domingo, 15 de agosto de 2010

UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO PAULISTANA - PARTE 34 - AUTORA: CLÁUDIA G

Depois de muito perambular pelas ruas de São Paulo com o seu vestido de cetim de uma única alça e seu tamanco com salto de acrílico. Um jovem rapaz a encontra sentada no sofá num banco de praça.

Jovem: A senhora está bem?

Nara: Estou. Quem é você?

Jovem: Não sou ninguém. Moro na rua, não tenho documentos.

Nara: Mas você não tem um nome?

Jovem: Não sei cresci na rua, sem mãe, sem pai e sem irmãos. E a senhora? Tem nome?

Nara: Nara.

Jovem: Está com fome?

Nara: Estou.

Jovem: Eu estou indo almoçar. Quer vir junto? É bem simples...

Nara: Não posso, não tenho dinheiro.

Jovem: É baratinho, eu posso pagar.

Nara: O que que você faz da vida?

Jovem: Malabarista de farol.

Nara: Nossa! Eu tinha uma raiva quando parava um desses na frente do meu carro. E agora dependo de um pra comer.

Jovem: Eu ganho um dinheirinho fazendo isso, Como eu sempre morei na rua e nunca tive documentos, comecei a fazer malabares. Depois posso te ensinar.

Nara: Onde fica esse restaurante? Eu estou com fome.

Jovem: Vem comigo.

Nara e o jovem rapaz almoçaram, Nara contou algumas coisas sobre ela, mas omitu muitos fatos.

Jovem: A senhora tem algum lugar pra ficar?

Nara: Não. Tenho passado meus dias dormindo cada dia num lugar diferente.

Jovem: Eu acho que eu posso te ajudar a achar um lugar para ficar.

Nara: Costuma ajudar as pessoas que você não conhece?

Jovem: Costumo, penso sempre que eu gostaria que fizessem o mesmo por mim, mas não tive essa sorte ainda.

Nara: Carlos.

Jovem: O quê?

Nara: É... vou te chamar de Carlos, pode ser?

Jovem: Carlos... taí gostei! Pode ser.

Nara: E não me chama de senhora.

Depois do almoço Nara e o jovem voltam para a praça, Nara chegou até a desconstrair tentando aprender malabares com o rapaz.

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Dia do casamento do Afrânio e da Pepa. Batateira, vestida com traje branco e apropriado para sua idade, é conduzida ao altar pelo seu filho Antoninho.

Padre: Estamos aqui esta noite para celebrar a união de Catarina e Afrânio...

Cleide: Que mico esse casamento. - Cleide cochicha no ouvido de Milton.

Milton: Só de pensar que eu não casei com a Terezinha e agora tenho que aguentar morar na mesma casa que a mamãe e o seu Afrânio, credo!

Cleide: Reparou que não veio ninguém do cortiço?

Milton: A Terezinha e a família não iam vir mesmo.

Cleide: E o não redondo que a mamãe recebeu do dr. Claude, quando o convidou para padrinho?

Milton: Que vergonha! A sorte da mamãe é que tem a família dos ex-maridos pra encher a festa.

Padre: Se alguém tiver algo contra esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre.

Pepa: EU TENHO, SEU PADRE! - Falou em alto e bom som para que todos ouvissem.

Os convidados se voltam para Pepa com supresa estampada em seus rostos.

Afrânio: Pepa!

Batateira: Desgraçada!

Pepa: Afrânio, você não pode se casar com ela.

Afrânio: Por que Pepa?

Pepa: Ela quer o dinheiro do seu seguro, nada mais, ela não te ama!

Afrânio: É verdade isso, Catarina?

Batateira: Claro que não! Eu te amo.

Afrânio: Tá vendo, Pepa?

Pepa: Ama mesmo Batateira? Ele te contou que a beneficiada no seguro dele é a Serafina Rosa?

Batateira: O quê??? Afrânio, isso é verdade?

Afrânio: Não... quer dizer... é!

Batateira: Seu traidor!

Pepa: Afrânio, vamos embora! Viu o que eu falei? Ela quer o seu dinheiro do seguro, nada mais. - Pepa puxa Afrânio pelo braço.

Batateira: Afrânio, espera! - diz puxando Afrânio pelo outro braço. - Você não vai me fazer passar essa vergonha, vai?

Afrânio: Foi um erro, Catarina! Eu preciso ir. - Afrânio e Pepa saem correndo da igreja. Catarina pragueja sentada no altar e sendo observada pelos convidados.

