- Uma carta do meu avô? – Perguntei confusa.
- Sim! Essa daqui. – Frazão me entregou a carta. Então eu abrir e comecei a ler.
“Rosa! Minha flor querida. Minha doce menina. Eu já devo está morto quando você estiver lendo essa carta. Mórbido isso não? Mais através desse vídeo quero deixar o meu ultimo recado. Saiba Que depois que meu filho e minha nora morreram, eu pensei que minha vida tinha acabado. E que eu jamais iria conseguir superar essas perdas. Mais sabe o que me ajudou a seguir em frente? Você minha neta querida! Depois que seus pais morreram percebi que eu não poderia me deixar derrotar, que agora eu tinha uma missão, a de te fazer feliz e de ajuda a tornasse uma mulher de princípios e de caráter. Prometi no leito do meu filho que te protegeria de qualquer sofrimento que a vida pudesse de causar. E me culpo por não ter conseguido cumpri essa promessa. Nada me doeu mais ao assistir sua vida desmoronar quando seu ex noivo te deixou. Fui obrigado a assistir de camarote aquela doce e jovem menina cheia de sonhos e planos tornasse uma mulher amargurada. Quando decidiu ir embora, optei por não interferir por que sabia que você precisaria de um tempo, que um dia você superaria essa dor que o Julio havia te deixado. Mais o tempo foi se passando e você demonstrava cada vez mais não acreditar no amor. Sou sua única família e não sou eterno, e me atormenta a idéia de morrer a deixando sozinha no mundo. Você precisa formar sua própria família, casar e ter filhos. Você tem o direito de ser feliz minha menina. E eu vou te dá essa oportunidade. Vou te dá uma segunda chance. Apensa confie e mim.“
Após terminar de ler a carta não conseguir conter as lagrimas e comecei a chorar descontroladamente abraçando a carta contra meu peito. Não podia imaginar que meu avô se culpava pelo sofrimento que eu havia passado há uns anos atrás. Eu não deveria ter ido embora e tê-lo deixado sozinho.
- Calma Cherry. – Disse Claude tentando me acalmar.
- Deixa Claude, ela precisa desabafar. – Repreendeu Frazão.
- Mais o que ele quis dizer com me dá uma segunda chance? – Perguntei com a voz embasada.
- Isso você vai descobrir após a leitura do testamento. – Respondeu Frazão. – Claude, ele também te deixou uma carta. – Disse Frazão entregando a carta para Claude que começou a ler logo em seguida.
“Claude! Meu jovem sonhador. Quero que saiba que você foi uma das pessoas que eu mais confiei no mundo. Sei que não gosta de comentar sobre seu passado. Passado que conheço e que eu aceitei e que os outros também aceitarão. Peço que quando se sentir confortável, converse com a Serafina, desabafe com ela. Quero que os dois se ajudem. Que ambos superem juntos qualquer sofrimento que tenha tido no passado. Claude, tenho certeza que se tornará um grande arquiteto, e que de uma forma ajudará pessoas necessitadas através desses projetos que sempre comentava comigo. Projetos que tende a realizar com meu consentimento. Sei que minha construtora será apena os instrumento da realização dos sonhos de varias pessoas. Confio tanto em ti que deixo em suas mãos a minha jóia mais rara. Minha flor mais preciosa. “
Após terminar de ler a carta percebi que Claude estava bastante emocionado, que por fora tentava segura as lagrimas, mais que por dentro chorava como um menino. Nesse momento sentir que dividíamos a mesma emoção. O mesmo sentimento de saudade.
- Eu sei ambos estão bastante emocionados. Mais precisamos prosseguir com o procedimento. - Disse Frazão enquanto abria o envelope do testamento para assim dá inicio a leitura. E foi o que ele fez, começou a ler em voz alta.
“Deixo para minha neta amada 50% de toda a minha fortuna e outros 50% deixo para Claude.”
- Que??? – Perguntei surpresa, eu ate já imaginava que ele fosse deixar 5% ou até 10 % mais nunca a metade.
- Pera aí, Rosa eu non sabia disso. E também non quero esse dinheiro. Non preciso dele han? – Indagou Claude.
- Oh! Tadinho dele! Está se fazendo de coitadinho, mais por dentro ta pulando de felicidade não estou certa? – Comentei com um tom irônico na voz, não fazendo esforço de esconder minha indignação. E não era pelo dinheiro, mais sim em saber que meu avô estava sendo enganado por um oportunista e que não enxergava isso.
- Acredite você ou non, non faço questão desse dinheiro. Com licença. – Esbravejou ao se levantar da cadeira, já ia saindo quando Frazão foi mais rápido e o impedido de deixar o escritório.
