UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO GAÚCHA - PARTE 31 - AUTORA: MARIANA LOPES

No hotel, Amália e Teresinha encontram com Rosa e depois de muitos abraços e beijos.

Amália – Serafina, minha filha, que saudades. Com você está bonita! Você está com um olhar diferente... não sei...

Rosa – Mãe, estou feliz em te abraçar, beijar, estava sentindo falta da minha família..

Amália – Tem alguma coisa diferente em você...

Teresinha – Claro, mãe a Fina está linda, muito linda! Conta tudo da viagem, trouxe presente?

Rosa – A viagem foi ótima, Paris é gloriosa e majestosa, respira e transpira cultura, arte, moda. Depois eu conto tudo. Trouxe presentes para todos, mas ainda não abri as malas. Eu quero saber de vocês... ai que saudades. E o Dino e o Pai como estão?

Amália – Giovanni daquele jeito, mas acho que está com saudades de você, só que não admite... aí fica resmungando pelo cantos...

Teresinha – Dino foi selecionado no Palmeiras, está que não cabe dentro dele de tão feliz... sonhando em jogar na seleção, sabe que aquele não sonha pequeno...

Rosa – Meu deus o sonho dele... vai ser um grande jogador...

Amália – É, mas estudar que é bom, nada. Vou fazer uma marcação nesse menino...

Teresinha – Você não vai perguntar?

Rosa – Perguntar? Perguntar o quê?

Teresinha – Sobre ele... o francês...

Rosa – ah... O Claude?

Teresinha – É, o seu marido, lembra? Está instalado lá no cortiço, lá na nossa casa. Eu o vejo todos os dias e não acredito... e olha que ele está bem adaptado... levou até a Dádi...

Rosa – Ele não vive sem a Dádi. E ele não é meu marido, foi, mas de mentirinha e isso já acabou. Mesmo que eu veja o Claude vivendo no cortiço eu acharia que estou tendo uma alucinação. E a relação do pai com a presença dele ...

Amália – No começo, Giovanni reclamou um pouco, depois sabe como é o seu pai, está ralhando com ele como se fosse um de vocês...

Rosa – O Claude deve estar enfrentando uma crise muito forte nos negócios. Gostaria de saber o que é, só por curiosidade, mas essa eu vou passar...

Teresinha – Você não vai perguntar mesmo?

Rosa – O que você quer me contar?

Teresinha – Não tem curiosidade de saber como ele ficou e como ele está nesse tempo que você ficou fora?

Rosa – Teresinha, o Claude não dá ponto sem nó. Ele é um homem de negócios e não um homem apaixonado. Essa sua cabecinha de mulher apaixonada está enxergando o mundo... todo cor-de-rosa e todos apaixonados...

Amália – Rosa... você precisa ter esperanças... não quero te ver amarga...

Rosa – Mãe, eu não estou amarga. É só uma constatação do que eu vivi. Agora contem como estão D. Joana, Sérgio, Pimpinoni, D. Pepa, Seu Afrânio. Espera! Teresinha me conta direito essa história de você estar namorando o filho da Nara?

Teresinha – Ai... Serafina ele é maravilhoso, ma trata tão bem, estou tão apaixonada, e muito feliz...

Amália – Já estão falando em casar...

Rosa – Casar? Já? Teresinha, você está muita rápida, faz pouco tempo queria casar com o Milton com urgência, que ele era o homem da sua vida e agora já quer casar com o Beto, filha da Nara? Acho melhor você ir com calma...

Teresinha – Você está falando como o papai... igualzinha... E você? Quando percebemos, você estava casada...

Rosa – Esse casamento não conta, Teresinha... aquela família não é coisa boa... eu sei o que estou falando...

Teresinha – Serafina, o Beto é diferente, ele é uma pessoa especial, muito especial. Até o papai aceitou o Beto. Eu estou feliz e você quer me ver feliz, não quer? Rosa – O que eu mais quero é te ver feliz, mas... bom deixa ... depois a gente vê isso

Teresinha – E o seu casamento eu não sei não... Não acho que seja isso que ele pense...