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Afrânio: Pepa! Tá maluca? Por que você fez isso?

Pepa: Você gostou?

Afrânio: Ah... gostei... mas você é doida!

Pepa: Por você! Afrânio, você quer casar comigo?

Afrânio: Ca...casar?

Pepa: É minha minhoquinha! Eu te amo!

Afrânio: Ai Pepa!!! Nunca imaginei... quer dizer imaginei... aliás tô imaginando...

Pepa: Ai Afrânio!

Afrânio: Vem cá Pepa! - diz puxando-a pela cintura.

Pepa e Afrânio se beijam no meio da rua.

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Na delegacia...

Paulo: O quê? Como fugiu?

Delegado: Fugindo!

Paulo: Isso tem que ter uma explicação!

Delegado: Foi o carcereiro, tenho certeza, ele facilitou pro cara.

Paulo: E onde tá o carcereiro?

Delegado: Sumiu.

O telefone toca na mesa do delegado.

Delegado: Alô! Como é que é? - o delegado ouve uma pessoa do outro lado da linha entregando a forma de fuga de Egídio. - Campo de Marte? Sei... alô! Alô! Droga desligou. Ligação anônima. Vamos, te conto no caminho.

Paulo e o delegado saem correndo em direção ao aeroporto do Campo de Marte.

No carro, dirigindo em alta velocidade, eles conversam.

Delegado: Tem um jatinho esperando por ele no aeroporto, a pessoa falou que ele estaria lá as quatro horas.

Paulo: Então corre! Por que a gente tem vinte minutos pra atravessar a cidade.

Delgado: Liga a sirene! E aproveita fala com a central pra enviarem viaturas pra lá e peçam para fazerem contato com o aeroporto e impedirem a decolagem de qualquer vôo particular, aliás, qualquer vôo. Manda também os caras entrarem em contato com os outros aeroportos. Esse cara não pode fugir.

Paulo liga a sirene e já toma todas as precauções necessárias para impedir a fuga de Egídio do país.

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Frazão: Rosa, o Claude quer falar com você.

Rosa: Tá e cadê o Claude?

Frazão: Lá no heliponto.

Rosa: No heliponto? Ele vai viajar?

Frazão: Pois é, coisa de última hora...

Rosa: Tá, tô indo lá então.

Rosa sobe e Frazão discretamente vai atrás, afinal, ele também estava curioso. Quando Rosa chega o helicóptero já está a uma certa altura e petálas e mais pétalas de rosas vermelhas começam a cair como uma forte tempestade, Rosa fica olhando atônita para aquilo e totalmente emocionada.

Rosa: Que isso?

Frazão observa a cena e pensa: “Meu Deus! Não acredito!”

Claude surge por detrás de Rosa.

Claude: É minha demonstração de amor por você.

Rosa se vira e encontra Claude sorrindo para ela.

Rosa: Claude!

Claude: Eu te amo.

Rosa: Eu também.

Claude envolve Rosa em seus braços e a beija. Frazão sai de fininho.

Claude: Quer casar comigo? Digo... na Igreja da Achiropita?

Rosa: (ri) Quero, claro que eu quero.

Claude e Rosa se beijam novamente de forma apaixonada.

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4 comentários:

  1. Cláudia, que romântica essa cena, chuva de pétalas de rosa! O frances não é mais o mesmo! Lindo! E adorei também, Pepa agindo, pra defender o que é dela! Nara está terminando, como a gente gostaria, talvez até dê ainda pra se regenerar, quanto a Egídio...Parabéns pela criatividade! Bjs.

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  2. Simplesmente MARAVILHOOSOOO! Que linda declaração de amor, chuvas de pétalas... Aih! Que romântico.
    Não posso deixar de comentar o casamento Kkkk,imaginei a cara da Batateira... Kkkk
    Amei td.

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  3. Claudia!!! to lendo so agora!!!
    perfeito!!! esse final ja tava bom pra novela do sbt... tem mais??? mon dieu!!
    menina, quase morri de rir do vestido de cetim da nara e ela fazendo amizade com o malabarista.. bem original.. e o vestido branco da catarina!! hahaahha parabens!! sempre!!!

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  4. Claudinha, só hoje pude ler a versão que está maravilhosa, de onde vem essa inspiração?!!!!
    Não tenho como destacar nenhum ponto, pois todos estão ótimos. Nota 1000!!!!

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