- Dá para você pararem de brigar só um momento? Pelo menos ate eu terminar a leitura do testamento? Depois disso você podem até se matar que eu deixo. – Disse Frazão autoritário. Ele fez Claude se sentar novamente na cadeira e voltou para sua posição de antes.
- E tem mais é? – Perguntei
- Tem, seu avô deixou uma cláusula no testamento para vocês tomarem posse de sua herança.
- E que Cláusula é essa? – Voltei a perguntar. Claude se mantinha calado e serio.
- Vou ler. - Disse Frazão. –
“Um dos meus maiores medo era deixar minha neta sozinha nesse mundo e mais agora com essa fortuna em mãos. Rosa precisa de um homem de caráter que cuide dela, que a ajude a formar uma família e que acima de tudo a proteja de qualquer mau que alguém possa lhe causar. Não posso morrer e não ter a certeza que minha neta formará sua própria família, por isso vou dá uma segunda chance para isso acontecer. E quero que ela confie em mim. Eu sei o que estou fazendo e também sei que futuramente era me agradecerá por isso. Eu só conheço um homem na qual confiaria essa minha jóia rara que é minha neta. Declaro que Rosa e Claude só poderão tomar posse de suas partes da herança, se aceitarem se casar. Essa é a minha condição. Quero que se casem. ” . Esse foi o ultimo desejo do meu avô.
-Vovô? É o senhor? – Perguntei assim que o avistei de longe. Sua imagem estava meio esbranquiçada. – Vovô, vovô. – Comecei a chamá-lo após ter certeza que era ele. Só que ele parecia não me ouvi, pois se distanciava cada vez mais. Olhei para os lados e percebi que estava em um jardim, lugar que me lembrava muito minha infância. Voltei a procurar por meu avô que agora tinha sumido. - Vovô, vovô!- Continuava insistindo a chamá-lo.
- Rosa! Minha neta. – Consegui ouvi sua voz, mais não conseguir enxergá-lo.
- Vovô onde o senhor está? – Perguntei enquanto olhava para os lados a sua procura.
- Estou em seu coração, e é nele que eu moro agora. – Ele respondeu de repente.
- No meu coração? Isso que dizer que não o verei mais? – Perguntei assustada ao me ajoelhar no chão.
- Isso quer dizer que agora sou seu anjo da guarda. – Ele sussurrou. Fiquei em silencio por uns segundos. Não queria acreditar que não o veria mais. Então me puis a chorar.
- Estou sozinha vovô. – Afirmei enquanto meu rosto se banhava em lagrimas. Não tinha mais ninguém além do meu avô.
- Não minha menina, você não está sozinha. – Ele me repreendeu.
- Como assim? Você era a minha única família. - Perguntei confusa.
- Você já sabe a resposta, não precisa que eu te fale. – ele respondeu amavelmente.
- Não posso me casar vovô. Já sofri uma vez e não quero passar por isso de novo. – Respondi.
- E não passará minha filha, confie em mim. – Então tudo ficou em silencio, cravei minhas unhas no chão de terra na qual eu estava ajoelhada ao ouvi a palavra “casamento” que insistia em ecoar em minha mente.
- Não posso me casar! Não posso me casar! Não posso!!!!!!!!!!! – Eu gritei.
- Rosa! Rosa! Calma. Foi só um sonho. – Disse uma pessoa ao me acordar.
- Como é que é? – Ofeguei. Ainda estava sem ar. Olhei para os lados e percebi que estava em meu quarto. - Então foi só um sonho mesmo. – Constatei ainda me recuperando, estava com a respiração ofegante. – O que faz aqui? – Perguntei assim que avistei Claude sentado no meu lado sobre minha cama, tinha sido ele que me acordará instantes atrás.
- Vim ver o que estava acontecendo. Ouvi seus gritos do meu quarto. – Ele se explicou. Fiquei o observando por uns segundos e me lembrando do sonho, na qual meu avô me pedira para casar com Claude.
- Aconteceu alguma coisa? – Claude perguntou ao vê meu olhar distante.
- Aceito me casar com você. – Falei e um único suspiro.
- Mais que eu me lembre eu não te pedir em casamento. – Ele respondeu num tom de deboche. Respirei fundo para não voar no pescoço dele. Tudo isso estava sendo difícil demais para mim e ele agia como se tudo não passasse de uma brincadeira. Ele percebeu que eu não gostei da piada então resolveu falar serio. – Por que mudou de idéia? Ontem você só faltou ter um colapso nervoso quando Frazon terminou de ler o testamento. Por que agora resolveu aceitar essa condiçon han?
