UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO GAÚCHA - PARTE 24 - AUTORA: MARIANA LOPES

Na casa da família Paranhos de Vasconcelos, Nara e Egídio conversam sobre a possibilidade do retorno de Carlos e do seu encontro com Beto. Raquel chega e Elisa faz sinal para ela ficar parada e quieta. Nem Egídio, nem Nara percebem que elas estão ouvindo. Egídio pede para Nara falar baixo, pois as paredes têm ouvidos. Nara diz que Elisa está lá para dentro e Raquel ainda não chegou, que não tem problema eles conversarem. Egídio comenta que está dando tudo errado na construtora, que todos estão de olho em tudo e que não está conseguindo muita coisa, mas o que é mais preocupante é o Carlos, pois se ele e Beto baterem as histórias, a coisa pode ficar feia para eles. Nara pergunta quanto às coisas podem ficar complicadas. Egídio responde que muito, pois Carlos conhece toda a história deles e que se ele realmente voltar ao Brasil, como Beto disse, ele pode fazer umas pesquisas e juntar os pontos, aí a situação deles ficará insustentável e que agora eles não têm dinheiro nem para pagar as contas de luz e água do mês. Nara disse que sabia que a situação estava difícil, mas que não imaginava que fosse tanto. Egídio informa que com saída de Beto de casa eles só podem contar com a pensão de Raquel, que não é suficiente para todas as despesas. Raquel fica comovida e faz menção de ir até a sala, mas Elisa faz sinal para que ela espere um pouco mais. Nara diz que o melhor teria sido internar o Beto, mas Egídio diz que não resolveria. Ela insiste que pelo menos a conversa com Carlos seria evitada ou adiada o que lhes daria tempo e eles teriam acesso à pensão dele. Egídio informa que Claude tomou medidas drásticas na construtora, que reduziu a retirada dos sócios por um período, que ele não tem mais acesso ao dinheiro da construtora para ganhar algum, que eles precisam de dinheiro para uma retirada estratégica e que talvez tenham que trocar de nomes, até de país. Nara fala para Egídio que não consegue encontrar Claude, que está pensando em ir à construtora. Ele diz que não é uma boa idéia, pois Claude não tem ficado lá, que ele deixa os seus olheiros e sai, que por isso que ele não está tendo as informações e com isso está ficando difícil criar situações que compliquem as coisas, que no momento eles têm que se concentrar em Carlos, em descobrir se é verdade que ele vai voltar ao Brasil e impedir o encontro dele com Beto. Na verdade, eles precisam descobrir onde está o Beto e tentar convencê-lo a desistir, que tudo não passou de um mal entendido.

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Beto e Teresinha vão para a casa da família dela e Claude diz que já vai. Ele fica observando o luar e começa a se lembrar da primeira noite que eles dormiram juntos na cama dele, no apartamento.

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Uma noite, eles estavam em casa e Ms. e Mrs. Smith chegam pedindo para dormirem lá, pois o apartamento deles está com problema de vazamento e que tiveram que desligar a água e a luz, pois poderia causar um curto-circuito e colocar em risco todo o edifício. Claude e Rosa dizem que eles são muito bem-vindos e que podem dormir ali que pedirão que Dádi arrume um quarto para eles. Claude acorda assustado, acende a luz e se levanta e vê Rosa dentro do quarto. Rosa percebe que ele está de regata branca e ela explica que durante a noite, ela não conseguia dormir e foi beber água, só que encontrou Mrs. Smith, que também estava com sede. Elas conversaram sobre amenidades, que ela tentou ganhar tempo, mas Mrs. Smith disse que estava tarde e que elas deveriam ir ficar com os seus maridos, que a acompanharia até a porta do seu quarto. Ela tentou enrolar para subirem separadamente, mas não é fácil se livrar de Elisabeth Smith. Chegando a porta do quarto de Claude, Mrs. Smith se despediu e ficou esperando ela entrar, que ela abriu a porta e o quarto está escuro e que ela estava esperando um tempo para sair e voltar ao seu quarto.

Claude – Acho, que depois disso, melhor você ficar aqui, imagina amanhã de manhã, ela viu onde você entrou e se te pegar saindo de outro quarto? Que explicaçon você vai dar e o que eu vou dizer, que nós brigamos e você foi dormir em outro quarto?