Rosa – Eu não quero falar sobre casamento, Claude...

Amália – Menina! Deixa de sufocar a sua irmã... deixa ela respirar...

Rosa – Será que o Dino e o pai vêm aqui para me ver?

Amália – O Dino vem correndo, agora, seu pai... vou falar com ele, mas eu não sei qual vai ser a reação...

Rosa – Fala com o pai, mas não conta pro Claude que eu voltei... Agora, contem como estão todos, estou com muitas saudades...

E Amália resume parcialmente o que aconteceu e elas se despedem.

##

Frazão – Alô!

Rosa – Bom dia Frazão.

Frazão – Rosa é você mesmo?

Rosa – Claro. Tudo bem contigo? Pode falar? Mas se tiver alguém perto, não diz que sou eu, por favor?

Frazão – Eu estou sozinho. Pode falar.

Rosa – Eu estou precisando falar pessoalmente com você.

Frazão – Pessoalmente? Você está aqui na cidade?

Rosa – Sim, cheguei ontem.

Frazão – Que maravilha! Claude vai adorar saber disso.

Rosa – Frazão, eu gostaria que você não comentasse com o Claude que eu voltei. Gostaria que conversássemos antes.

Frazão – Rosa, eu prometi para o Claude que o avisaria se você me ligasse. Não me pede isso, por favor...

Rosa – Frazão, é muito importante... por favor?

Frazão – Rosa ... Rosa... vou dar um jeito de não cruzar com o Claude antes do nosso encontro...

Rosa – Podemos nos encontrar daqui a pouco naquele café que nós sempre íamos.

Frazão – Estou indo para lá.

##

Durante o café da manhã:

Rosa – Michel, eu preciso resolver algumas coisas, acredito que preciso de umas duas horas. Você poderia se encontrar comigo naquele café que nós conversamos e que você disse que conhece?

Michel – Por mim tudo bem, eu tenho que marcar algumas reuniões e fazer alguns telefonemas, mas depois nós vamos passear, durante o resto do dia, para você se re-encontrar com a sua terra. Como foi o encontro com a sua mãe?

Rosa – Só de ver a minha mãe e a minha irmã eu me sinto outra pessoa... foi muito bom. Hoje eu não tenho nenhum compromisso de trabalho, só amanhã. Então, vamos aproveitar e passear pela minha cidade, eu sei que você conhece São Paulo, mas eu gostaria de lhe mostrar a cidade pelos meus olhos, assim como eu vi Paris pelo seus. Ah, se você ligar para Monique, diga que eu mandei um beijo e que o teste deu positivo, ela vai entender.

Michel – Positivo? Estou cada dia mais curioso, mas eu dou o recado. Enton, até daqui a pouco...

##

Claude – Por que Frazon não atende ao celular? D. Amália vou à construtora, procurar Frazon...

Amália – Aconteceu alguma coisa Dr. Claude?

Claude – D. Amália, estou com uma sensação estranha, uma intuiçon, tenho que encontrar Frazon... E eu também quero informações sobre uns investimentos, vou aproveitar e ir até a construtora, aproveito e vejo como as coisas estão...

Amália – Intuição?

Claude – É, intuiçon... tem alguma coisa acontecendo...

Alguém bate à porta. Amália abra a porta.

- Bom dia! Meu nome é Carlos Paranhos de Vasconcellos e eu gostaria de falar com Claude Geraldy, ele está?

Amália – Por favor, entre. Dr. Claude, o Seu Carlos quer conversar com o senhor. Fiquem a vontade que eu vou providenciar um cafezinho.

Claude – Bom dia, Carlos. Vamos sentar.

Carlos – Bom dia, Claude, obrigada!

Claude – Eu estava aguardando ansiosamente este nosso encontro. Faz tempo que o Beto me falou que iria marcar a nossa conversa, mas nunca mais deu retorno.