- Por que meu avô sempre quis o melhor para mim, e se ele planejou isso, devo confiar nele. – Justifiquei.
- Tudo isso é só pelo dinheiro? – Ele perguntou, me fazendo rir em seguida.
- Você não acha que estou aceitando me casar com você por que eu te amo né? – Perguntei ironicamente.
- Suspeitei desde o principio. – Ele replicou. – Pois bem, ao contrario de você, eu non costumo me casar por dinheiro han? – ele disparou secamente
- O que você quer dizer com isso? – Perguntei confusa.
- Que eu non aceito me casar com você. Non se for pelo simples fato do dinheiro – Ele respondeu.
- E pelo que mais seria, além disso? –
- Non sei, ache você um motivo, me convença a casar com você. – Ele disse com um tom desafiador.
- Ok! Convencerei. Através desse casamento você irá receber metade de umas das maiores fortunas do Brasil. Acho pouco? – eu o lembrei.
- Qual parte do non me casaria por dinheiro você non entendeu? – Ele esbravejou.
- E você acha que eu vou acreditar nesse seu teatrinho é? – Eu ironizei. Ele me encarou sem uma ponta de humor no rosto.
- Melhor eu voltar para minha cama. – Então se levantou e foi direto para saida do meu quarto. – Ah! Mais uma coisa. – Ele disse antes de sair.
- O que é? – Perguntei irritada. Nunca uma pessoa conseguiu me tirar tanto do serio como ele ta conseguindo.
- Bons sonhos. – Ele me desejou ironicamnete. Peguei o travesseiro que estava sobre minha cama e joguei contra ele que saiu antes que eu pudesse acerta-lo. Até parecia que eu ia acreditar mesmo nesse papo furado dele. Ontem depois da leitura do testamento, havia ficado perplexa com o que meu avô tinha sugerido. Como em sã conciencia ele escreveria tal barbaridade? Como ele pode ter pensado que Claude era o melhor para mim? Frazão havia dito que Claude e eu tínhamos uma semana para resolvermos se nos casaríamos ou não, caso contrario toda a fortuna do meu avô seria doada para instituições de caridade. Eu precisa pensar, refletir. Depois dessa situação chata de agora a pouco, voltei a dormir e dessa vez não tive pesadelos. Até que amanheceu. Chequei as horas, já se passava do meio dia. “Nossa, dormir demais.” Pensei para mim mesma. Me levantei, fui no banheiro lavar o rosto e escovar os dente. Em seguida desci as escadas, meu quarto ficava no segundo andar da casa. Ao passar pela sala avistei Claude.
- Boa tarde Cherry. – Ele me desejou ao se aproximar de mim. Eu o ignorei e fui direto para cozinha. Ele me seguiu.
- O que quer hein? – Esbravejei enquanto parava para encará-lo.
- Nada! – Ele respondeu calmamente.
- Então me deixa em paz. – Resmunguei.
- Para quem me pediu em casamento ontem, você está bem nervosinha hoje han? – Ele comentou de uma forma divertida. Mais só que estava se divertido com toda essa situação era ele.
- Te pedi em casamento? Não me faça rir - respondi indignada. –
- Non? E o que foi aquilo mais cedo, por que já se passava da meia noite né? – Ele perguntou. Respirei fundo. Precisava manter a calma. Fui até a geladeira e coloquei água em um copo. E bebi logo em seguida em um único gole. Percebi que Claude estava parado a me observar de longe, escorado na entrada da cozinha. Seu olhos pareciam correr por todo meu corpo. É como se ele tivesse me avaliando dos pés a cabeça. E isso me deixou totalmente constrangida.
- Perdeu alguma coisa aqui? – Perguntei tentando disfarçar meu nervosismo.
- Olhando bem para você, até que non é de se jogar fora. – Ele disse.
- Como é que é? – Exclamei irritada. Isso tinha sido demais para mim. – Por que não me faz um favor? Vai embora daqui, meu avô morreu, não te mais nada para você fazer nessa casa. - Minha voz saiu quase num tom histérico.
- Posso até ir, mais você terá que ir também. – Ele debateu.
- Como? – Perguntei.
- Non sei se você se esqueceu, mais só tem uma semana até tudo isso ser vendido e distribuído para a caridade. – Ele lembrou. Tinha me esquecido desse pequeno detalhe.
- Queria saber o que meu avô tinha na cabeça em impor um absurdo desse. – Resmunguei.
- É por que ele sabe que homem como eu está em falta no mercado. – Ele respondeu.
- Nossa! Você não é nem um pouco convencido né? Mais realmente você está certo. Homem com um passado obscuro está em falta mesmo. – Ironizei. Percebi o sorriso do rosto dele se desfazer.