Rosa – É né? Ela pode perceber e a aí a situação vai ficar muito complicada. O melhor mesmo é eu dormir aqui...

Claude – O melhor é você passar a dormir aqui, para evitarmos qualquer complicaçon... eu vou me comportar, pode ficar tranqüila... eu sou um cavalheiro...

Claude interrompe as lembranças e pensa que se soubesse não teria se comportado por tanto tempo... se pudesse voltar no tempo... Seguem as lembranças...

Rosa – Vamos dividir essa cama e fica cada um do seu lado... você pode apagar a luz que eu quero me deitar... nossa eu levei um susto com a Mrs Smith... ainda estou nervosa...

Claude – Deita aqui e vamos conversar um pouco para você relaxar que eu também fiquei nervoso... seu nervosismo está passando para mim...

Rosa – Por que você não viu a Mrs. Smith, eu me senti sendo escoltada até aqui...

Claude – Calma, já passou, agora você já está aqui e esses americanos vão levantar cedo amanhã. Você vai ver isso aqui vai parecer o exército, não nos faltava mais nada... Vamos tentar dormir...

Rosa – Apaga a luz então...

Claude apaga a luz e, cada um do seu lado, ficam rígidos, olhos abertos... respiração descompassada... o tempo passa e ninguém relaxa. Claude se mexe e deita virado para o lado de Rosa.

Claude – Você não está conseguindo dormir?

Rosa – Pelo jeito você também não...

Claude – Você quer conversar?

Rosa – Conversar sobre o quê?

Claude – Qualquer coisa... me conta da sua vida... você teve muitos namorados?

Rosa – Namorados? Isso é coisa que um marido pergunte para a sua esposa?

Claude – Ah, mas eu quero saber...

Rosa vira e fica de frente para ele – Você está me saindo um tremendo curioso... eu não fico perguntando nada da sua vida...

Claude – Não tenho culpa se você não é curiosa, pode perguntar que eu respondo...

Rosa – Se eu fizesse essa pergunta para você, só para listar o primeiro nome de cada uma da lista levaria a noite toda... eu dormiria exausta...

Claude fica ofendido – Non é bem assim, non... por que você acha isso?

Rosa – Pelo que o Frazão e Dádi comentam... e pelo que eu vejo...

Claude – Comentam... comentam o quê?

Rosa – Ah, Claude ... eu não quero dormir discutindo a tua lista de conquistas, que diga-se de passagem é imensa...

Claude – Non, é tão grande assim, non... Você non vai me contar mesmo?

Rosa – Quer saber, vou dormir, boa noite! (Rosa vira para o outro lado e fica de costas para ele)

Claude se apóia no braço e sussurra no ouvido dela – Boa noite, Serafina!

Os dois sorriem, fecham os olhos e adormecem. Amanhece. Claude acorda e percebe que Rosa está entre os seus braços de Rosa, que dorme tranquilamente. Ele fica observando, mas de repente ele espirra e ela acorda assustada, sai dos braços dele e pergunta o que está acontecendo. Claude diz que não está acontecendo nada, que só espirrou. Rosa pergunta como ela foi parar do lado dele e ele diz que ela deve ter sentido frio, mas que não tem porque ficar preocupada, que não aconteceu nada demais. Rosa levanta e diz que tem muita coisa para fazer, já que eles estão com visitas e vai para o banheiro. Claude cruza as mãos atrás da nuca e pensa que hoje realmente é um bom dia!

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Freitas está sentado a mesa do bar, quando chega o investigador Paulo. Freitas levanta o cumprimenta e agradece por ter concordado em encontrá-lo fora da delegacia. Paulo diz que ficou surpreso com a ligação dele. Freitas diz que pensou muito antes de pedir para eles se encontrarem, que tem medo de estar sendo seguido e que talvez esteja correndo perigo e colocando Paulo em perigo também. Paulo diz que agora está intrigado. Freitas conta que faz muito tempo que percebeu que está sendo seguido. Paulo pergunta se ele desconfia quem é o autor disso. Freitas diz que desconfia, mas que ainda não pode falar. Um homem se aproxima da mesa em que eles estão sentados. Freitas se levanta.