Carlos – Eu tenho que te pedir desculpas, pois a culpa foi toda minha. Eu que estava buscando algumas informações para que a nossa conversa fosse produtiva.

##

No café, Frazão está sentado à mesa e assim que Rosa chega, ele se levanta.

Frazão – Rosa, você está maravilhosa, linda, uma princesa... não sei, parece mais mulher... você tem um não sei o que ... está diferente ... não são as roupas... sei lá... (Frazão beija a mão de Rosa). Foi uma surpresa e uma honra o teu telefonema...

Rosa – Bom dia Frazão, obrigada, você também está muito bem, como sempre muito elegante, muito alinhado ...

Frazão – Como você está? E a viagem como foi? Você chegou ontem. Conta tudo, mas vamos nos sentar...

Rosa – A viagem foi ótima e eu estou muito bem. Foi tudo maravilhoso, estou renovada...

Frazão – Você está na casa dos seus pais?

Rosa – Não.

Frazão – E? Você está onde então?

Rosa – E aí já casou com a Alabá?

Frazão – Casamento? Não... mas o que você quer?

Rosa – Eu pensei muito antes de te procurar, mas como foi você que me procurou primeiro, lembra? Bem no começo dessa história...

Frazão – Começo dessa história? Que história?

Rosa – Do casamento de mentirinha ...

Frazão – Ah... essa história, parece que faz um século que isso aconteceu. Mas esse casamento não é mais de mentirinha, né?

Rosa – Um século mesmo... eu penso e parece um passado tão distante... uma história de outras pessoas, outra situação...

Frazão – Mas fala, o que você quer?

Rosa – Saber o porquê do Claude não ter assinado o divórcio.

Frazão – Não assinou? É ele disse que só assina, depois que vocês conversarem.

Rosa – Não tem motivo para nos encontrarmos, isso tudo já tinha sido acertado. Ele conseguiu a permanência dele aqui no Brasil e o contrato com os americanos, os dólares. Deu tudo certo, não foi?

Frazão – Tudo certo, Rosa. Tudo dentro do combinado. Exceto, que você não descontou o cheque. Cheque, que a sua família devolveu para ele.

Rosa – Eu sei, mas ele não foi prejudicado em nada... Daí eu pensei assim, tudo começou com um pedido seu, então, eu gostaria que terminasse da mesma forma...

Frazão – Rosa, eu não posso obrigar o Claude a assinar esses documentos.

Rosa – Claude assinava tudo que era documento sem ler. Esses ele resolveu ler? É, eu só posso pensar, que deve ter algum problema nos documentos que o advogado preparou. Ele não falou o que é?

Frazão – Acho que não tem problema algum nos documentos. Ele quer conversar antes, só isso. Minha linda liga para ele e marca uma conversa que tudo se resolve.

Rosa – Meu desejo é não falar com o Claude. O que eu quero é ficar livre o mais rápido possível. Eu tenho pressa. E como você me enfiou nessa confusão. Eu sei que concordei, mas eu já cumpri a minha parte... lembra que eu até fiquei no banco de reserva? Até isso ... Agora eu acho mais do que justo a sua ajuda para eu ficar livre disso tudo e encerrar esse capítulo e iniciar outro. Tenho certeza que isso vai ser bom para o Claude também. Foi o que ele sempre quis.

Frazão – Você está me pedindo e eu vou tentar, mas você tem certeza que é isso que você quer? Você não quer conversar com ele antes? Pelo menos uma vez? Eu sempre achei que você gostava do Claude. Desculpe a indiscrição.

Rosa – O Claude que eu gosto é diferente desse com que eu vivi. É verdade, eu também pensava que eu gostava dele. Até que eu vi o verdadeiro Claude e de repente percebi o quanto me humilhei e o quanto para ele foi um sacrifício ficar ao meu lado. Por isso que eu não entendo o porquê do Claude não ter assinado os papéis do divórcio. Quer saber? Eu também não quero entender o que se passa na cabeça dele...