- Vou deixar você bebendo sua água em paz. – Ele disse já saindo.
- Espera aí, quando o papo esta ficando bom você foge é? Meu avô disse que você desabafasse comigo. Então vamos lá. Sou toda ouvidos. – eu resfoleguei.
- Pensei que você fosse publicitária e non psicóloga. – Ele comentou cinicamente.
- Sou publicitária, mais as horas vagas posso ser psicóloga também. Então vamos lá, o que você fez? Assaltou um banco? Matou um pessoa? Ta devendo pensão para algum filho? Me diga, nada de você me surpreende, acredite em mim. Já estou preparada para ouvi qualquer coisa. – Perguntei curiosa.
- Você pode non gostar do que vai ouvi. - ele respondeu suavemente ao se aproximar lentamente de mim. – Por que o interesse no meu passado? Você tem medo de mim é? – Ele murmurou. – Han? Respondi Cherry. – Ele perguntou assim que ficou cara a cara comigo. Estavamos tão proximos que conseguia sentir sua respição. Ele levou suavemente sua mão até meus rosto o acariciando logo em seguida. – Está com medo? – Ele perguntou.
- N... não.- Respondi gaguejando. Eu não tava com medo. Mais sentir meu coração disparar ao vê-lotão proximo de mim. Ele riu. – Está rindo de que? – Perguntei
- Estou tentando te entender. Se non está com medo, enton Por que está tremendo desse jeito? – Ele perguntou em meio a sussuros. Respirei fundo e o afastei de mim. – Me larga. Nunca mais volte a me tocar? Entendeu? – Esbravejei irritada. Ele apenas deu um sorriso torto em resposta.
Capitulo 2 “Cláusula”
- Non precisa ficar irritada desse jeito. Estava só brincando. – Ele se justificou ao perceber minha irritação.
- Pois me faz um favor? Vai brinca em outro lugar e me deixa paz. – Repliquei.
- Você quer que eu vá mesmo embora? – Ele perguntou agora serio. Fiquei em silencio. Não poderia mandar ele embora. Precisava dele para receber a herança que meu avô me deixou. Mais como? Claude agora deu de falso moralista e não queria se casar comigo. Será mesmo que ele não está ligando nem um pouco para a quantia em dinheiro que receberia caso ele se casasse comigo? Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, fomos interrompidos. Frazão havia acabado de chegar. E percebeu o clima tenso que se mantinha no local onde estávamos.
- Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou ao se aproximar de Claude.
- Aconteceu. – Respondi. – Aconteceu que esse seu amiguinho francês é um idiota. – Resmunguei. E sai andando em passos largos em direção a escada, pretendia subir pro meu quarto. Mais desistir disso depois de ouvi o comentário que Frazão fez logo em seguida.
- Nossa! Pensei que vocês tivessem se entendido. Já que Claude me ligou bem cedo para dizer que você tinha aceitado se casar com ele. – Disse Frazão confuso.
- Como é que? – Parei de andar e voltei para onde eles estavam. – Ele te ligou cedo para falar isso? – Olhei para Claude o fuzilando com o olhar. Ele percebeu minha irritação, não só ele como Frazão também.
- Agora estou boiando. Aconteceu alguma coisa? Claude você tinha me dito que Dona Rosa tinha aceitado. – Frazão agora repreendeu Claude pela suposta mentira.
- Mais ela tinha aceitado. – Claude afirmou. Eu não agüentei vê tanta falsidade. Ignorei os dois e sai em direção ao meu quarto. “Quer dizer que tudo isso era teatrinho, que logo quando aceitei esse maldito casamento ele correu para chamar o Frazão? Ele é um falso mesmo.” Pensei para mim mesma enquanto entrava no meu quarto batendo fortemente a porta em seguida.
- Falso, idiota e francesinho de quinta. – Resmunguei sentada na minha cama. Estava tentando conter minha lagrimas. Até que ouvi passos, olhei para o lado e lá estava ele me encarando. Será que ele nunca batia na porta antes de entrar no meu quarto?
- Obrigada pelos elogios. – Agradeceu referindo aos xingamentos de agora a pouco.
- Não precisa agradecer, se quiser posso continuar com os elogios, não será sacrifício nenhum. – Debati ironicamente. – Desde o começo era o que você queria né? Se casar comigo só pelo dinheiro. Quer dizer que todo aquele papo de “não me casaria por dinheiro algum” era mentira? - O enfrentei.
- Non! Claro que non era mentira. – Ele respondeu seriamente e logo em seguida sentou-se ao meu lado na cama. – Rosa, eu disse que eu queria que você procurasse outro motivo para se casar comigo fora o dinheiro. Por eu já tenho esse motivo. Non estou aceitando esse casamento só pela herança Cherry. – Ele afirmou veementemente.
- Ah não! E por que seria? Pelo meus lindos olhos cor de mel? – Proferi sarcástica ao me levanter da cama.
- Também. – Ele respondeu sorriso. - Rosa senta aqui. – Ele me fez sentar novamente ao lado dele sobre a minha cama e então começou a se explicar. – Seu avô me estendeu a mão no momento que eu mais precisava. Ele era como se fosse um pai para mim e nada mais justo do que realizar esse ultimo desejo dele nono acha? – Ele respondeu.
- Então você só quer realizar o ultimo desejo do meu avô? –
- Isso mesmo. Se ele teve todo esse trabalho para elaborar isso. Non seria justo com ele ignorar tal fato. – Ele disse me olhando profundamente nos olhos. Senti pela primeira vez que ele falava serio. – Frazon ainda está lá embaixo, por que non descemos e resolvemos logo isso ha? – Ele sugeriu ao se levantar da cama e me estendendo a mão logo em seguida. – O que me diz? –Ele continuava com a mão estendida em minha direção esperando uma resposta. Não sei o que me aconteceu, mais vê-lo falar de uma forma tão carinhosa do meu avô me fez sentir uma menção de concorda com tudo que ele dizia. Sorrir em resposta colocando minha mão sobre a dele. Não precisei falar nenhuma palavra ele já tinha entendido meu posicionamento. E já íamos sair do quarto quando ele me pediu que esperasse um minuto.
- Rosa, fica aqui Cherry. Espera-me só por um momento. – Ele disse já saindo do meu quarto. E foi o que fiz, esperei. Não demorou dois minutos e ele já estava de volta.
- Onde você foi? – Perguntei Curiosa.
-Buscar uma coisa. – Ele responde e logo em seguida se ajoelhou na minha frente me pegando de surpresa. Olhei confusa para ele.
- Bom, se é para fazermos isso. Que seja direito. – Ele disse me entregando uma caixinha de veludo. Olhei espantada para tal atitude.
- O que isso?- Perguntei apesar de já imaginar o que poderia ser.
- Abra. – Ele pediu. E foi o que e fiz. Ao ver o que tinha dentro da caixinha, meu coração disparou.
- É o anel da minha... –
- Da sua avó. – Ele completou. Olhei espantada para ele sem entender nada. Então ele começou a se explicar.
- Seu avô que me deu esse anel há um tempo, ele disse que era para eu dá de presente para minha futura esposa quando fosse pedi-la em casamento. – Ele se explicou. – Acho que nessa época ele já tinha em mente esse plano de nos fazer casar. Por isso me deu o anel. – Ele disse rindo. – Então aceita se casar comigo? – Insistiu. Eu apenas balancei levemente a cabeça em forma de afirmação. Ele tirou a jóia de dentro da caixinha e colocou gentilmente em meu dedo. Eu observava a cena encantada, apesar de saber que esse casamento não seria como os outros, eu já estava começando a gostar da idéia de me casar.
- Agora vamos descer que o Frazon está a nossa espera. - Ele disse ao se levantar. Mais antes de sairmos do quarto, ele deu um leve beijo em minha testa. E fomos até a sala onde Frazão nos esperava.
- Até que fim né? Pensei tinham se esquecido de mim e já estavam aproveitando a lua de mel antes da hora. – Brincou Frazão, me deixando totalmente corada com esse ultimo comentário. Claude percebeu o meu constrangimento e repreendeu o amigo por isso.
- Frazon! Menos. Que tal falarmos sobre o casamento? – Claude sugeriu.
- Pois bem. Vamos ao assunto.Um casamento para se realizado precisa de mais de uma semana, tempo que vocês não tem. Pois isso teremos que fazer um casamento pró-forma. – Disse Frazão.
- O que isso quer dizer? – Perguntei curiosa.
- Quer dizer que não teremos tanta burocracia, caso um de você dois estejam a beira da morte. – Ele explicou.
- Como? – Perguntei assustada olhando de imediato para o Claude. A primeira coisa que me veio à cabeça era que ele estava abeira da morte e havia esquecido de me contar esse pequeno detalhe.
- Calma Rosa, vou explicar. – Disse Frazão interrompendo me devaneio. - Seu avô deu só uma semana de prazo já para não dá tempo de você achar alguma saída fora esse casamento. Ele queria um meio de te pressionar, então pensou nisso. Um de você dois terá que fingir está em estado terminal para esse casamento poder se realizar. – Ele esclareceu. Parecia coisa de novela pensei. Era muito para minha pobre cabeça.