Frazão – Rosa, as coisas não foram e não são bem assim como você está imaginando...

Rosa interrompe Frazão – Eu sei que você vai defender o seu amigo, tudo bem, mas eu sei o que eu vivi... Tiveram momentos ótimos... eu não nego... mas...

Frazão – Essa conversa tinha que ser entre vocês. Por que você não conversa com ele?

Rosa – Eu estou decidida e com pressa de resolver isso. Frazão, eu já havia começado a me acostumar a ficar sozinha, saí no lucro, pelo menos eu não estou mais sozzz .... restam as lembranças boas desse casamento de mentira. Eu era uma secretária, solteirona, agora sou uma diretora divorciada, melhorei...

Frazão – Já vi que não adianta, está parecendo o Claude, empacou. Vou ver o que eu posso fazer, se eu sobreviver. Porque quando o francês descobrir que eu me encontrei contigo e não contei para ele...

Rosa – Ele vai entender...

Frazão – Você me disse, mas eu esqueci, onde você está hospedada, mesmo?

Rosa – Eu não disse...

Chega Michel. Rosa e Frazão levantam. Michel segura as mãos de Rosa.

Michel – Mon chérri você está maravilhosa. Bom dia de novo!

Rosa – Você chegou cedo...

Frazão fica olhando para os dois sem acreditar no que está vendo.

Michel – Atrapalho?

Rosa – Imagina, claro que não. Nós já estávamos terminando a nossa conversa.

Frazão – Muito prazer, Frazão.

Rosa – Que indelicadeza da minha parte... Frazão, Michel. Michel, Frazão.

Michel – Muito prazer senhor Frazão...

Frazão – Frazão, só Frazão, Senhor Michel de...

Michel – Michel Dupont.

Frazão – Francês? Fala muito bem o nosso idioma, muito prazer novamente.

Michel – Francês... eu passo muito tempo no Brasil, por isso falo tão bem o seu idioma.

Rosa – Então, Frazão, você faz o que nós combinamos e depois nós conversamos?

Frazão – Rosa, você se esqueceu de dizer onde você está hospedada.

Rosa – Pode deixar que eu te ligo, amanhã à noite. Pode ser?

Frazão – Pode, claro..

Rosa e Michel se despedem e Frazão fica ouvindo a conversa.

Rosa – Vou te levar num parque maravilhoso, onde meu pai nos levava quando eu era pequena. Você vai adorar...

Michel – Mudança de planos... eu vou te levar num passeio no meu helicóptero, depois nós vamos ao parque... Eu adorava passear em Paris com você, vou adorar aqui também...

Os dois saem e Frazão fica pensando: “Quando eu contar para o Claude, não vai ter quem agüente o mau-humor... babado forte...”

##

D. Amália serve o cafezinho para Claude e Carlos. Carlos conta para Claude o que conseguiu descobrir a respeito de Egídio, que na verdade é Olegário, que Beto não é seu filho e que tem documentos de indícios da fraude e dos desvios feitos por Egídio e Nara na empresa dele. Claude pergunta se ele pretende acusar Egídio. Carlos diz que sim, mas que precisa saber o Claude tem. Claude fica desconfiado de Carlos e pergunta o porquê dele não ter se divorciado de Nara. Carlos diz que não assinou o divórcio, pois sabia que Nara iria aplicar o golpe em outro trouxa, como fez com ele. Claude se levanta e diz que não é trouxa. Carlos pergunta se a empresa dele está bem financeiramente. Claude fica em silêncio e Carlos diz que sabe que a construtora precisa urgentemente de dinheiro e que ele está disposto a ajudar, mas que para isso quer que Claude o ajude a pegar Nara e Egídio. Carlos conta como seria a participação de Claude que pede um tempo para pensar. Carlos diz que o tempo está se esgotando. Claude diz que fará contato. Carlos diz que ficará aguardando e que falará com Freitas.