- Isso não é ilegal? –Argumentei.
- O casamento em si não. Mais fingir uma doença terminal, sim. Seu avô era um homem poderoso. Deixou tudo pronto para quando isso fosse acontecer. Por isso não precisa ter medo. – Frazão me tranqüilizou.
- E qual do dois será o doente? – Perguntei olhando para Claude.
- Como quem? Você cherry. – Ele respondeu quase que imediato.
-Eu? Por que eu? – Exigir uma explicação.
- Pois sendo você fica mais convincente. – Claude indagou rindo discretamente em seguida.
- O que você quer dizer com isso? – Eu quase gritei. – Ta dizendo que eu tenho cara de doente?
-Oh mon dieu! Não me interprete mal. Tudo você leva para o lado maldoso né Dona Rosa? Olha bem para mim. Minha pele está bronzeada, estou forte. Transbordo saúde. Já você, bom, por está morando a tanto tempo na Europa, está quase azul. Um sol cairia bem. E vamos combinar que você está bem magrinha né? – Respondeu Claude.
- Concordo, só que é melhor ter cara de doente terminal do que ter cara de doente mental como você. – Debati irritada ao ultimo comentário desse francês. Ele apenas revirou os olhos dando de ombro.
- A não. Vocês não vão começar de novo né? Estávamos indo tão bem? – Repreendeu Frazão.
- Desculpa. Mais é que esse Francês tem o poder de me tirar do serio. – Eu resmunguei. Claude em resposta, apenas sorriu. Ele aparecia está gostando de toda essa palhaçada. Eu estava ao ponto de desistir novamente quando observei o anel que estava em meu dedo e a imagem do meu avô veio em minha mente. Eu realmente devia isso a ele. Então respirei fundo para manter a calma.- Ok! Prossiga Frazão. – Disse aparentemente mais calma.
- Vocês só precisaram ficar casados por seis meses. Depois disso, cada um receberá sua parte na herança e seguirá sua vida. – Revelou Frazão, me pegando de surpresa. Na verdade eu não tinha parado para pensar nisso. Realmente o casamento não precisaria ser para sempre. Respirei aliviada. Claude parecia não ter gostado dessa ultima revelação. Problema dele. Não é por que ele me deu o anel que já era da minha família que eu vou me render a seus encantos de Don Juan. Estou vacinada contra essa raça maldita, não caiu mais na lábia de homem nenhum.
- Então já estamos combinados? O casamento será daqui dois dias, tudo bem para vocês? – Perguntou Frazão.
- Por mim, está perfeito. – Respondi.
- Por mim também. – Claude concordou.
- Tudo resolvido, então já estou indo. Tentem não se matar nesses dois dias. – Disparou frazão com um tom divertido na voz.
- Tentaremos. – Respondi entrando na brincadeira. Dadi acompanhou Frazão até a saída. Olhei para o Claude e ele estava sentando no sofá pensativo.
- O que você tem? – Perguntei ao vê-lo tão distraído.
- Nada. Vou subir. – Claude disse secamente ao sair da sala indo em direção ao quarto dele. Apenas assenti com a cabeça. “Ele estava bem até agora. O que foi que deu nele?“ Pensei. De repente ouvi um celular chamar. Olhei para a mesinha de centro, era o celular dele. Claude havia esquecido de levar. Acabei atendendo.
- Alô? – Falei ao atender.
- Quem está falando? – Perguntou uma mulher com um tom incomodado na voz.
- Quer falar com quem? – Retruquei.
- Como com quem? Com Claude Antoine Geraldy , esse é o celular dele até onde me consta. Agora me diga quem é você? – Perguntou a mulher bastante alterada.
- Sou Rosa Petroni. Neta do ex chefe dele. Claude esqueceu o celular aqui na sala por isso atendi. – Me justifiquei. – E você? quem é?- Perguntei agora curiosa. Ela deu uma leve risada de deboche e respondeu logo em seguida.
- Nara Paranhos de Vasconcelos. Noiva de Claude. – Respondeu triunfante.
-Noiva? Com assim noiva? Você está brincando? – retruquei.
- Brincando? Você acha mesmo que eu tenho tempo para brincadeiras? Oh querida, poderia chamar meu noivo por favor? – Falou ignorando minha pergunta.
- Desculpa informar, mais tenho uma leve impressão que ele não vai pode te atender. – Informei desligando logo em seguida. “ele não vai poder atender, por que pessoas mortas não falam ao celular, e eu vou matá-lo agora.” Pensei com tamanha fúria que eu estava sentindo. Como aquele francesinho de quinta não me disse que tinha noiva? – Isso não vai ficar assim. – Bufei de raiva. E fui direto para o quarto dele tirar satisfações. Ele ia me explicar direitinho essa historia de noiva. Assim que avistei a porta do quarto, percebi que ela estava entre aberta. Acabei entrando sem bater.
- Nossa!- Exclamei ao perceber o quão organizado era seu quarto. Tinha paredes brancas. Uma escrivaninha com vários livros de arquitetura sobre ela. Mais foi outra coisa que me chamou mais a atenção. Sobre o criado mudo havia um porta retrato com uma foto dele com meu avô num dia de pescaria. Por um segundo eu havia esquecido o real motivo que me trouxera até aqui. Fiquei ali parada admirando a foto. Até que instantes depois o silencio foi quebrado.
- Essa foto foi no dia do meu aniversario. – Claude comentou. Ao constatar sua presença, me virei para encará-lo e acabei me deparando com ele enrolado somente com uma tolha na cintura, ele havia acabado de sair do banho. O susto de vê-lo em tal situação me fez derrubar o porta retrato que eu ainda tinha entre minhas mãos. Me virei quase que automaticamente para o lado contrario.
- Que pervertido. Dá para colocar uma roupa decente? – Disparei levemente alterada. Levemente não. Totalmente. Estava vermelha de vergonha.
- Oh mon di, Pervertido eu? Estou no meu quarto. Você que entrou sem bater. – Ele debateu irritado.
- Pois bem, se vista e vá para sala. Temos que conversar. - Ordenei sem encará-lo e já ia saindo do quarto quando ele se aproximou.
- Espera aí Cherry. – Ele disse ao me impedir de sair segurando um dos meus braços.
- Me solta. – Puxei meu braço de volta.
- Rosa se vamos nos casar, você non poderá ficar constrangida desse jeito ao me vê só de toalha? Non concorda? – Ele perguntou me obrigando a encará-lo em seguida. Fingir manter a calma. Alias eu já era uma mulher de 30 anos de idade e não uma adolescente no alto de sua puberdade.
- Sua noivinha vai adorar saber que está preste a se casar não é? – Retruquei desafiadora.
- Quem? De quem você está falando? – Ele perguntou confuso, como se não soubesse de quem eu falava.
- Como de quem? Você tem mais de uma por acaso. – Perguntei irritada.
- Non. Só tenho uma. – Ele respondeu firmemente.
- Ainda tem a audácia de falar isso na minha frente? Todo homem é igual mesmo. - Resmunguei o bofeteando logo em seguida
- Ficou maluca?- Ele perguntou agora alterado, ao levar a mão ao local do rosto atingindo, o massageando em seguida.
- Você mereceu. – Bufei.
- Mereci? Ok Rosa Pretoni, me Explica o que fiz agora para merecer esse tapa? – Ele exigiu explicação.
- Acha pouco confirmar na minha frente que tem noiva? Sendo que me propôs casamento segundo antes. – Respondi nervosa. Ele riu.
- Rosa quando falei que tinha noiva, me referia a você. De quem você achava que eu estava falando han? – Ele perguntou ao tentar segurar risos.
- De Nara Paranhos de Vasconcelos. – Respondi num tom alto e firme na voz. Percebi a expressão em seu rosto mudar da água para vinho após ouvi esse nome.
- Por que diz isso? – Ele perguntou agora serio.
- Ela ligou para seu celular e me informou que era sua noiva. – Expliquei sarcástica. Ele respirou fundo antes de falar.
- Rosa, vou me vestir e te encontro na sala. – Ele disse ao me guiar para saída do seu quarto e batendo a porta logo em seguida. “grosso.” O xinguei mentalmente. Demorou uns 15 minutos até Claude dá as caras. Eu já o esperava na sala.
- Resolveu aparecer? – Perguntei ao vê-lo se aproximar.
- Rosa precisamos conversar. – Ele disse ao me guiar até o sofá e sentando-se logo em seguida.
- Concordo plenamente. – Respondi sentando-me também ao seu lado. – Quem é esse Nara Paranhos de Vasconcelos? – Perguntei hostil.
- Minha ex noiva. – Ele respondeu sem fazer rodeios.
- Pois não foi isso que ela me afirmou. – Disparei irônica.
- Rosa fazem três anos que vejo Nara. Como ela poderia ainda ser minha noiva? – Ele se explicou.
- Pois não estou entendendo nada. No telefone ela ainda parecia bem intima sua. – Repliquei.
- Nara e eu formos noivos por um bom tempo. Mais há três anos ela escolheu a carreira de modelo do que a mim. Ela foi morar fora do país para se dedicar ao trabalho. Sem ao menos se importara de está me deixando. Só fiquei sabendo hoje que ela havia voltado. – Ele esclareceu. De uma forma distorcida eu entendia o que ele estava sentindo. Há cinco anos eu viver algo parecido também.
- Como você ficou sabendo que ela voltou? – Perguntei. Já que não o havia visto sair de casa desde cedo.
- Sabe naquela hora Frazão foi embora? Pois bem, foi naquela hora. Ela mandou uma mensagem de texto para meu celular avisando de sua volta e dizendo que estava com saudades. – Ele confessou. Então foi por isso que ele ficou com aquele olha distraído depois que Frazão foi embora.
- Você ainda ama? – Perguntei curiosa. Ele apenas ficou em silencio. – Ok! Entendi. Quem cala consente. – indaguei. Ele deu um sorriso torto em resposta. – Mais mudando de assunto. Você tem que assinar isso aqui. – Disse ao lhe entregar um documento na qual eu digitei minutos antes dele descer. Ele o pegou de minhas mãos e deu uma leve analisada sem entender do que se tratava.
- Ta brincando né? O que significa isso han? – Ele perguntou apos ler o conteúdo do documento.
- Não estou brincando. Isso é um contrato. Um contrato de casamento. E quero que você assine. – Respondi decidida, pegando o documento de volta e lendo em voz alta o conteúdo. - Primeiro, Vamos ter que respeitar a privacidade um do outro. Segundo, não precisamos ter intimidade física. Terceiro, esse casamento não pode durar mais que seis meses. E por ultimo mais não menos importante, nenhum dos dois pode se apaixonar pelo outro. – Depois de terminar de ler devolvi o contrato para ele com uma caneta. – Assina. – Ordenei.
- Para que tudo isso? – Ele perguntou
- Já que vamos casar de mentirinha, precisamos impor regras para que essa convivência não se torne um martírio para nenhum dos dois. – Expliquei. Ele não parecia muito convencido com a minha justificativa. Mais assinou.
- Pronto. Assinado. Agora com licença que tenho compromissos. – Ele disse de uma forma ásperas já saindo. Parecia ofendido.
ENDEREÇO DA COMUNIDADE DA FIC: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=105637756
Puxa que legal, Geovana, é exatamente essas brincadeiras de gato e rato que esperava ver na URCA.
ResponderExcluirAdorei, acho q vamos rir mto com essa versao. Eles discutindo mto. Parabens.
ResponderExcluirAmei sua versão.Parabéns! Bjs
ResponderExcluirConfesso que comecei a ler meio desconfiada!! Mais dou a minha mão a palmatória, rsrs!! Amei este texto, muito bom mesmo, tenho certeza que se continuar nesse pé vira muitas risadas e muito romance por aí, e que vou curtir muito tudo isso!!!! Ainda mais porque você nos fez a gentileza de colocar nessa sua história o nosso casal preferido e perfeito, rsrsrs, o que deixa tudo muito melhor, rsrs!!Quem sabe al´guém inteligente não lê e isso fira uma novela ou até mesmo um filme, heinnn!!! Vamos torcer pra isso!! Beijoss, obrigada por escrever e compartilhar com a gente!!
ResponderExcluirParabéns! Muito legal
ResponderExcluirGeovanna!! Gostei muito da sua estória!! Inverter os papéis de Claude e Rosa foi ótimo!! e saber que o velho chato Giovani morreu é um alívio.. brincadeirinha, esse seu Giovanni foi legal e foi o responsável por unir os dois! Tô muito curiosa pra saber qual o segredo do passado do Claude.. e essa Nara.. aaahhh não queria que ela entrasse na trama não.. mas é novela, tem que ser assim né?! Continue escrevendo pra gente!!
ResponderExcluirMeus singelos e sinceros parabéns!Estou amando ...aguardo próximos capitulos de muita emoção,rsrsrs.Sucesso p/ vc .abraçços Lú.
ResponderExcluirGeovanna, que ótimo mais uma versão no blog! E, das boas! Adorei esse começo! Mais uma história legal que TS podia ter escrito! Gostei do seu estilo: muito humor e romantismo! Já estou me divertindo muito! Parabéns, você é muito criativa! Bjs.
ResponderExcluirAdorei, muito legal a sua história, adoro histórias de brigas que terminam em uma linda história de amor, estou anciosa para os próximos capitulos e meus parabéns !!!!
ResponderExcluirAmei.....estou super curiosa...quando é o proximo episodio??!!!
ResponderExcluirGeovanna por favor escreve o mais rápiodo posssivel pq a curiosidade esta grande, o texto esta demais obg.
ResponderExcluir